Gabão – Guiné-Bissau (Taça das Nações Africanas)
Se ser o país organizador, tendo no plantel um dos melhores jogadores africanos, não causa pressão sobre a seleção do Gabão, então não sabemos o que causará. Num grupo onde sabem não poder cometer erros, os gaboneses apresentam-se ao seu público frente ao adversário mais frágil, a Guiné-Bissau, que pelo número de jogadores formados em Portugal poderá, ainda assim surpreender no seu ano de estreia na Taça das Nações Africanas.
Depois de terem atingido os quartos-de-final em 2012, na outra edição em que também foram co-organizadores, a seleção do Gabão parece reunir neste momento o grupo de jogadores capaz de apostar em chegar ainda mais longe, batendo assim o seu melhor resultado na prova. A grande figura da equipa, Aubameyang, está na sua temporada de afirmação a todos os níveis, no Borussia Dortmund, antevendo-se uma saída para um clube ainda mais poderoso, faltando-lhe, ainda assim, um título com a sua seleção no currículo. Didier Ovono, um guarda-redes já com 33 anos e muita experiência, Bruno Ecuélé Manga, como líder defensivo, e Mario Lemina para funcionar como referência no meio-campo, são outros bons argumentos a apresentar pela equipa da casa. Infelizmente, a nível técnico, a consistência não tem sido a mesma, com o afastamento de Jorge Costa a deixar algumas marcas. A seleção será orientada pelo espanhol José António Camacho, que chegou já muito em cima da competição, e que espera conseguir ter a arte suficiente para se adaptar à exigência do cargo. Com um jogo amigável, realizado em novembro, frente a Comoros, a terminar em empate, a forma como Camacho irá atuar neste jogo inaugural é, de certa forma, uma incógnita.
Onze Provável: Ovono – André Poko, Ecuélé Manga, Appindangoyé, Obiang – Tandjigora – Madinda, Ndong, Lemina – Aubameyang, Evouna.
A Guiné-Bissau é a grande surpresa desta edição da CAN, conseguindo um apuramento surpresa que tem como base o crescimento do número de jogadores naturais do país a jogar em Portugal, sobretudo nos escalões de formação, e um trabalho de organização do futebol local iniciado por Paulo Torres, que acabou por sair da seleção há cerca do ano. Para o comando da mesma regressou o veterano Baciro Candé que confia em três treinadores portugueses a liderança no terreno. João Gião, no treino, Filipe Moreira, treinador de guarda-redes, e Nélson Pires, fisioterapeuta. A equipa técnica portuguesa conjugará os valores que passaram por Portugal para tentar formar um onze forte. Zezinho, Francisco Júnior, Abel Camará, João Mário, Sami, Toni Silva, Piqueti, Sana ou Mamadu Candé serão bons exemplos de uma equipa que tem uma experiência acumulada em competições de maior exigência, sendo que Bocundji Ca, um dos mais experientes do grupo e com carreira em França, funcionará como líder do conjunto de Baciro Candé. Ultrapassados Zâmbia, Quénia e Congo na fase de apuramento, os guineenses passaram por algumas incertezas na preparação da prova, devido a problemas de pagamento de prémios, mas espera-se que possam estar já focados em realizar uma prova memorável no Gabão.
Onze Provável: Jonas Mendes – Tomás Dabó, Eridson, Juary, Mamadu Candé – Zezinho, Bocundji Ca, Francisco Júnior – Sami, Toni Silva, Abel Camará.
Esta vai ser a primeira vez que as duas seleções se defrontam num encontro oficial.
A jogar em casa, com jogadores de dimensão mundial, o Gabão é o principal favorito à vitória. A Guiné-Bissau poderá continuar a surpreender, mas apenas se os seus jogadores se mostrarem ao seu mais alto nível e totalmente focados na competição. Qualquer outra situação retirar-lhes-á a possibilidade que têm de entrar a pontuar na CAN 2017.