Iraque – Uruguai (Mundial Sub-20)
Atingidas as meias-finais do Campeonato do Mundo de Sub-20, com representação dos quatro continentes, não deixa de ser curioso que a presença mais surpreendente, a do Iraque, é exatamente aquela equipa que tem feito uma caminhada com mais classe de todos os quatro semi-finalistas. Sendo o único vencedor de Grupo, o E, a chegar a esta fase, o Iraque é também a única equipa que pode aspirar a ser campeão mundial sem derrotas. Entre os árabes e a final está “apenas” a equipa do Uruguai, animada pela vitória frente aos mais que favoritos espanhóis, num jogo decidido no prolongamento. Os iraquianos, é bom lembrar, precisaram das grandes penalidades para afastar a Coreia do Sul nos quartos-de-final.
Caminhada gloriosa para o Iraque que, começando por empatar com a Inglaterra no primeiro encontro, venceu Egito e Chile para terminar em primeiro no Grupo E, seguindo-se, depois, Paraguai no prolongamento e Coreia do Sul nas grandes penalidades. A equipa iraquiana tem uma postura muito interessante, nos jogos, demonstrando-se madura e com excelente capacidade física. Não deixa de ser surpreendente que um conjunto de jogadores que evoluem praticamente todos na Liga iraquiana consiga manter esta excelente série de resultados, sempre frente a adversários com jogadores de campeonatos bastante mais evoluídos. O guarda-redes Mohammed Hameed tem sido chave, sobretudo nos jogos a eliminar, demonstrando-se uma barreira quase intransponível para os atacantes adversários. Neste jogo, regressa ainda Abdul-Raheem, depois de cumprir castigo nos quartos-de-final. Para além destes dois jogadores, a presença de Humam Tareq, no meio-campo, vai sendo decisiva, enquanto Farhan Shakor, com os golos marcados frente aos coreanos, sobre já três tentos nesta prova.
O Uruguai terminou o Grupo F em segundo lugar, mas logo aí deixou clara a sua capacidade ofensiva, com Nicolás López a surgir como principal referência, com quatro golos marcados. No entanto, o gigante Felipe Avenatti ganhou também um lugar especial no coração dos uruguaios, ao marcar o golo decisivo para a eliminação da Espanha. Dois outros artistas vêm enamorando os apaixonados do futebol neste torneio, Diego Laxalt e Giorgian de Arrascaeta, dois craques que têm tornado bem complicada a vida a todos aqueles que defrontam a seleção celeste. A enorme qualidade técnica desta equipa, aliada a uma boa forte linha defensiva, sem medo de meter o pé em todas as jogadas, torna o Uruguai uma das equipas mais temidas da competição. A vitória frente à Espanha parece funcionar, ainda, como um troféu, porque ter eliminado o conjunto que todos viam como campeão terá, seguramente, um forte efeito psicológico na equipa e nos seus adversários.
Será, seguramente, um encontro muito disputado, com a maturidade competitiva iraquiana a estar à prova frente a um Uruguai muito técnico e lutador. Em alguns momentos, o jogo poderá mesmo tornar-se algo ríspido, dada a força física dos dois conjuntos em questão, que terão nesse tópico uma oportunidade para se sobreporem ao seu adversário. Espera-se, ainda, que ambas as equipas possam marcar, dada a qualidade dos conjuntos, e perante a clara hipótese de ninguém entregar, demasiado cedo, todo o ouro ao adversário. Um jogo de grande qualidade, com o Uruguai a entrar como favorito, algo que terá que provar no relvado.
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