Vinte e oito anos depois, a Inglaterra volta às meias-finais de um Campeonato do Mundo. Golos pelo ar de Maguire e Dele Alli selam a superioridade dos ingleses na partida. Grande mérito de Gareth Southgate, que fez um trabalho de fundo importante. A seleção inglesa não é especialmente criativa mas é muito organizada e consistente. A Suécia nunca conseguiu fazer funcionar um contra-ataque que abalasse a estrutura britânica. Pickford voltou a ter participação decisiva.

Duas abordagens distintas

A Suécia fez duas alterações para este jogo dos quartos de final. A primeira foi forçada: saiu o castigado Lustig e entrou para a lateral Emil Krafth. A segunda, por opção foi a troca de Svenson por Larsson no meio-campo. A seleção inglesa alinhou com  mesmo onze que bateu a Colômbia. Desde logo ficaram claras as duas abordagens diferenciadas. Os suecos a apostar tudo num bloco baixo, uma separação quase total entre a defesa e os avançados, abdicando do espaço pelo meio. Por oposição, a Inglaterra quer a bola pelo chão e fazer umas construção sustentadas. A defender em 5-3-3, Southgate quer que no momento ofensivo os laterais se encostem à linha, dando máxima largura ao jogo para obrigar a esticar as marcações adversárias.

Aos dezanove minutos a seleção dos Três Leões mostra ao que vem. Perda de bola adiantada da Suécia, Jordan Henderson lança Raheem Sterling que mete o turbo. Quando se esperava que fosse lateralizar, o extremo do City toca para Harry Kane que remata de meia distância. A bola vai ao lado mas não passa muito longe.

Inglaterra a fazer o seu jogo

Ingleses festa

Ingleses fizeram a festa

Aos trinta, a Inglaterra inaugura o marcador. Canto marcado por Ashley Young e Harry Maguire vem de trás e ganha o duelo aéreo com Forsberg. Cabeceamento como mandam as regras, de cima para baixo, e Martin Olson não tem hipóteses. É o primeiro golo do central com a camisola da seleção A inglesa. Também é apenas o terceiro golo concedido pelos suecos neste Mundial.

Ainda antes do intervalo os ingleses estiveram muito perto de alargar a vantagem. No lance mais evidente, Sterling estava em posição irregular mas a ameaça fica no ar.

A Inglaterra está muito bem no jogo. Jesse Lingard Jordan Henderson e Dele Alli estão a ter uma boa interação no miolo. Kane e Sterling alternam nos recuos necessários para dar superioridade numérica no meio-campo. A Suécia joga quase a papel químico. Bloco recuado, segurar a bola até haver hipótese de lançar em profundidade. Sem perigo, até ao momento.

Suecos a tentar reentrar no jogo

No segundo tempo a Suécia está obrigada a fazer alguma coisa para reentrar no jogo. Começa bem, com um cruzamento de Augustinsson que encontra Marcus Berg à frente de Ashley Young. Jordan Pickford faz um defesa espetacular que evita a igualdade. O que, aos quarenta e oito minutos podia alterar completamente o desenlace do encontro.

É sol de pouca dura, esta tentativa sueca de atacar com maior assertividade. Aos cinquenta e nove a Inglaterra sobe a vantagem para dois a zero. Mais uma vez de cabeça, desta feita de Dele Alli, a bater Martin Olson. O cruzamento certeiro foi de Lingard e por esta altura formação britânica tinha voltado a estar por cima no jogo. Os suecos acusam um pouco o golpe.

Aos sessenta e cinco Jan Andersson abdica totalmente do meio-campo retirando Emil Forsberg do jogo para a entrada de Martin Olsson. Multiplicam os esforços mas são sempre com o lançamento logo e o jogo direto. Nas poucas ocasiões em que chegam à área inglesa, Pickford faz a diferença com duas grandes defesas. O guarda-redes do Everton está a ser uma das grandes figuras da seleção inglesa neste Campeonato do Mundo e as defesas que faz são sempre em momentos decisivos.

Southgate refresca para não perder controlo

A meio da segunda a Inglaterra está muito desgastada e já não consegue fazer a mesma pressão no meio-campo e é quando o perigo parece mais real. Bastaria um golo para a Suécia reentrar no jogo. Apesar de Sterling estar muito cansado e já não conseguir fazer as suas arrancadas, o selecionador dá prioridade ao meio-campo, nas substituições. Tira Alli para colocar Fabian Delph a fechar o lado esquerdo. A seguir troca Henderson por Eric Dier, para recuperar a capacidade de luta. Só aos noventa é que Marcus Rashford vai a jogo, com a saída de Sterling.

Desde o Itália 90 que a Inglaterra não marcava presença nas meias-finais de um Mundial. Agora fica à espera para saber se irá enfrentar a Rússia ou a Croácia.

Boas Apostas!