Grigor Dimitrov – Federico Delbonis (ATP Masters Miami)
Grigor Dimitrov estreia-se no Miami Open frente a Delbonis. Tem sido um início de ano complicado para o búlgaro, um pouco no seguimento do que aconteceu na temporada passada. Ainda não conseguiu fazer nada de monta e caiu para o vigésimo quinto lugar do Ranking ATP. O argentino, que não goza do estatuto de pré-designado, já teve que ultrapassar na primeira ronda o sueco Ymer, e não foi tão fácil como se poderia antecipar.
Grigor Dimitrov ocupa agora a posição vinte e oito da hierarquia do ténis. Ainda há dois ou três anos era aclamado como o “Baby Fed”, pela evidente elegância técnica, e apontado ao top-10 do circuito profissional. Às vezes é o físico a limitar a progressão de um talento – como aconteceu com Gasquet – outras vezes a cabeça e parece que no caso do búlgaro é mais a segunda componente. Depois de há dois anos ter ganho três títulos numa só temporada – Acapulco, Bucareste e Queen’s – a chama de Dimitrov perdeu fulgor. Em 2016 o melhor que conseguiu foi ser finalista vencido em Sidnei, frente a Viktor Troki (2-6, 6-1, 7-6) e uma meia-final em Delray Beach, onde foi eliminado pelo norte-americano Rajeev Ram (6-4, 6-3). Mas as coisas não se ficam por aqui. Esta época o búlgaro passou por duas experiências que devem, certamente, ter deixado marca.
Em Acapulco, torneio onde já se tinha sagrado campeão, foi afastado por Dominic Thiem (7-5, 6-2) nos quartos de final. O austríaco de vinte anos viria a vencer a final. Na semana passada, em Indian Wells, Grigor Dimitrov foi afastado no jogo de estreia por um adolescente de dezoito anos (6-4, 3-6, 7-5). O búlgaro viu em court como uma versão bem mais jovem de si se empolgou e empolgou as bancadas. No derradeiro set Alexander Zverev não desarmou, apesar de ter sofrido um break logo de entrada e acabaria por dar a volta ao marcador e vencer a partida.
Se esses momentos serviram para o espicaçar ou para o desmoralizar, o tempo o dirá. Para já tem a oportunidade de seguir em frente. Em 2012 chegou até aos oitavos de final no Masters 1000 de Miami mas desde então tem caído consistentemente na terceira ronda. Veremos se a situação se repete.
Se analisarmos o registo podemos dizer que o ponto alto da temporada para Federico Delbonis foram os quartos de final do Rio de Janeiro (perdeu com Cuevas por 6-4 e 7-6) e de São Paulo (desta feita o carrasco foi Iago Cervantes, 7-6, 2-6, 6-4). De facto foram os seus melhores resultados em termos da progressão nos torneios deste ano. Mas o pico foi outro. Na terceira ronda de Indian Wells o argentino eliminou o número dois mundial, Andy Murray (6-4, 4-6, 7-6), um desfecho que surpreendeu meio mundo. Foi uma exibição irrepreensível de Delbonis e o escocês, algo desconcentrado a espaços, bem tentou ajustar o seu jogo mas não foi suficiente.
O quadragésimo oitavo tenista mais cotado do circuito caiu na ronda seguinte, no Masters da Califórni, cortesia de Gael Monfils (6-3, 6-4), mas tirou daí um propósito. O argentino disse que ira tentar aproveitar a confiança de ter ultrapassado um obstáculo destes para tentar encontrar um ponto de equilíbrio. Ou seja, tentar evitar altos e baixos de forma, exibições de encher o olho com outras que deixam a desejar.
2015 | Wimbledon | Dimitrov | 3 | 6 | 6 | 6 | 1R | |||
Delbonis | 0 | 3 | 0 | 4 |
Os dois tenistas só se defrontaram uma vez, no ano passado, na primeira ronda de Wimbledon. Dimitrov venceu os três sets.