Grigor Dimitrov – Gilles Simon (Wimbledon)
Grigor Dimitrov e Gilles Simon disputam a passagem à terceira ronda do Major Britânico. Tanto um como outro têm expetativas elevadas para Wimbledon. O búlgaro estava ansioso que a temporada de terra batida acabasse para poder encontrar algum conforto nesta superfície. E à primeira resultou. Frantangelo foi o adversário apropriado para ganhar confiança e perceber o que há a melhorar. O francês chega ao All England Club algo tremido e precisar de três horas e meia para ultrapassar a primeira ronda reforça as dificuldades por que passa. Ainda assim, só por uma vez foi derrotado por Dimitrov, o que, psicologicamente, pode ser importante.
Grigor Dimitrov estava ansioso por chegar ao All England Club. O búlgaro reconhece que tem muito boas memórias de competir em Wimbledon e isso faz toda a diferença quando se anda a tentar restabelecer a confiança no próprio jogo. 2014 foi o ano em que a carreira de Dimitrov parecia ter explodido. Foi o anos em que alcançou a meia-final do Major Britânico, altura em que foi afastado por Novak Djokovic (6-4, 3-6, 7-6, 7-6), depois de ter eliminado Andy Murray na etapa anterior. Foi também a temporada em que chegou a ser número oito mundial. Hoje, dois anos passados, está vinte e nove postos abaixo e a tentar reestabelecer-se na hierarquia do ténis. Apesar de ter apenas vinte e cinco anos, quando falamos da carreira do búlgaro parece que estamos a falar de um veterano. Houve esse momento alto e as expetativas eram muito elevadas. Hoje, o título de “Baby Fed” parece quase uma piada cruel.
Ninguém retira a Dimitrov as suas capacidades técnicas, a elegância do seu ténis, mas um jogador de topo caracteriza-se antes de mais pela regularidade. É isso que faz a diferença e o búlgaro ainda não conseguiu encontrar o seu equilíbrio. A temporada de terra batida não correu de feição a Dimitrov e sentiu muitas dificuldades no seu primeiro serviço. Mas a mudança para a relva, em termos de resultados, não melhorou. Até ontem, a última vitória tinha sido no último dia de abril, no Open de Istambul, frente a Karlovic (7-6, 7-6). Seguiram-se cinco torneios com saídas na primeira tentativa.
Ontem foi mandado para um court secundário para medir forças com Bjorn Fratangelo (6-3, 6-4, 6-2) e bastou hora e meia em court para cumprir o objetivo. O norte-americano foi o adversário certo para Dimitrov crescer no jogo. No final o búlgaro dizia que se sentiu bem em campo. O serviço estava a funcionar, os movimentos na relva saíram bem e que sentia a confiança a voltar. Boas notícias para o ténis em geral.
Gilles Simon chega a Londres num momento de forma algo tremido. Desde Roland Garro – onde caiu na terceira ronda, frente a Troicki (6-4, 6-2, 6-2) – que o francês não está muito satisfeito com a sua prestação em court. Em Estugarda foi afastado na segunda jornada por Juan Martin del Potro (6-7, 6-3, 6-0) e em Queen’s foi vítima de Kyle Edmund na primeira ronda (6-4, 3-6, 6-1).
A estreia em Wimbledon foi dura. O francês precisou de três horas e meia para ultrapassar Janko Tipsarevic (4-6, 6-4, 7-5, 6-3). A sorte é que os trinta e oito erros não forçados de Simon foram amplamente superados pelos cinquenta e cinco do sérvio. Mas se o objetivo é, no mínimo, repetir os quartos de final do ano passado o número vinte do mundo vai ter que melhorar rapidamente a sua condição.
2016 | Monte Carlo | Simon | 2 | 6 | 6 | 2R |
Dimitrov | 0 | 4 | 3 | |||
2016 | Brisbane | Dimitrov | 2 | 6 | 7 | 1R |
Simon | 0 | 3 | 6 | |||
2012 | Jogos Olímpicos | Simon | 2 | 6 | 6 | 2R |
Dimitrov | 0 | 3 | 3 |
Pelo menos o histórico de confrontos é reconfortante para o francês. Só perdeu um dos seis duelos com o búlgaro. Mas, para sermos rigorosos, convém dizer que os quatro primeiros já são longínquos, ainda Dimitrov era pouco mais que uma criança. Os mais recentes, ambos este ano, foram divididos: o búlgaro venceu em Brisbane, em piso rápido, e o francês levou a melhor em Roland Garros, sobre terra batida.