2017 aproxima-se a passos largos e urge mencionar quem mais se destacou na realidade italiana ao longo do ano que agora finda. A Juventus, pentacampeã italiana, continua a evidenciar um sobranceira difícil de ameaçar, ao passo de “Gigi” Donnarumma e Andrea Belotti, na defesa e no ataque à baliza (respetivamente), são jogadores que nos merecem atenção. A partir do banco, o “bancário” Maurizio Sarri gere o sucesso do Nápoles.
Equipa do ano: Juventus
Elogie-se o bom futebol praticado pelo Nápoles sob a égide de Maurizio Sarri, a afirmação romana às ordens de Luciano Spalletti, a sedutora Fiorentina treinada por Paulo Sousa ou o Sassuolo europeu de Di Francesco (que não se tem dado bem neste início de época), sem esquecer a Atalanta de Gian Piero Gasperini, mas é difícil coroar outra equipa que não a Juventus. A “Vecchia Signora”, pentacampeã em título, continua a demonstrar que está acima dos demais concorrentes, lidera o campeonato e admite que quer regressar a uma final da Liga dos Campeões. As contratações de Miralem Pjanic e Gonzalo Higuaín reforçaram significativamente uma equipa que neste momento goza de um aura vitoriosa em Itália muito difícil de contrariar pela concorrência. Se na primeira premissa (em jeito de menção honrosa) referimos os nomes dos tutores de cada uma das equipas, torna-se imprescindível nomear Massimiliano Allegri, técnico que logicamente tem muito mérito na forma como tem orientado os “bianconeri”.
Destaque: Andrea Belotti
O ano de 2016 fica marcado pela afirmação de Andre Belotti, avançado de 23 anos que chegou a Turim proveniente do Palermo em agosto de 2015 e encontrou o seu espaço de afirmação com a camisola “granata”. Numa altura em que atravessam um momento muito delicado do ponto de vista desportivo, depois de terem lançado Dybala, os sicilianos do Palermo voltam a colocar um grande talento na ribalta do futebol transalpino. Utilizado com frequência na primeira metade da época 2015/16 (nos últimos meses de 2015), Andrea Belotti acumulou mais minutos entre janeiro e maio, apontando 11 golos nesse espaço de tempo. Esta época, em 16 jogos, leva 13 golos e quatro assistências, números que justificaram a convocatória de Giampiero Ventura, técnico que já tinha orientado Belotti no Olímpico de Turim. Nos três jogos de qualificação para o campeonato da Europa em que participou, marcou um golo à Macedónia e apontou um “bis” diante do Liechtenstein. Jogador rápido, inteligente a explorar o espaço e bom finalizador, Andrea Belotti tem tudo para fazer parte do futuro da seleção italiana, embora o seu sucesso dependa muito da forma como gerir a sua carreira, embora lhe seja reconhecido mais potencial que a jogadores como Graziano Pellè ou Ciro Immobile, avançados que têm feito parte das contas da “squadra azzurra”. Na segunda posição da lista de melhores marcadores (superado pelo “mal amado” Mauro Icardi – 14 golos) com 13 golos apontados até à data, Belotti tem a concorrência de Dzeko, Higuaín, Dybala e companhia. Arkadiusz Milik, internacional polaco que chegou a Nápoles para render Higuaín, começou bem a carreira no sul de Itália mas sofreu uma grave lesão que o impediu de dar o seu contributo à equipa nos últimos meses.
Revelação: Gianluigi Donnarumma
Consensual. Aos 17 anos, do alto do seu metro e 96 (!), Gianluigi Donnarumma é justamente destacado como revelação do ano em Itália, embora a sua estreia na equipa principal do AC Milan até tenha acontecido no penúltimo mês de 2015, frente ao Sassuolo. O fenómeno formado no clube tem dado um importante contributo na recuperação milanesa, processo que parece ter ganho um incentivo importante com a chegada de Vincenzo Montella. Totalista nos 17 jogos realizados pelo AC Milan até à data na Série A 2016/17, as suas defesas decisivas têm percorrido a Europa e alcançou seis “cleansheets” nesta sequência de jogos. Até ver, o ponto alto na carreira do jovem guarda-redes que tem tudo para ser o futuro da baliza italiana corresponde à conquista da Supertaça, em Doha, no mês de dezembro, frente à Juventus. O conjunto “rossoneri” venceu nas grandes penalidades a pentacampeã em título e o encontro ficou marcado pelo confronto direto entre o presente da baliza italiana (Buffon) e o futuro (Donnarumma), guardiões que partilham o primeiro nome e o talento. Donnarumma defendeu a grande penalidade cobrada por Paulo Dybala e foi decisivo na partida que marcou o regresso da equipa de Milão aos títulos.
Treinador do ano: Maurizio Sarri
O futebol italiano tem mudado (para melhor), tendência que se verifica de há alguns anos para cá. Povoado por propostas de jogo interessantes, são vários os “treinadores da moda” na Europa que por estes dias orientam equipas italianas. Se na época passada Paulo Sousa ou Eusebio Di Francesco para além do já amplamente distinguido Massimiliano Allegro, desta vez torna-se da mais elementar justiça destacar o trabalho de Maurizio Sarri, o ex-bancário que conduziu o Empoli à Série A, garantiu o direito a treinar o Nápoles, venceu as duvidas colocadas inclusive por Diego Armando Maradona e seduz a Itália e a Europa com um estilo de jogo que apaixona as bancadas do San Paolo. Os napolitanos dificilmente conseguirão conquistar algo esta época, mas têm capacidade para chegar longe no plano europeu.
Boas Apostas!