No sábado, no Estádio de Wembley, o Fulham garantiu a subida à Premier League, batendo na final dos play-offs do Championship o Aston Villa. Os Cottagers, que se destacaram pelo futebol atraente ao longo da temporada mostraram também ser capazes de jogar feio e agressivo quando o momento o exigia. A equipa orientada por Slavisa Jokanovic apanha a boleia de Wolves e Cardiff, em sentido ascendente. Parece que teremos mais um português na primeira divisão inglesa.
Fazer o que for preciso

Este jovem adepto não se deve lembrar da última participação do Fulham na Premier League, em 2013/14.
Foi uma final a fazer jus à reputação competitiva do Championship. Ao contrário do futebol mais técnico e elaborado que definiu a equipa ao longo da temporada, o Fulham FC foi a Wembley mostrar que também é capaz de jogar feio, agressivo e em cima do adversário, se o momento assim o exigir. O Aston Villa não estava preparado para isso e demorou muito a reagir. O golo do capitão Tom Cairney, aos vinte e três minutos, fez a diferença no marcador final, aquele que permite aos Cottagers regressar à Premier League na próxima temporada, acompanhando assim os já qualificados Wolverhampton e Cardiff City.

Aos dezoito anos, o talento de Sessegnon já foi determinante para a promoção dos Cottagers.
Um triunfo que vale 160 milhões de libras mais as vantagens desportivas de ascender ao principal campeonato inglês. Uma verba importante que agora terá que ser utilizada para evitar que o plantel e equipa técnica se dispersem. Há aqui muita qualidade, a começar no treinador Slavisa Jokanovic, e uma mescla ganhadora de experiência com talento jovem. Segurar o prodígio Ryan Sessegnon, que acaba de fazer dezoito aninhos, é uma prioridade.
Em princípio, haverá mais um português na Premier League. Digo em princípio porque Rui Fonte não saiu do banco nesta final e ainda se desconhece se terá lugar no plantel que estará agora a ser desenhado para o primeiro escalão.
Esforço do Villa não foi recompensado
Steve Bruce reconheceu que a sua equipa esteve demasiado encolhida nos primeiros quarenta e cinco minutos, demasiado cautelosa. É o problema das finais. Apostar em cerrar fileiras e evitar erros que comprometam. O adversário pressionava mas continuava a uma distância segura da baliza de Johnstone. O golo do Fulham obrigou o Aston Villa a correr atrás do prejuízo, mas a mudança de chip não foi imediata. Os Villains podem argumentar que estiveram no comando no segundo tempo mas as iniciativas pecavam por falta de discernimento no último passe. Mesmo reduzido nos derradeiros vinte minutos do encontro, depois que o belga Denis Odoi viu o segundo cartão amarelo, a barreira defensiva não capitulou perante as investidas.
Se o Fulham se prepara para um verão entusiasmante de reconstrução, o Aston Villa enfrente um futuro imediato mais sombrio. Os Cottagers vão rapidamente ter que acelerar as renovações de contrato, para blindar quem não quer perder, e fazer bem contas à vida para assegurar reforços. As situações do treinador, de Aleksandar Mitrovic, cedido pelo Newcastle United, e Sessegnon estão no topo das preocupações. Fica ainda a faltar banco que garanta alternativas credíveis para jogar no escalão superior. Já os Villains arriscam uma espécie de desmembramento. Terry já fala em tom de despedida, com a MLS sendo apontada como destino para finalizar a carreira.
Fulham FC junta-se assim a Wolverhampton e Cardiff City na subida à Premier League. Uma breve pausa para festejar e depois há que trabalhar seriamente para não ser uma viagem de ida e volta.
Boas Apostas!