Hull City – Sheffield Wednesday (Championship)
Hull City e Sheffield Wednesday, um destes clubes vai estar na Premier League, na próxima temporada. Para os Tigers seria o regresso imediato à primeira divisão, depois de um ano no Championship, e a cabeça de Steve Bruce pode depender disso. O Wednesday está a viver um sonho inesperado. Carlos Carvalhal, uma contratação fora-da-caixa de última hora, já conquistou o Championship. E está a um jogo de pôr o pé na Liga Inglesa. É de loucos!
É de loucos é mesmo a frase certa para descrever a segunda liga inglesa. Vinte e quatro equipas, quarenta e seis jornadas de um futebol de barba rija, que Neil Warnock chama de “sangue e vísceras”. Muita paixão clubística, muita garra. No fim os dois primeiros classificados – este ano a sorte calhou a Burnley e Middlesbrough – têm entrada direta na primeira divisão. Os quatro seguintes disputam entre si um play-off a duas mãos pelo privilégio de ir à final, em Wembley, lutar pela última vaga no elevador de sentido ascendente. Alguns dizem que é injusto. Afinal de contas, o Brighton & Hove Albion ficou em terceiro lugar, com os mesmos pontos do Middlesbrough, dezasseis pontos à frente da equipa de Carlos Carvalhal. Mas o certo é que acrescenta ainda mais imprevisibilidade a uma competição que já é suficientemente caótica.
O Hull City ficou no quarto posto, somando oitenta e três pontos na temporada regular. E viu-se na circunstância de ter que disputar o play-off com o Derby County, um dos históricos de Inglaterra. Os Tigers não brincaram em serviço e logo na primeira mão, no terreno do adversário, trataram de baralhar completamente as contas. Venceram por três bolas a zero – com golos de Abel Hernández, Jason Schackell (ainda na primeira parte) e Andy Robertson, já em tempo de descontos) – uma vantagem que se revelou essencial para chegarem à final. Porque no segundo jogo, no estádio Kingston Communications, o Derby veio com tudo para cima da equipa caseira, não tinha alternativa. E o Hull sofreu como um condenado para segurar a margem cada vez mais curta. Johnny Russelll marcou logo aos sete minutos e ainda antes do intervalo Robertson deu uma ajuda, marcando na própria baliza, só para tornar as coisas mais animadas.
Onze Provável: Jakupovic – Odubajo, Maguire, Davies, Robertson – Snodgrass, Livermore, Huddlestone, Maloney – Akpom, Abel Hernández.
Há dezassete anos que o Sheffield Wednesday não participa na Liga Inglesa e sinceramente o regresso não estava no horizonte para esta época. Sem equipa técnica definida no final de junho passado, e sem contratações decididas, os adeptos temiam uma temporada desastrosa. A escolha de Carlos Carvalhal, de início apontado ao cargo de diretor para o futebol, foi uma escolha inesperada e fora-da-caixa. Os ingleses não sabiam bem o que pensar daquele treinador simpático e conversador, que tinha andado a saltitar de equipa em equipa e ainda por cima tinha obra publicada sobre o desporto-rei. Com a escolha seguiu-se a entrada – a título definito ou por empréstimo – de catorze novos jogadores. O mais determinante, sem dúvida, foi Fernando Forestieri. O italiano de vinte e seis anos, libertado pelo Watford, foi imediatamente agarrado pelo Wednesday. Marcou quinze golos ao longo da época e fez oito assistências. Além de ter garantido a última vaga do play-off – sexto, com setenta e quatro pontos – a equipa orientada por Carvalhal fez boas prestações nas taças. Na Capital One Cup alcançou os quartos de final, sendo afastada por um emblema do primeiro escalão, o Stoke City.
O Sheffield Wednesday venceu a primeira mão, em Hillsborough (2-0), com tentos de Ross Wallace e Kieran Lee. Na deslocação a casa dos Seagulls entrou a perder – Lewis Dunk marcou aos dezanove –, anulou a desvantagem dez minutos mais tarde, mais uma vez graças aos ofícios de Wallace, e passou a hora seguinte a aguentar essa igualdade.
O treinador português tem um dilema para resolver no meio-campo. O espanhol Alex López foi uma figura essencial ao longo da temporada mas parece desgastado e nos dois jogos do play-off teve que ser substituído. Sam Hutchinson, que passou boa parte do ano afastado dos relvados por doença, foi decisivo no segundo encontro. Qual dos dois vai ter honras de titular, é a dúvida.
Onze Provável: Westwood – Hunt, Lees, Loovens, Pudil – Wallace, Lee, Alex López, Bannan – Forestieri, Hooper.
Hull City | 0-0 | Sheffield Wed. |
Championship 2015/16
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Sheffield Wed. | 1-1 | Hull City |
Championship 2015/16
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Os dois jogos do campeonato terminaram empatados e foram muito disputados. Um sinal daquilo que nos espera em Wembley, no sábado à tarde.