Dez anos sem festejar um grande título tornou o Brasil um pais sedento de vitórias. O último titulo Mundial aconteceu em 2002, a última conquista na Copa América ocorreu em 2007 e, desde então, apenas as vitórias na Taça das Confederações e nos Jogos Olímpicos, há dois anos atrás, ofereceram à canarinha algum espaço de destaque, ainda que em provas menos consideradas. A chegada de Tite foi envolta em promessas de uma melhoria da organização coletiva de uma equipa que, em talento, nunca ficou a dever a nenhum dos seus rivais.
Ora, as expetativas criadas cumpriram-se. Tite definiu o seu grupo de jogadores bem cedo, orientou a equipa durante um apuramento que se tornou “fácil” para os brasileiros, tem apostado de forma constante num modelo e em ideias para o jogo, conseguindo com isso o feito de chegar à Rússia com a equipa a saber de cor aquilo que tem a fazer. A lesão de Neymar assustou, mas com o jogador de volta aos treinos, aos jogos e aos golos, tudo indica que, conquistando ritmo já em competição, o Brasil estará na sua máxima força.
Tite salvou o apuramento
Ainda com Dunga como selecionador, o Brasil realizou os primeiros seis encontros do apuramento com três empates e uma derrota, abrindo espaço para a troca de selecionador. Com a chegada de Tite, os brasileiros cumpriram uma série de nove vitórias, só voltando a perder pontos quando o apuramento estava já virtualmente decidido. No final das contas, acaba por ter sido uma fase de qualificação sem problemas, com os brasileiros a terminarem com dez pontos de vantagem, sendo o melhor ataque e a melhor defesa.
Gabriel Jesus, Neymar e Paulinho destacaram-se como marcadores, com Willian a juntar-se a ao jogador do Paris SG para serem os homens com mais assistências. O Brasil aproveitou bem a fase de qualificação para construir uma equipa com forte consciência das suas forças.
Neymar vive!
A lesão de Neymar ao serviço do Paris SG ensombrou a aproximação da seleção canarinha ao Mundial 2018. O melhor jogador da equipa falhou a fase final da temporada e só muito recentemente voltou aos treinos, sob algumas reservas. No entanto, o Brasil jogou no domingo passado frente à Croácia, Neymar teve direito a sair do banco e foi autor de um golo. É certo, Neymar vive e estará em condições de jogar no Mundial, o que, sendo certo que deverá ter algumas dificuldades na fase de grupos, esses encontros servirão para ganhar ritmo rumo ao objetivo supremo da canarinha.
Longa carreira à procura do ceptro mundial
Tite tem uma longa carreira, com o primeiro sucesso a ocorrer ao serviço do Caxias, com a conquista do estadual Gaúcho em 2000. Depois, ao serviço do Grêmio, ganhou o mesmo título, juntando-lhe uma Copa do Brasil, tendo oito anos mais tarde conquistado, com o Internacional, a Copa Sul-Americana. O seu grande trabalho foi, no entanto, o Corinthians, onde entre 2010 e 2016, em dois períodos, conquistou duas vezes o Brasileirão, um Paulista, uma Libertadores, uma Recopa Sul-Americana e um Campeonato do Mundo de clubes. A chegada à seleção brasileira foi o culminar de um processo de aprendizagem, não só nos clubes onde trabalhou, mas também no estudo do que se pratica na Europa. Por isso mesmo, pode muitas vezes ser visto como um treinador que impôs um profissionalismo nunca antes visto na seleção.
Nada menos que campeão
A expetativa do Brasil para este campeonato, como para todos, é a de ser campeão mundial. O lado bom deste ano é que o Brasil tem mesmo uma das equipas mais fortes, não só no talento, mas também nas qualidades trabalhadas. Junta-lhe a isso Neymar em condições para liderar a equipa. Falta ganhar na decisão.
Boas Apostas!