França – Islândia (Euro 2016)
No último confronto dos quartos-de-final, a equipa da casa terá um desafio bem duro e rochoso pela frente. Os islandeses são surpresa nesta fase, depois de terem eliminado a seleção da Inglaterra, demonstrando um futebol que causa dificuldades a qualquer adversário, pela sua capacidade física e organização defensiva. Desafio enorme para a equipa de Didier Deschamps, obrigado a fazer alterações devido a castigos e ainda com muitos problemas para resolver no momento de organização ofensiva.
A França atingiu os quartos-de-final do Euro 2016 sem ter tido um real teste às suas capacidades. No entanto, a fragilidade parece ser uma palavra que não descola do conjunto às ordens de Didier Deschamps. É verdade que o técnico teve vários episódios, sobretudo nestes últimos meses, que acabou por atrapalhar o que seria o seu plano para este Euro. Talvez seja esse um forte argumento para aquilo que a sua equipa não tem conseguido fazer. Depois de ter sido salva por Payet no jogo inaugural, tem sido Griezmann o homem que faz a diferença, sobretudo quando joga na área do adversário. Mas para o ter aí, a equipa desequilibra-se. Primeiro problema da equipa surge logo no setor mais recuado. Evra participa mais no ataque, mas já não recupera defensivamente como nos melhores anos. Assim, Sagna fica preso no lado direito, enquanto Kanté é jogador para apenas equilibrar atrás. Será ele um dos jogadores ausentes para este jogo, tal como Rami, devido a acumulação de amarelos. O posicionamento de Pogba e Matuidi também tem sido um problema. Os dois chocam muito nas respetivas missões e acabam por empurrar Griezmann para uma das alas, onde brilha menos. Deschamps tem estes problemas para resolver e, sobretudo, um jogo onde está obrigado a vencer, já que por muitas dificuldades que a Islândia possa criar, é um adversário perante o qual o país organizador está proibido de perder.
Onze Provável: Lloris – Sagna, Umtiti, Koscielny, Evra – Pogba, Cabaye, Matuidi – Griezmann, Giroud, Payet.
A Islândia mantém-se em força neste Euro, conseguindo perante a Inglaterra uma vitória histórica, que catapultou os seus jogadores para uma atenção que ainda não tinham tido. A entrada no Euro, com o empate frente a Portugal, já tinha deixado esses sinais positivos, mas como o adversário não se apresentou na sua máxima capacidade, terá passado um pouco despercebido. Depois, um empate com a Hungria, cedido já perto do fim, e uma vitória frente à Áustria, também conseguida em cima do apito final, colocavam a Islândia num frente-a-frente com a Inglaterra que muitos esperavam ser o canto do cisne deste conjunto. Nada mais errado. A Inglaterra ficou toldada pela capacidade defensiva do seu adversário, surpreendida com dois golos sofridos muito cedo e sem soluções ou espaço para se meter de novo na partida. Os golos não aparecerem, os islandeses festejaram em comunhão com o seu público e agora fazem com que os franceses os temam como os invasores indesejados de uma festa que estaria previamente para incluir os ingleses como afáveis adversários. Com a equipa a aparentar excelente índices físicos, pelo facto de a grande maioria dos seus jogadores não ter tido épocas demasiado exigentes, ao qual se junta outro ponto, o de dez jogadores estarem a meio das suas temporadas, Lars Lagerback quer ficar em França por mais alguns dias.
Onze Provável: Halldorsson – Saevarsson, Arnason, R. Sigurdsson, Skulason – Gudmundsson, Gunnarsson, G. Sigurdsson, Bjarnason – Bodvarsson, Sigthorsson.
Os islandeses nunca venceram a seleção francesa, sendo que o máximo que conseguiram foi empatar, em três ocasiões, e sempre no seu território. A jogar em França, será um autêntico desafio conseguir ultrapassar a França. Mesmo se o peso do favoritismo esteja do lado francês, a verdade é que também pode queimar um pouco a uma equipa que não se tem sentido totalmente à vontade com esse facto. A Islândia vai saber como dificultar, mas é a França quem deve seguir em prova.
