A França está a preparar um fim de semana de arromba. O Dia da Bastilha pode-se prolongar para domingo se a seleção se sagrar campeão do mundo de futebol. As forças de segurança afinam os últimos detalhes num efetivo de segurança gigantesco. Na Rússia, os jogadores prometem dar tudo para que a França possa reviver a euforia coletiva de há vinte anos. A derrota com Portugal no Euro ficou para nunca mais.

Feriado nacional multiplicado

Zidane levanta o troféu do França 98, com Deschamps no canto direito da imagem.

Zidane levanta o troféu do França 98, com Deschamps no canto direito da imagem.

O dia 14 de julho é feriado nacional em França. O Dia da Bastilha pode, este ano, prolongar-se para os dias seguintes se a seleção sair vitoriosa frente à croácia, no domingo, em Moscovo. Por todo o país haverá gente reunida para assistir à final. Em casa, nos Bares, nas praças onde estão a ser colocados ecrãs gigantes. Os Champs Elysées esperam mais de cem mil pessoas para a tarde de domingo, mais os milhares que sairão à rua em caso de festejos. As medidas de segurança mobilizam forças de segurança, contingentes de proteção civil e tudo mais para que não haja a menor mácula a ensombrar um dia que se espera histórico.

A cinco mil quilómetros, alguns jogadores da comitiva gaulesa garantem que o seu maior desejo é dar à França essa enorme alegria coletiva. Eles querem ver as pessoas na rua, a festejar, reproduzindo o que o país viveu há vinte anos, aquando da primeira vitória num Campeonato do Mundo de Futebol. Giroud, então com doze anos, tem lembranças desse dia; Pogba tinha cinco e as imagens que tem são as da televisão. Mbappé ainda estava para nascer.

Crescer com a lição do Euro

Didier Deschamps mantém é o homem que tem que manter a concentração no meio de todo este carnaval. Foi o primeiro a lembrar que Les Bleus ainda não tinham ganho nada e que a derrota no Euro ainda não tinha sido ultrapassada. Aqueles que se mantêm na convocatória sabem bem do que o selecionador fala. Mas essa experiência negativa, dolorosa, pode ser uma lição preciosa para enfrentar o jogo de domingo. Acho que já está a ser. A França evoluiu de forma a ser o que lhe faltava há dois anos: uma equipa pragmática, preparada para as eventualidades, pronta a fazer o jogo que lhe possa render o triunfo. Portugal está por trás desta resolução, não tenho a menor dúvida. Esta seleção francesa versão Atlético de Madrid – um coletivo organizado, com inteligência posicional, que sabe exatamente o que tem que fazer em cada momento do jogo – é fruto dessa deceção.

Últimos detalhes

Mundial_2018_Franca_Belgica_UntitiNo treino de sexta-feira Raphael Varane, Samuel Untiti, Benjamin Pavard e Oliviér Giroud fizeram trabalho específico de recuperação. Pequenas mazelas, nada que os afaste da final de domingo. Blaise Matuidi, que chegou a suscitar dúvidas, fez o treino de conjunto, a cem por cento.

A França resolveu todas as partidas a eliminar dentro do tempo regulamentar, uma vantagem significativa face aos três prolongamentos consecutivos da Croácia, mais decisão por penáltis. Mas os ingleses confiaram muito nesse cansaço de Modric e companhia e o certo é que são eles os finalistas.

Mas uma coisa também é certa, nas eliminatórias, a seleção francesa esteve sempre por cima nas segundas partes. Não apenas melhor no aspeto físico e mas também no mental e emocional. Como se ganhassem vigor com o passar do tempo, percebendo que continuavam com todas as condições de alcançar o objetivo. A França não faz marcações individuais, apostando num sistema que protege a zona. Mas no duelo com os belgas o acompanhamento de Pogba e Kanté conseguiram alternar para prestar particular atenção a adversários como De Bruyne e Fellaini, e algo do género será necessário para Luka Modric.

Boas Apostas!