Argentina, Colômbia, Paraguai e Qatar são as quatro seleções reunidas no grupo B da Copa América 2019. A “albiceleste”, crónica candidata ao título, chega ao Brasil com várias novidades e terá que debelar a Colômbia de Carlos Queiroz, um Paraguai à procura de identidade sob as ordens de Eduardo Berizzo e a seleção do Qatar, recém-consagrada campeã asiática.
Argentina
A má prestação no Mundial 2018 culminou com a saída de Jorge Sampaoli da seleção Argentina, deixando a vaga “à mercê” de Lionel Scaloni. Agora mais que nunca, as esperanças do povo argentino estão todas depositadas em Lionel, mas de apelido Messi e não Scaloni. Depois de duas finais da Copa América perdidas para o Chile – Messi chegou mesmo a ponderar abandonar a seleção após a derrota em 2016, na edição Centenária da Copa América -, a Argentina surge com vários sinais de renovação em solo brasileiro. Os últimos amigáveis têm provado que Scaloni ainda tem várias duvidas em relação ao onze que vai apresentar no Brasil. Nomes como Saravia, Pezzella, Tagliafico, Guido Rodríguez ou Paredes são sinónimos de renovação numa equipa que tem sido testada em vários sistemas táticos, tanto que Scaloni tem alternado entre uma linha defensiva a três e a quatro. Neste momento, as duvidas sobrepõem-se às certezas quando falamos daquilo que vai ser a Argentina na Copa América 2019.
Leo Messi quer conquistar o seu primeiro grande título ao serviço da seleção e “Kun” Aguero, presumivelmente titular ao lado de “La Pulga”, foi taxativo na hora de falar aos microfones da imprensa do seu país: “Quero ganhar esta Copa América mais por Messi que por mim”.
Apesar de ser a segunda seleção que mais vezes venceu a Copa América, a “seca” argentina vai já em 26 anos. Após a conquista de 1993, a “albiceleste” perdeu as quatro finais que disputou.
Colômbia
Carlos Queiroz é o embaixador nacional na Copa América 2019. O técnico português deixou a seleção iraniana após o Mundial 2018 e comprometeu-se com a congénere da Colômbia, equipa que nos últimos anos esteve sob alçada de José Pekerman. Ao contrário do que acontece com a Argentina, a seleção colombiana aterra no Brasil com um conjunto experiente, composto por jogadores com experiência em fases finais de grandes competições tanto de seleções quanto de clubes. Falcao, James Rodríguez e Cuadrado continuam a ser as principais figuras de um ataque demolidor que conta também com jogadores como Duván Zapata, uma das figuras da grande temporada da Atalanta, Luís Muriel ou Carlos Bacca. O maior desafio para Queiroz passa por garantir equilíbrio e estabilidade a partir de trás, setor em que Mina e Sánchez deverão ser os comandantes no eixo.
Na edição Centenária da Copa América, em 2016, a equipa “Cafetera” terminou no terceiro posto. Os colombianos possuem talento e experiências mais que suficientes para ultrapassarem a fase de grupos e sonhar com a possibilidade de chegar à decisão pode não ser tão descabido quanto isso.
Paraguai
A experiência de Juan Carlos Osorio no comando técnico da seleção paraguaia durou apenas cinco meses. Uma vez consumada a saída do técnico colombiano, os responsáveis da Federação paraguaia optaram por recrutar os serviços do argentino Eduardo Berizzo, treinador que assumiu os destinos da “albiroja” em fevereiro para dar início a um projeto a “médio prazo”. Segundo a imprensa paraguaia, os dirigentes da Federação pretendem que Berizzo proceda à renovação da seleção, preparando-a para assegurar um lugar na fase final do Mundial 2022. Berizzo vê-se a braços com a missão de apostar em “sangue” novo para a equipa que veste de vermelho e branco. E por falar em vermelho e branco, a verdade é que há dois jogadores com passado associado ao Benfica nesta seleção – Derlis González e Óscar Cardozo. Aos 36 anos, “Tacuara”continua ao serviço do Libertad e integra a convocatória paraguaia, embora não se perspetive que seja titular no 1x4x3x3 paraguaio. Juan Iturbe é o terceiro elemento com passado associado ao futebol português, ele que passou pelo Porto e atualmente defende as cores dos mexicanos do Pumas.
A atravessar um período de transição geracional, jogadores como Justo Villar, Paulo Da Silva ou Roque Santa Cruz deixaram de constar na convocatória. A principal figura da nova geração é Miguel Almirón, jogador vinculado ao Newcastle.
Qatar
Anfitriã do próximo Mundial, a seleção do Qatar é uma das duas nações convidadas desta edição da Copa América e apresentar-se-á em cena com um estatuto que poucos poderiam prever que alcançasse: o de campeã da Ásia. Em janeiro deste ano, a seleção orientada pelo espanhol Félix Sánchez venceu a competição de seleções mais importante do continente asiático ao derrotar a congénere do Japão (também presente nesta Copa América) na final.
Não obstante o estatuto de campeã asiática, a seleção “qatari” entra em cena como seleção mais vulnerável deste grupo C. Lionel Scaloni, Carlos Queiroz e Eduardo Berizzo decerto analisaram a prestação do Qatar na Taça Asiática e puderam perceber que a organização defensiva e a sagacidade na saída para o ataque foram a chave para o sucesso de uma equipa que encaixou apenas um golo em toda a campanha. Almoez Ali vai ser uma seta apontada às balizas adversárias, jogador que foi distinguido na Taça Asiática.
Boas apostas!