Houston Texans – Oakland Raiders (NFL)
Os play-offs arrancam no mesmo estádio que servirá de cenário ao Super Bowl e estava tudo preparado para este ser um ano memorável para os Oakland Raiders. Mas a perna partida de Derek Carr veio esvaziar todo o entusiasmo. Os Raiders vão a jogo com um rookie na posição de quarterback, que fez os primeiros minutos na NFL no domingo passado. É casa para dizer que os Texans tiraram a sorte grande e passaram a ser favoritos para passar à ronda seguinte. Mesmo com Osweiler a titular.
Muitos clamam da injustiça de uma formação com um registo de nove vitórias e sete derrotas ter vantagem caseira sobre outra com doze e quatro, respetivamente, mas são as regras da NFL. Os Houston Texans conquistaram a AFC Sul e assim, mesmo com pior saldo são o quarto cabeça de série da Conferência Americana. E acabaram por tirar a sorte grande por ficarem alinhados com os destroçados Raiders.
Nas duas últimas jornadas da fase regular Bill O’Brien optou por remeter Brock Osweiler ao banco e experimentar Tom Savage. A animação das hostes foi imediata. Não que o segundo quarterback tivesse feito exibições de MVP mas era uma lufada de ar fresco depois da temporada dececionante com um QB titular pago a peso de ouro. Mas na semana passada Savage caiu lesionado e entrou no protocolo de lesões cerebrais da NFL o que o impediu de treinar durante estes dias. O’Brien teve que anunciar que Osweiler seria o titular para a ronda dos wild-cards, o que faz todo o sentido. Não se pode entrar numa partida a eliminar com um QB inexperiente que não teve oportunidade de treinar durante a semana. Pelo menos Osweiler já conhece a defesa dos Raiders – jogou contra eles em novembro – e pode preparar-se. No domingo os Texans saíram derrotados de Tennessee (24-17), num jogo que já não afetava as perspetivas dos play-offs e na qual os Titans também alinharam sem o seu habitual QB titular, Marcus Mariotta.
A defesa de Houston, a número um da NFL, é a sua grande arma e espera-se que consiga levar Houston um pouco mais à frente nestes play-offs, desde que Osweiler faça a sua parte que é não comprometer.
Se eu fosse apoiante dos Oakland Raiders só queria enrolar-me numa bola e hibernar até à próxima temporada. É de partir o coração. Durante grande parte da época regular a equipa foi das mais entusiasmantes da Liga. Derek Carr estava embalado e na corrida para MVP e os Raiders tinham um ataque arrasador. Na penúltima jornada o quarterback parte a perna e tudo se desmorona. E como uma desgraça nunca vem só, o segundo QB, Matt McGloin magoa-se no ombro e agora Oakland vai ao NRG Stadium com Connor Cook, um rookie que nunca tinha feito minutos na NFL. A equipa espera catorze anos para voltar aos play-offs – a última presença foi em 2002 quando chegaram ao Super Bowl e o entregaram a Tampa Bay – e agora que regressa terá que alinhar com o terceiro QB, completamente verde.
McGloin sofreu uma pancada forte no ombro esquerdo no domingo passado, na derrota frente aos Broncos (24-6). Denver, a jogar em casa, quis mostrar serviço para compensar o facto de estar fora dos play-offs, e os Raiders acabaram por perder a divisão a favor dos Kansas City Chiefs. A ressonância magnética efetuada a McGloin revelou pressão sobre o nervo mas não sendo no braço que lança a bola é possível recuperar assim que o inchaço e a dor diminuam. Dificilmente acontecerá já para sábado. Entretanto, a equipa assinou contrato com Garrett Gilbert, integrando o quarterback no plantel de treino, para qualquer eventualidade. Caso Matt McGloin não possa ser opção, Gilbert será promovido a segundo QB para estar no banco (batam na madeira três vezes).
2016 | Oakland Raiders | Houston Texans | Estadio Azteca | 27-20 |
2014 | Oakland Raiders | Houston Texans | O.co Coliseum | 14-30 |
2013 | Houston Texans | Oakland Raiders | Reliant Stadium | 23-28 |
Texans e Raiders defrontaram-se uma vez esta temporada, na Cidade do México e foi um bom jogo: uma boa defesa que ainda assim não conseguiu travar o desenrascado Carr (27-20). Infelizmente, não haverá um espetáculo ofensivo desta vez. Seja qual for o QB de Oakland não vamos assistir a passes em profundidade para uma diversidade de jogadores. A progressão vai ter que ser mais comezinha e mastigada pelo que é boa ideia apostar numa pontuação baixa.