A Liga Portuguesa de Basquetebol inicia este fim-de-semana a sua segunda fase, momento certo para analisarmos algumas das principais figuras da época nas vinte e duas jornadas realizadas. Em jeito de resumo, devemos apontar que o Benfica continua a dominar o panorama do basquetebol nacional, ainda que os bons sinais deixados pelo FC Porto, sobretudo com a vitória na Taça Hugo dos Santos, prometem luta até à decisão final. No extremo contrário estará o Vitória de Guimarães, que acaba por ficar no Grupo B, onde com o Lusitânia dos Açores e o CAB Madeira, poderá proporcionar uma interessante luta pelo playoff.
Ainda o Benfica, mas também o Porto
Não existiam dúvidas, no início da época, que o campeonato seria mais complicado para o Benfica e a realidade confirma isso. Mas também é verdade que os encarnados se prepararam para este facto e iniciam a segunda fase com uma vantagem confortável sobre a concorrência. As três contratações internacionais têm cumprido com a sua missão. Daequan Cook é um lançador temível, Jeremiah Wilson um 4 com capacidade para se impor fisicamente e em termos de mobilidade a quase todos os jogadores que o têm que defender e Ivica Radic é um poste com uma categoria que o deixou à vontade, não só nos jogos da LPB, mas também nas competições europeias. Se a isto juntarmos a capacidade de Carlos Andrade para continuar a ser um elemento decisivo, o Benfica segue com a confiança normal dos campeões.
No entanto, a capacidade do FC Porto para ter imposto uma derrota aos encarnados na LPB e uma outra na final da Taça Hugo dos Santos, não deixa de ser um claro sinal que, em tempo de final esperada, os Dragões poderão ser um obstáculo dificílimo para as Águias. Tendo conseguido também uma boa prestação europeia, a equipa do Porto tem nos norte-americanos Nick Washburn, Brad Tinsley e Seth Hinrichs os seus elementos mais regulares na LPB. Mas é com André Bessa e Pedro Bastos, este último a fazer a sua primeira temporada na divisão maior, que os Dragões ganham em raça e capacidade de risco. Bastos pode mesmo vir a tornar-se num elemento decisivo, a manter o seu rendimento nesta Liga.
A indefinição do pódio
Numa época em que Vitória de Guimarães e CAB Madeira não conseguiram confirmar os seus pergaminhos, abriu-se espaço para a afirmação de novas forças na corrida ao pódio da LPB. E com apuramento para o Grupo A da segunda fase, o Galitos pode mesmo ser considerado a principal surpresa, ainda que a base trazida de Algés e conjugada com norte-americanos de qualidade acabe por permitir esse sexto lugar. É, no entanto, na luta pelo pódio que se concentra maior atenção.
A Oliveirense e a Ovarense demonstraram poder voltar aos velhos tempos. A equipa de Oliveira de Azeméis levou José Ricardo Rodrigues para continuar a ser um técnico que está nas grandes decisões, enquanto em Ovar, com a base da sua formação e uma aposta mais capacitada em jogadores estrangeiros, tem permitido a Félix Alonso mostrar todo o seu potencial. Se estas duas equipas já demonstraram que, sob pressão, conseguem vitórias importantes – ambas sobre o FC Porto – então fica claro que a 2ª Fase pode ainda ser território de surpresas.
Quem também não deixou de surpreender e merece nota é o Basquete de Barcelos, que mesmo vendo totalmente transformada a sua estrutura, conseguiu manter-se entre as equipas da frente, garantindo, com o quinto lugar na 1ª Fase, a manutenção e a entrada no playoff.
Destaques individuais
Nuno Marçal continua, aos 40 anos, a ser uma das figuras da LPB, terminando a 1ª Fase como melhor marcado. Aliás, o pódio dos melhores marcadores da 1ª Fase é totalmente ocupado por elementos de equipas que caíram para o Grupo B, como Sasa Borovnjak e Fábio Lima, do Lusitânia e o do CAB, a ocuparem essas posições. Jordan Baker, do Galitos, é o melhor marcador das equipas que avançam para o Grupo A.
Também no capítulo dos ressaltos Sasa Borovnjak volta a estar no pódio, agora ocupando o lugar mais alto, seguido de Joseph Harris do Ovarense e de Jordan Baker, do Galitos, ambos com a mesma média de ressaltos por jogo.
Nas assistências, é Devante Chance do Lusitania o líder, apesar de ter feito só 13 encontros, com os portugueses Tomás Barroso, do Benfica, e Miguel Minhava, do Galitos, a ocuparem os restantes lugares do pódio.
Será em volta destes nomes que acabaremos por encontrar, nesta 2ª Fase, mais boas razões para seguirmos o basquetebol nacional.