A reconhecida qualidade de jogo e organização da seleção do Irão tem-na elevado a equipa mais forte do continente asiático nos últimos anos, muito por fruto de um trabalho prolongado de Carlos Queiroz, que é o selecionador nacional desde 2011. No entanto, faltando resultados que comprovem essa superioridade, os iranianos também não deixam de revelar alguma frustração.

Irão

O Irão de Queiroz será adversário complicado para Portugal

A equipa nacional esteve presente em três dos últimos cinco mundiais, nunca passando da fase de grupos e somando apenas uma vitória em nove encontros disputados, em 1998, frente aos Estados Unidos. A crescente qualidade coletiva associada ao nível técnico dos seus jogadores, vários deles com experiência europeia, vão ajudando a essa perceção de domínio, que também não encontra rastreio na Taça Asiática, onde ficaram sempre pelos quartos-de-final das últimas três edições.

Qualificação sem derrotas

Os iranianos chegam à Rússia sem ter perdido qualquer encontro na fase de qualificação. Na primeira fase, foram demasiado superiores a adversários como Omã, Turquemenistão, Guam e Índia, ainda que tenham cedido empates frente aos dois primeiros, atuando longe de casa.

Na segunda fase, o nível de exigência subiu, mas também a capacidade de resposta dos iranianos se fortaleceu. Depois de sofrer três golos em oitos jogos frente equipas mais acessíveis, apenas sofreu dois golos em dez jogos frente a candidatos a entrar no Mundial. Seis vitórias e quatro empates, com China, Síria e Coreia do Sul, fora de casa, e de novo com os sírios, em casa, quando o apuramento já estava garantido.

Juventude ao poder

Azmoun Irão

Azmoun foi o melhor marcador iraniano na fase de qualificação

Entre os destaques da seleção, sublinhe-se a muita juventude dos jogadores que fazem a diferença no plantel que estará à disposição de Carlos Queiroz. O ponta-de-lança Sardar Azmoun será a principal referência, com 11 golos marcados em 14 encontros da qualificação. O jogador do Rubin Kazan tem uma carreira bastante promissora na Liga Russa, mas é na sua seleção que mais se destaca. Alireza Jahanbakhsh, que escolhou a Holanda para evoluir, primeiro ao serviço do NEC e agora ao serviço do AZ Alkmaar, é um dos extremos mais perigosos, também com excelente capacidade de finalização. Numa posição mais recuada, como médio, o ainda mais jovem Saeid Ezatolahi, de apenas 21 anos, foi um dos mais utilizados na fase de qualificação. Depois de uma experiência falhada no Atlético Madrid, foi para a Rússia onde jogou, esta temporada com a camisola do Amkar Perm. Poderá ser uma das grandes revelações deste Mundial.

Queiroz, um senhor do Mundial

Será a quarta vez que Carlos Queiroz disputa um Mundial, depois de o ter alcançado com a África do Sul, Portugal e o Irão, com que repete a presença de há quatro anos. É um técnico metódico e organizado, que não fica, nunca, apenas pela equipa principal, esperando ter um impacto de fundo no futebol do país. Isso parece já estar conseguido no Irão, pela forma como montou uma equipa para o futuro. Falta-lhe um resultado numa grande prova para fechar com chave de ouro a sua passagem pelo país.

Malvado sorteio

Depois de ter demonstrado qualidades no Brasil, o Irão tinha grandes esperanças na sua presença na Rússia, mas um sorteio onde terá que defrontar Portugal e Espanha parece limitar-lhe as expetativas. No entanto, olhando para o calendário jogo a jogo, a principal preocupação dos iranianos será vencer o primeiro encontro, frente ao mais acessível conjunto marroquino. Se isso acontecer, haverá espaço para sonhar.

Boas Apostas!