A Islândia deu-nos uma das melhores histórias no Euro 2016 e dois anos depois o pequeno país fará o primeiro Campeonato do Mundo de Futebol. A magia não se esfumou e de forma consistente os islandeses qualificaram-se diretamente, vencendo o Grupo I europeu, à frente da Croácia.
Estreia em Mundiais
Pela primeira vez na sua história a seleção de futebol islandesa vai a um Mundial. Mais um capítulo histórico que esta geração, liderada por Gylfi Sigurdsson e Aron Gunarsson, escreve. A Islândia deu-nos uma das melhores histórias do Europeu de França. Na sua estreia em grandes competições internacionais avançou paulatinamente a fase de grupos, os oitavos e só caiu nos quartos de final, diante da seleção anfitriã. Mesmo assim, ficou na retina a resiliência, a entrega e a celebração com os adeptos no final dos jogos.
Quem imaginava que seria um acontecimento pontual, desenganou-se. A seleção nórdica não se deixou deslumbrar e arrancou a qualificação a todo o gás e isso terá sido determinante para chegar ao fim na primeira posição do Grupo I, dois pontos acima da Croácia. Logo a abrir, um empate na Ucrânia, seguido de dois triunfos caseiros. Primeiro, pela margem mínima, com a Finlândia (3-2); seguindo-se uma vitória segura sobre os turcos (2-0). À quarta jornada sofre o primeiro desaire, em terreno croata (2-0), mas a equipa não se deixou abalar e retomou a campanha.
E se falha Sigurdsson?
A Islândia é a terceira seleção deste Mundial no que respeita à idade média do plantel. A experiência é um posto mas levanta algumas questões quanto a ser capaz de renovar mantendo a qualidade atual. A dupla de centrais, um dos pilares desta formação, soma sessenta e seis anos.
A prestação da seleção islandesa tem estado bastante dependente da sua figura mais criativa, Gylfi Sigurdsson e isto é um problema. O médio do Everton, especialista também nas bolas paradas, uma arma recorrente da Islândia, não joga desde março, quando se lesionou no joelho. Claro que se foi incluído na convocatória é porque se entendeu que terá condições mínimas de ajudar mas é de questionar a condição física e falta de ritmo competitivo.
Johann Berg Gudmundsson pode vir a ter que assumir maior protagonismo, se o número 10 não estiver ao seu melhor. O extremo foi uma das peças-chave do sétimo lugar do Burnley na Premier League, esta temporada, e Sean Dyche elogiou a forma como ele veio a amadurecer os diversos aspetos do seu jogo.
Selecionador a solo
Heimir Hallgrimsson entrou para a seleção como assistente de Lars Lagerback, progrediu para corresponsável na campanha do Euro 2016 e após, quando o sueco abandonou, assumiu o cargo a solo. Tornaram-se famosas as histórias de visitas a um certo pub, nas vésperas dos jogos, para conversar e trocar ideias com os adeptos. O que é inegável é a proximidade que a equipa técnica promove com os islandeses comuns e a identificação que o país tem com a sua equipa nacional.
Batismo de fogo
A Islândia terá um batismo de fogo na sua estreia em mundiais, nada mais nada menos que frente à Argentina de Leonel Messi, logo no dia 16. O Grupo D, que inclui ainda croatas e nigerianos é, porventura, dos mais complicados desta primeira etapa do Rússia 2018. Reencontrar a Croácia, uma seleção que esteve no mesmo grupo de qualificação e que foi ultrapassado, pode ser uma vantagem. Ir além da fase de grupos é possível, mas diria que há outros países com muito maiores responsabilidades para o fazer, neste agrupamento em particular.