Gana – Chile (Mundial Sub-20)
O encontro que fecha os quartos-de-final do Mundial de Sub-20 coloca frente a frente o Gana e o Chile. Os ganeses foram os carrascos de Portugal nos oitavos-de-final, batendo os lusos por 3-2, depois de terem permitido a reviravolta. Na fase inicial, o Gana terminou em terceiro lugar do Grupo A, somando três pontos, com cinco golos marcados e outros tantos sofridos. Já os chilenos terminaram em segundo lugar no Grupo E, com quatro pontos, quatro golos marcados e quatro sofridos, tendo eliminado a Croácia nos oitavos-de-final com uma vitória por 2-0.
O Gana mostrou, frente a Portugal, quais as suas qualidades e quais os seus defeitos. É um livro aberto, esta seleção africana, que vai mantendo a tradição de levar longe o nome da nação ganesa nas competições de futebol jovem. Com boa capacidade de manejar a posse de bola, o Gana é paciente na procura dos espaços, devendo a Moses Odjer boa parte dessa capacidade. O jovem médio ofensivo lidera o pensamento da equipa, que não reage bem perante a pressão alta. Caso o seu adversário procure intensamente a bola em linhas mais avançadas, a posse de bola do Gana sofre e transforma-se em algum caos organizativo. Sellas Tetteh precisa, assim, de manter o seu adversário arrumado atrás, pelo que o posicionamento do seu jogador mais avançado e dos seus extremos é importante, nesse sentido. Perante a velocidade, a defesa ganesa também tende a ressentir-se, pelo que os africanos insistem em manter o ritmo de jogo o mais lento possível. A equipa ganesa deverá apostar na expetativa, esperando assim manter o jogo sob controlo, procurando, também, explorar o remate de fora da área como arma para chegar ao golo.
O Chile garantiu o segundo lugar num grupo que apenas apurou duas equipas para os oitavos, e se bem que o Iraque tem comprovado ser uma equipa forte e com capacidade de chegar longe neste Mundial, a Inglaterra e o Egito acabaram por ficar aquém das expetativas, transformando-se em adversários acessíveis. No entanto, frente à Croácia, os chilenos deram mostras dos atributos que os fazem ser vistos como um dos possíveis candidatos a atingir a final. Ainda assim, devido à acumulação de amarelos, o técnico chileno não poderá contar com Sebastián Martínez, elemento importantíssimo no equilíbrio das linhas da rojita. Ganha assim preponderância o avançado Nicolás Castillo, que terá a função de levar a equipa ao golo. Caso os chilenos consigam impor um bom ritmo, com velocidade e boas trocas de bola, a defesa do Gana terá muitas dificuldades para se manter posicionada, abrindo caminhos para a progressão dos médios mais ofensivos do Chile. Essa poderá ser uma chave essencial desta partida, onde os sul-americanos tentarão avançar para as meias-finais frente à França.
Os chilenos contam com um ligeiro favoritismo nesta partida, sendo que a sua experiência competitiva poderá ser mais uma vantagem frente a uma equipa ganesa que depende, muito mais, do talento e das oportunidades que lhe forem oferecidas, sendo uma equipa com pouca capacidade para abrir o jogo taticamente.
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