Gael Monfils – Federico Delbonis (ATP Masters Indian Wells)
Ontem, em Indian Wells, Federico Delbonis fez o impensável. Mandou o número dois mundial mais cedo para casa. Agora o argentino tem que suspender a euforia e concentrar-se para levar de vencido o showman Gael Monfils. É a primeira vez que ambos os tenistas chegam aos oitavos de final do Masters 1000 californiano.
Gael Monfils já não participava no Masters de Indian Wells há duas temporadas, altura em que igualou a sua melhor prestação no torneio. Caiu às mãos de Fabio Fognini, na terceira ronda. O que significa que, aconteça o que acontecer contra Delbonis, o francês está já a percorrer território onde nunca antes tinha estado.
Dispensado da primeira ronda, Gael Monfils teve pela frente nas etapas seguintes dois representantes da Armada Espanhola. Carreño-Busta revelou-se um osso mais duro de roer nesta superfície, com ambos os tenistas muito seguros e a apostar forte nos respetivos jogos de serviço. O segundo e decisivo parcial foi mesmo decidido em tie break e o primeiro esteve muito perto de lá cair (7-5, 7-6). Em seguida teve Albert Ramos do outro lado da rede e esse nunca teve hipóteses (6-1, 6-3). O gaulês precisou de mais de uma hora para fechar o encontro a seu favor.
Monfils chegou aos quartos de final do Open da Austrália, onde foi eliminado por Milos Raonic (6-3, 3-6, 6-3, 6-4), e em Montpellier foi finalista vencido, com o título a ir para Martin Klizan (6-7, 6-3, 6-1). Foram estes, até ao momento, os seus momentos altos da temporada. Já este mês Monfils deu o seu contributo à seleção francesa, na Taça Davis, vencendo o adversário que lhe foi atribuído, Frank Dancevic (6-3, 6-1, 6-3). A França acabaria por vencer o Canadá por 5-0.
Ontem o dia em Indian Wells foi inteirinho de Federico Delbonis. O número cinquenta e três do ranking ATP eliminou o número dois da hierarquia, Andy Murray (6-4, 4-6, 7-6). O argentino não cabia em si de contente e disse que este era um dos momentos grandes da sua carreira, talvez o maior até ao momento. Até comparou com o facto de já ter tido sucesso sobre Federer e Wawrinka, mas este triunfo torna-se especialmente saboroso porque, segundo ele, premeia o esforço e insistência com que abordou a pré-temporada. Um dos maiores objetivos de Delbonis para este ano era melhorar a prestação em pisos rápidos e para bater o escocês teve que haver evolução significativa. O argentino ia com a lição bem estudada: castigar a direita de Murray e impedir que ele se sentisse confortável para utilizar a sua grande arma, a resposta ao serviço. Ser agressivo e tentar dominar os pontos. Em teoria é o que devia estar num manual para alguém que enfrenta o escocês. Mas uma coisa é saber o que se deve fazer, outra bem distinta é conseguir executá-lo. Nas rondas anteriores tinha afastado Santiago Giraldo (6-3, 7-6) e o português João Sousa (7-6, 6-4).
Os seus melhores resultados da época aconteceram na terra batida da América do Sul, o seu ambiente de eleição. Em São Paulo e no Rio de Janeiro chegou aos quartos de final, sendo afastado por Iñigo Cervantes (7-6, 2-6, 6-4) no primeiro e por Pablo Cuevas (6-4, 7-6), no segundo. No primeiro Grand Slam de 2016 ficou-se pela terceira ronda, caindo vítima de Gilles Simon (6-3, 6-2, 6-1).
2014 | Masters de Cincinnati | Monfils | 2 | 6 | 3 | 6 | 1R | |||
Delbonis | 1 | 3 | 6 | 3 |
Monfils venceu o único duelo que teve até agora com Delbonis.