A grande referência do futebol asiático de olho em Tóquio 2020, uma “geração de ouro” à procura de se reencontrar, um Equador em processo de renovação e o sempre temível Uruguai compõem o grupo C da Copa América 2019.

Japão

Foto: "The Asahi Shimbun"

Foto: “The Asahi Shimbun”

A seleção japonesa é a principal referência do futebol asiático nos dias que correm e nem a derrota sofrida às mãos do Qatar na final da Taça Asiática 2019 mexe com esse estatuto. Convidada para uma fase final da Copa América pela segunda vez na sua história, a equipa japonesa vai aproveitar a ocasião para dar continuidade à preparação para os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2o20, aposta que tem sido destacada pela imprensa internacional e que é perceptível por força de vários indicadores – o facto de 13 dos 23 convocados nunca terem vestido a camisola da principal seleção nipónica é de todos o mais claro. Além disso, a aposta dos responsáveis japoneses no seleccionador Hajime Moriyasu não foi obra do acaso. O técnico que assumiu as rédes da seleção após o Mundial 2018 e guiou a equipa à final da Taça Asiática é o homem certo para preparar e potenciar a formação que se vai apresentar nos Jogos Olímpicos, isto atendendo à sua experiência anterior a trabalhar nos escalões mais baixos da seleção japonesa.

Sem referências como Honda e Kagawa, os sinais de renovação são claros. Okazaki é provavelmente o mais mediático de entre os potenciais titulares, mas há outro nome que nos merece destaque e que é já bem conhecido do público português – Shoya Nakajima. O japonês que durante metade da última época representou o Portimonense tem aqui a primeira grande oportunidade para apresentar as suas qualidades na fase final de uma grande competição de seleções, isto depois de ter falhado a Taça Asiática devido a lesão.

Esta equipa japonesa é uma ode à juventude e está disposta a surpreender. Partiria sempre bem atrás de Chile e sobretudo Uruguai na luta pela fase seguinte e, dadas as circunstâncias, a missão poderá ser ainda mais difícil por força da inexperiência. A imprensa japonesa destaca o “pragamatismo” como uma das principais caraterísticas do Japão de Moryiyasu.

Chile

O respeitável estatuto de vencedor das últimas duas edições da Copa América não anda a par com aquilo que têm sido as prestações dos “mineiros”, ausentes da fase final do Mundial 2018. A equipa chilena dispensa apresentações – de Medel a Alexis Sánchez sem esquecer Vidal, a “espinha dorsal” da seleção continua a ser a mesma que alcançou o sucesso nas duas últimas edições da prova continental. Não obstante, há quem clame por renovação e por novas ideias e dinâmicas, até porque são vários os elementos que já não têm a disponibilidade física exibida outrora, tal como provam as suas prestações na temporada de clubes que agora finda. Esta poderá muito bem ser a última Copa América para a “geração de ouro” chilena que conquistou as únicas duas edições da prova de toda a história para o país, mas uma entrada convincente no torneio deverá ser decisiva. Reinaldo Rueda vai dirigir a seleção na primeira fase final desde que assumiu os destinos da equipa e a verdade é que a contestação ao ex-seleccionador de Colômbia, Honduras e Equador tem subido de tom à medida que a prova se aproxima.

Equador

Ainda a “sarar as feridas” do acesso falhado à fase final do Mundial 2018, a seleção equatoriana continua sob alçada de Hernán Bolillo Gómez e tem motivos para se queixar do sorteio, dado que precisará de orquestrar uma surpresa para marcar presença na próxima fase da Copa América 2019 a partir de um grupo em que Uruguai e Chile são claramente favoritos.

A convocatória para esta Copa América 2019 já integra alguns jovens promissores, mas o melhor, ainda está para vir. Afinal, o ano de 2019 tem sido incrível para a seleção de sub-20, vencedor do Sudamericano e semifinalista do Mundial. O futuro passará por muitos dos atletas que integram essa seleção e, como tal, a renovação continuará.

A “figura maior” do Equador continua a ser Enner Valencia, atualmente ao serviço do Tigres do México, pode tornar-se no melhor marcador de sempre da seleção. O outro Valencia, Antonio, agora desvinculado do Manchester United, é o único jogador da lista que na última época esteve ao serviço de uma equipa europeia.

Uruguai

A seleção do Uruguai continua a ostentar o título de seleção mais titulada do continente com um total de 15 troféus. As grandes figuras que têm feito com que o Uruguai se assuma como uma das seleções mais respeitadas do futebol mundial ao longo dos últimos anos por lá continuam, desde a solidez e liderança de Godín à letalidade de uma frente de ataque composta por Suárez e Cavani. A diferença, essa, está no meio: Betancur, Nández e Valverde são três baluartes da renovação que o sobejamente conhecido Óscar Tabárez tem procurado introduzir na equipa sob suas ordens. O setor intermediário dos “Charrúa” é agora mais técnico e não tão impetuoso quanto em outros tempos, embora a os “chavões” associados à “garra” e à superação continuem a assentar na perfeição quando falamos desta equipa.

A seleção uruguaia deve ser sempre tida em conta e esta ocasião não foge à regra.

Boas apostas!