A seleção dinamarquesa conseguiu a passagem para a Rússia pela via mais longa, a do play-off, no qual superou a República da Irlanda, vencendo o jogo em casa por goleada. Mantém-se assim a tradição de idas alternadas ao Mundial. Hareide fez o primeiro corte no lote de convocados e a única surpresa foi Pierre-Emile Hojberg, que foi descartado. A Dinamarca fecha a fase de grupos enfrentando Les Blues. Convém chegar lá com dois resultados positivos na bagagem.
Via longa para o Rússia 2018
A Dinamarca foi segunda classificada no Grupo E de UEFA, com vinte pontos somados (6V/ 2E/ 2D), quatro à frente de Montenegro. A Polónia teve passagem direta e os pupilos de Age Hareide tiveram que passar pelo play-off. A República da Irlanda provou não ser rival à altura do contingente nórdico, liderado pelo médio do Tottenham, Eriksen. O primeiro jogo, em Copenhaga, ficou em branco, numa partida em que a estratégia de não comprometer comandou ambos os lados. Mas na segunda partida, em Dublin, os dinamarqueses impuseram-se com uma goleada (0-0, 1-5). O central do Chelsea, Andreas Christensen, abriu as hostilidades ao chegar à primeira meia hora de jogo e quase de seguida Christian Eriksen abria o livro e nunca mais deu hipóteses dos irlandeses reentrarem
na eliminatória.
A campanha, na fase de grupos, demorou um pouco a arrancar. Em outubro de 2016 foram perder pela margem mínima à Polónia (3-2), que já era o adversário mais duro de roer. Mesmo assim ficaram boas indicações. Mas poucos dias passados sofrem a primeira derrota, logo em casa e frente a Montenegro (0-1), desfecho para o qual não estavam preparados. Ainda houve um empate sem golos na Roménia e foi só da quinta partida para a afrente que a seleção começou a entrar no ritmo pretendido. O triunfo sobre os Polacos por 4-0 ajudou e muito nessa viragem.
Eriksen para decidir
Christian Eriksen é a estrela maior da equipa, não apenas na projeção que a sua carreira individual tem como na capacidade criativa que tem para mexer com o jogo coletivo. Este médio ofensivo marcou onze golos na qualificação, com um hat trick no play-off que sentenciou os irlandeses a assistir o Mundial no sofá.
Outro elemento que veio em crescendo no apuramento, assumindo cada vez mais relevância na dinâmica de jogo da equipa, é Pione Sisto. O extremo do Celta de Vigo, estreou-se em março passado a marcar pela equipa principal. Mas esse foi só um corolário pessoal, mais importantes foram as assistências com que o jovem de vinte e três anos contribuiu na qualificação propriamente dita. Foi ele o homem responsável pelo último passe em dois dos cinco golos do play-off.
Hareide conquistou crédito
Age Hareide sucedeu a Martin Olsen no comando da seleção dinamarquesa e a escolha gerou polémica. Habituados a vê-lo orientar a sua Noruega natal, sem resultados de grande monta, os dinamarqueses estranharam a escolha. Mas agora, depois dos resultados conseguidos em 2017, essas reservas foram pelo menos postas de lado. O novo selecionador prefere uma abordagem mais pragmática e direta, ao invés do estilo bola no pé de Olsen. Os resultados nas primeiras rondas da qualificação, algo inconstantes, refletiam um período de adaptação, mas assim que o grupo percebeu que as novas ideias assentavam com as características dos jogadores, ganhou andamento.
Grupo em aberto
O selecionador já começou a reduzir o lote de jogadores à sua disposição. Os vinte e sete atuais passaram a vinte e três depois do jogo com a Suécia, a 2 de junho. Para já, a única surpresa é Hojberg ter ficado de fora. Bendtner manteve-se na lista, isto apesar de já se ter percebido que o avançado de trinta anos está com problemas numa virilha.
A Dinamarca fecha a fase de grupos em Lizhniki, diante dos franceses e convém chegar lá com dois bons resultados na bagagem. Neste grupo, que inclui também o Peru e Austrália, só Les Bleus são dados como garantidos na fase seguinte. O resto está em aberto e os duelos entre as restantes três seleções vão ser determinantes.
Em 2010, última vez que foi a uma fase final, a Dinamarca não foi além da etapa inicial.