O facto de ter alcançado a Fase de Grupos de um Campeonato da Europa, já é um marco histórico nunca antes alcançado pela selecção da Irlanda do Norte. Contudo, acabaram por escorregar no seu primeiro encontro da competição contra a selecção da Polónia, num embate onde não executaram um único remate que fosse à baliza adversária, em que nem mesmo o avançado Kyle Lafferty, o 6º melhor marcador da fase de qualificação, conseguiu ajudar a sua equipa.
Os pupilos de Michael O’Neill chegaram a esta etapa da prova depois de conseguirem a liderança do Grupo F da fase de qualificação, onde ainda faziam parte as selecções da Roménia, Hungria, Finlândia e Ilhas Faroé, somando 21 pontos, fruto de 6 vitórias, 3 empates e 1 derrota, com parciais de 16 golos marcados e 8 golos sofridos. Os norte-irlandeses escorregaram então apenas uma vez na fase de apuramento, tendo sucumbido às mãos da Roménia por 2-0, no entanto, conseguiram ficar à frente dos romenos com 1 ponto de vantagem. Uma peça fundamental para terem garantido a presença no Campeonato da Europa, foi Kyle Lafferty, o ponta de lança do Norwich City, que marcou 7 dos 16 golos da equipa e ainda contribuiu com uma assistência.
O gigante Kyle Lafferty foi o 6º melhor marcador da fase de qualificação.
Com um plantel detentor de uma grande vontade e espírito de luta, estes compensam o que lhes falta em qualidade com ambição. Esta é uma selecção que também privilegia a organização defensiva, sendo que depois do técnico Michael O’Neill ter testado tácticas como 4-3-3, 4-1-4-1 e 4-2-3-1, decidiu entrar de forma diferente contra os polacos, adoptando um 5-4-1, construindo uma muralha à frente da baliza e deixando Lafferty sozinho, e entregue à sorte, na frente de ataque. Esta táctica tinha como objectivo que os 3 defesas centrais anulassem a qualidade de Robert Lewandowski e Milik, contudo, o jogo só tinha um sentido. Os norte-irlandeses entraram com uma postura defensiva, e sofreram durante todo o jogo a tentar proteger a sua baliza dos polacos, embora não o tenham conseguido graças ao golo de Milik ao minuto 50. Só depois de se encontrarem desvantagem no marcador é que tomaram medidas mais ofensivas, fazendo tremer a Polónia através de bolas paradas, contudo, sempre sem êxito, visto que não conseguiram nenhum remate que acertasse na baliza polaca.
Condenada antes de começar?
Num ponto de vista realista, e sem querer tirar mérito à selecção da Irlanda do Norte, estes conseguiram a qualificação muito graças às equipas que ingressaram no seu Grupo F da fase de qualificação, não tendo que se preocupar com nenhuma das grandes selecções da Europa e, agora, agrupados no Grupo C juntamente com a Alemanha, Polónia e Ucrânia, os norte-irlandeses são claramente os underdogs deste agrupamento.
Sem ter conseguido fazer frente à Polónia, e muito dificilmente terá qualquer hipótese contra a Alemanha, talvez consigam somar algum ponto contra a selecção da Ucrânia, embora também não seja tarefa fácil, visto que os ucranianos contam com uma defesa muito bem organizada. Posto isto, qualquer resultado que somem nos próximos dois jogos, que não seja a derrota, será sempre um bom resultado para os norte-irlandeses que alinharam na prova já com destino praticamente traçado.
Boas Apostas!
