Esta quarta-feira o mundo do futebol rendeu-se a David de Gea. No Sanchéz Pizjuán, o clube espanhol tentou de todas as maneiras chegar ao golo e se o Manchester United regressa a Old Trafford com a eliminatória em aberto deve-o ao guardião espanhol. Vinte e seis remates contra seis e são os extraordinários reflexos do guarda-redes que ficam na retina. Em Karkiv, o Shakhtar de Paulo Fonseca foi a perder para intervalo mas mostrou cabeça fria e argumentos para virar o jogo no segundo tempo.

Pelo tanto que fez na partida o clube espanhol merecia levar alguma vantagem para Old Trafford.

Pelo tanto que fez o clube espanhol merecia levar vantagem para Old Trafford.

Sevilla merecia mais

Montella não esteve com hesitações. As ordens eram para partir para cima do United e ganhar vantagem e foi isso que o Sevilla fez desde o arranque da partida no Ramón Sánchez Pizjuán. Eder Banega e Franco Vázquez dominavam o meio-campo, alimentando ao mesmo tempo o setor ofensivo, onde Muriel ia criando perigo. Jesus Navas anulou por completo o ímpeto que Alexis Sánchez pudesse ter. E equipa espanhola fez o que lhe competia, lutou muito e merecia ter retirado algo mais desta primeira mão em casa. Assim parte para Old Trafford com o jogo em aberto, onde terá que repetir a exibição de quarta-feira e esperar que o guardião contrário não esteja tão inspirado.

United de contenção

As imagens das defesas impossíveis de De Gea espalharam-se pelos quatro cantos do mundo.

As imagens das defesas impossíveis de De Gea espalharam-se pelos quatro cantos do mundo.

Desde o início ficou claro que o plano do Manchester United era conter o ímpeto do Sevilla, sempre no entendimento que esta era apenas a primeira mão da eliminatória, e nesse sentido o plano foi bem-sucedido. Poderão dizer que é insuficiente para o estatuto do United, que são os excessos de zelo de Mourinho e que se não fosse David de Gea o United podia, mesmo assim, de Sevilla, com uma derrota. Tudo isso é verdade mas os jogos, sobretudo os importantes como estes, não se ganham com estatuto, o treinador português é bastante bem sucedido com as suas habituais cautelas e ter o melhor guarda-redes na folha salarial serve para isso mesmo.

O Sevilla fez vinte e cinco remates enquadrados com a baliza, contra seis do United. E David de Gea fez oito defesas, todas elas exigentes, mas nenhumas tão impactantes como as duas que antecederam o intervalo. Ambas à queima-roupa, ambas a exigir reflexos impossíveis. Os espanhóis tentaram de meia distância, de livre, de cabeça e todas as tentativas encontraram pela frente David de Gea. O mundo do futebol rendeu-se ao titular da seleção espanhola, se ainda não o estava. Se o United leva a eliminatória para Old Trafford em condições de fazer o seu jogo e chegar aos quartos de final, a ele o deve.

O único golo da partida acabaria por caber aos visitantes, mas seria anulado já que Romelu Lukaku ajeita a bola com o braço. Ander Herrera saiu lesionado logo aos quinze minutos, forçando a entrada de Paul Pogba no encontro.

Shakhtar com vantagem caseira

A equipa de Paulo Fonseca recolheu aos balneários, ao intervalo, em desvantagem, com o golo de Under poucos minutos antes. Mas o Shakhtar não se deixou abater e no início do segundo tempo, Facundo Ferreyra repôs a igualdade e aos setenta e um Fred virou o resultado. Até ao apito final, a formação ucraniana tentou alargar o marcador.

Teria sido preferível vencer por mais ou, pelo menos, evitar o golo fora dos italianos. Mas ainda assim, o Shakhtar mostrou resiliência, capacidade de reação e argumentos para bater o pé à AS Roma.

Boas Apostas!