Terminados os campeonatos estaduais por todo o Brasil, chegou a hora do Brasileirão, a Série A, que nem sempre foi o campeonato mais amado pelos adeptos canarinhos, mas que acabou por conquistar um conjunto de seguidores pelo mundo fora, tendo em conta a enorme quantidade de talentos que, todos os anos, surgem nesta competição.
Isto não é, no entanto, o futebol-samba que os mais apaixonados ligam ao Brasil. O Brasileirão tem passado por várias fases de evolução, sendo que taticamente foi privilegiando um meio-campo mais físico, a oferecer apoio defensivo às equipas. Com alguma desordem no que toca às linhas defensivas, o esplendor das equipas do Brasileirão demonstra-se sobretudo nas ações ofensivas e na qualidade individual dos seus intervenientes. Ao mesmo tempo, continuam a existir equipas que dividem o seu foco de atenção entre esta prova e a Copa Libertadores, criando, por vezes, situações em que uma equipa com um plantel forte não consegue alcançar tão bons resultados. Mas isso faz parte, também, do folclore deste campeonato.
Os mais fortes
O Cruzeiro terá a ambição de voltar a repetir o feito do título, mas poucos acreditam que poderá beneficiar das mesmas facilidades com que, em 2014, o afastou precocemente dos outros candidatos. A equipa já falhou este ano o título mineiro, olhando para a Copa Libertadores, mas no momento atual até está em desvantagem na eliminatória com o São Paulo. Os Paulistas, vice-campeões do ano passado, também não conseguir assegurar o seu título estadual com o mesmo objetivo em mente. Destas duas equipas, aquela que seguir na Libertadores poderá ter mais dificuldades nesta primeira metade do campeonato, sendo que depois acabará por encontrar dificuldades para estar na luta pelo título. Mas quem ficar de fora da prova continental será, sempre, um forte candidato.
As equipas que venceram os respetivos campeonatos estaduais podem aproveitar a onda de confiança adquirida no início de 2015. Atlético Mineiro (Minas Gerais), Santos (Paulista), Internacional (Gaúcho) e Vasco da Gama (Carioca), são conjuntos que devemos ter em atenção neste início de campeonato. Atlético e Internacional estão num frente-a-frente na Libertadores, fazendo com que um deles também acabe pelo caminho, enquanto os outros dois clubes estão em ano de retoma. O Santos foi 9º classificado na passada edição, enquanto o Vasco da Gama esteve na Série B, conseguindo a subida de divisão.
Grandes nomes
Flamengo, Fluminense ou Palmeiras continuam a ser grandes nomes do futebol brasileiro, mas por esta ou por aquela razão vivem momentos de crise. Nenhum deles conseguiu estar na Libertadores esta temporada, tal como também falharam na passagem pelos campeonatos estaduais. Ao mesmo tempo, nem sempre as suas opções podem ser bem compreendidas. Por exemplo, o Fluminense apresentou Magno Alves como contratação, um jogador de 39 anos que há muito passou os seus melhores anos. Regressa ao clube depois de 13 temporadas, o que diz bem da situação, visto que a maioria dos seus colegas nem seria profissional no ano de 2002.
O Flamengo voltou a reforçar-se com qualidade, apostando forte nas chegadas de Marcelo Cirino e Pablo Armero a um plantel onde Eduardo da Silva continua a ser uma das referências de experiência. Já o Palmeiras, com Valdívia a liderar um grupo com vários estrangeiros, deverá apostar em fazer melhor do que no ano passado, em que foi apenas o 16º classificado.
Novidades
Para além do Vasco da Gama, três outras equipas conseguiram a promoção para a Série A do Brasileirão. O Joinville foi campeão da Série B e tentou reforçar-se com jogadores que conhecem o campeonato. No seu plantel existem caras conhecidas como Tiago Luís ou Luís Felipe, que já passaram por Portugal. O Ponte Preta é um histórico brasileiro que regressa ao escalão maior e que poderá ter em Biro-Biro uma das suas figuras. Já o Avaí, de Santa Catarina, espera que um novo treinador, Gilson Kleina, possa oferecer garantias de experiência e conhecimento, num campeonato que é bastante longo e não costuma perdoar conjuntos que chegam sem a preparação necessária para um nível de exigência bem superior ao da Série B.