Mais uma rodada e o Manchester City continua a bater recordes, são agora quinze as vitórias consecutivas. Por falar em mais do mesmo, Liverpool e Arsenal voltam a emperrar. E terminamos com as boas surpresas. Sem alarido, o Burnely estás às portas dos lugares europeus e apesar de ainda ser cedo é impossível ignorar o tremendo feito. Nos Foxes, Claude Puel recusa embandeirar em arco mas é evidente que a equipa voltou a jogar com entusiasmo e eficácia.
Mais do mesmo
Na categoria “corresponder às expetativas” o líder Manchester City não levanta o pé do acelerador e bate os Swans com quatro golos sem resposta. A equipa de Pep Guardiola continua a estabelecer recordes e são agora quinze vitórias consecutivas na Liga Inglesa, seguindo imbatível à décima sétima jornada. O técnico catalão sempre vai avisando que os recordes não servirão de nada se o City não conquistar o título, uma forma de manter tanto o plantel como os adeptos focados e com os pés bem assentes no chão.
Na quarta-feira tanto o Liverpool como o Arsenal voltaram a ceder pontos e a perder terreno. Os Reds empataram em casa com o West Bromwich (0-0) e até uma homem de bem com a vida como Klopp entra naquelas armadilhas de se sentir injustiçado, como se o golo com a mão de Solanke não tivesse sido corretamente anulado. Os Gunners não conseguiram romper as barreiras do West Ham e também acabaram com um nulo no dérbi de Londres.
Grão a grão
Mas a jornada a meio da semana não se fez apenas dos grandes. Há trabalho a dar frutos em equipas que seguem de perto o pelotão da frente. Sem fazer grande alarido, quase passando entre os pingos da chuva, o FC Burnely está em igualdade pontual com o Liverpool, encostado aos lugares europeus. Sei que é muito cedo e que muita coisa pode ainda correr mal mas já começa a ser esquisito ignorar a extraordinário campanha da formação treinada por Sean Dyche. O triunfo sobre o Stoke City só chegou no penúltimo minuto, com o golo de Ashley Barnes, que saltou do banco a meio do segundo tempo. Seis das nove vitórias que têm na Premier League foram por um a zero e os Clarets têm o pior ataque da metade superior da tabela. Mas o treinador inglês é muito pragmático. Ele sabe o campeonato em que está e discutir as partidas é o principal objetivo. Em duelos equilibrados há sempre uma oportunidade que pode virar o jogo a nosso favor. Por outro lado, a defesa do Burnely só tem mais um golo sofrido que a dos dois de Manchester, e isso faz toda a diferença.
Efeito Puel
Claude Puel recusa embandeirar em arco mas a evolução do Leicester é evidente. Sob o seu comando os Foxes sofreram apenas um desaire (5V/ 2E/ 1D) – frente aos inevitáveis Cityzens – e na terça-feira somaram a quarta vitória consecutiva, na visita a Southampton (1-4). Shinji Okazaki bisou e foi, muito provavelmente, o homem do jogo, com Riyad Mahrez e Andy King a completarem as contas. Esta sucessão de resultados positivos empurrou-os até ao oitavo lugar, muito mais perto dos lugares europeus (a cinco pontos) que da zona de despromoção (mais doze). Sob a orientação do treinador francês os elementos mais decisivos como Vardy, Okazaki e Mahrez parecem ter reencontrado a alegria de jogar. Estão mais soltos e confiantes. Puel desvalorizou o lado de vingança pessoal, preferindo sublinhar o prazer de reencontrar caras conhecidas, mas não ninguém esquece que o técnico foi dispensado no final da temporada, apesar de ter conduzido os Saints ao oitavo posto da Premier League e à final da Taça da Liga.