Ivo Karlovic – Andy Murray (Roland Garros)
Ivo Karlovic e Andy Murray viram-se obrigados a maratonas de cinco sets para garantir a passagem a esta terceira ronda. O escocês foi semifinalista do Major Parisiense nas duas últimas edições mas viu-se e desejou-se para ultrapassar o jovem Mathias Bourgue. O gigante croata teve também a sua provação, sob a forma de quatro horas e meia em court para levar de vencido um australiano quinze anos mais novo.
Na quarta-feira Ivo Karlovic igualou a sua melhor prestação de sempre em Roland Garros, chegar à terceira ronda. Tinha-o feito em 2014, altura em que foi forçado a abandonar o encontro com Kevin Anderson no fim do primeiro set. Mas desta vez sabe, certamente, melhor. O homem mais alto do ténis atual teve um início de temporada complicada. Lesão no joelho e no ombro e por fim uma passagem pelo bloco operatório para uma pequena cirurgia mantiveram-no mês e meio afastado da competição. E todos sabemos que aos trinta e sete anos é natural que comecem a surgir os fantasma do envelhecimento e da dificuldade de voltar ao circuito depois de tantos problemas físicos. Por tudo isto, vencer um jovem de vinte e dois anos, numa maratona de quatro horas e trinta e um minutos, deve cair mesmo bem (6-7, 6-3, 7-6, 6-7, 12-19). Karlovic meteu quarente e um ases. E no quinto set, que sozinho durou uma hora e um quarto, conseguiu estar sempre um passo à frente de Jordan Thompson, provando que o velhote ainda está aí para as curvas.
A vitória no Masters 1000 de Roma, frente a Djokovic (6-3, 6-3), consolidou o estatuto de Andy Murray como um dos favoritos à vitória em Roland Garros. Foi o seu trigésimo sexto título de carreira, o primeiro de 2016. Há terceira final da temporada que disputou com o atual número um mundial, o escocês saiu por cima. No Open da Austrália tinha perdido em sets diretos (6-1, 7-5, 7-6) mas no Mutua Madrid Open já conseguiu vencer um parcial (6-2, 3-6, 6-3).
Mas Murray tem suado as estopinhas para se manter vivo no Major Parisiense, essa é que é a verdade. Depois dos cinco sets da primeira ronda, frente ao veterano Radek Stepanek (3-6, 3-6, 6-0, 6-3, 7-5), agora viu-se obrigado a nova estirada para levar de vencido um francês que atua predominantemente no circuito de Challengers. Quarta-feira Mathias Bourgue aproveitou com unhas e dentes o wild-card e mereceu por inteiro a ovação em pé que recebeu à saída do court. O francês de vinte e dois anos, número cento e sessenta e quatro do ranking ATP, jogou de igual para igual com o segundo da hierarquia. Venceu o segundo e terceiro set e durante as três horas e meia de encontro não deixou de tentar encostar Murray às cordas.
O escocês tem passado as conferências de imprensa a justificar-se. A passividade, falta de agressividade, o desconcerto com as condições pesadas dos courts, à mistura com desmentidos de suposto desaguisado que terá levado ao rompimento com a treinadora Amélie Mauresmo.
O que é certo é que se não muda alguma coisa e rápido a suposta campanha até ao hipotético título em Paris pode ser inesperadamente curta.
2015 | Wimbledon | Murray | 3 | 7 | 6 | 5 | 6 |
Karlovic | 1 | 6 | 4 | 7 | 4 | ||
2012 | Open do Japão | Murray | 2 | 7 | 6 | ||
Karlovic | 0 | 6 | 4 | ||||
2012 | Wimbledon | Murray | 3 | 7 | 6 | 6 | 7 |
Karlovic | 1 | 5 | 7 | 2 | 6 |
Murray venceu os seis confrontos que teve com Karlovic. O mais recente aconteceu nos oitavos de final de Wimbledon, no ano passado, que o escocês ganhou por três sets a um.