A Rússia estreia-se a vencer, aplicando cinco sem resposta à Arábia Saudita. A nota negativa para a seleção anfitriã foi a saída, por lesão, de Dzagoev. Mas os russos suspiram de alívio e fazem a festa com goleada, muito graças ao mestre de cerimónias que dá pelo nome de Aleksandr Golovin. Figura do jogo, mesmo que Cheryshev tenha entrado na segunda parte para fazer a primeira dobradinha deste Campeonato do Mundo.
Onzes, surpresa e golo precoce
Por fim a bola rolou no Rússia 2018. Do lado da seleção anfitriã, nota para inclusão de Sergey Ignashevich no onze inicial. A um mês de cumprir trinta e nove anos, o central russo respondeu ao apelo do selecionador para dar meia volta na renúncia à seleção. Do lado da Arábia Saudita, uma surpresa. Al Muwallad, o avançado do Levante, fica no banco, com Juan Antonio Pizzi a optar por Al Sahlawi como homem mais adiantado.
O primeiro golo deste Campeonato do Mundo foi marcado por Yuri Gazinsky, aos doze minutos. O médio do Krasnodar recebeu um cruzamento teleguiado de Aleksandr Golovin, da esquerda. No minuto seguinte a Rússia esteve perto de alargar a vantagem mas Dzagoev estava em posição irregular. Al Mayouf foi obrigado a defender em esforço.
Dzagoev e Golovin tomam conta do meio-campo e a seleção anfitriã domina a partida. A defesa não é o forte da seleção saudita mas está a ser forçada a isso, o que a deixa muito desconfortável. A bola queima nos pés dos dois centrais, em particular. Aos vinte a Arábia Saudita consegue levar perigo à baliza de Akinfeev. O esforço de Al Sahlawi passa ao lado, mas rente. Yasser Al Shahrani é, sem dúvida, o jogador que se destaca no onze saudita.
Dzagoev sai agarrado à perna
Aos vinte e dois Stanislav Cherchesov obrigado a uma alteração forçada. Alan Dzagoev cai sozinho agarrado à coxa. Problema muscular que pode significar um ponto final precoce no Mundial para o médio russo. Entra Denis Cheryshev, descaído para a esquerda, com Golovin a deslocar-se para o meio. O jogo da Rússia muda ligeiramente já que que Dzagoev é mais um 10, alguém que recuava para vir buscar jogo. Mas a troca acaba por dar frutos. Perto do intervalo Cheryshev faz o 2-0, sentando dois adversários antes de rematar. No início do lance está o incontornável Golovin, que não desiste de uma bola longa e sabe fazer o compasso de espera até ter os companheiros no lugar certo.
Pizzi arrisca mas não petisca
Com a Rússia por cima, o segundo tempo recomeça no mesmo tom. Mas a equipa da casa está mais recuada no terreno e entrega a iniciativa ao adversário. O ritmo também baixou, o que pode ajudar a Arábia Saudita a entrar no jogo. Pizzi sente o momento e arrisca. À passagem da hora de encontro retira o médio defensivo, Abdullah Otayf, para a entrada de um segundo avançado, Al Mulwallad, o tal que se esperava que entrasse de início. É um extremo rápido e muito móvel que o selecionador saudita começou a utilizar como apoio ao ponta-de-lança mais fixo. A mudança não resulta. A profundidade não aparece e o equilíbrio que o conjunto vinha a ter no meio-campo perde-se.
Mão cheia de golos
Aos setenta e um o golpe de misericórdia. Artem Dzyuba marca de cabeça o terceiro. Adivinhem a passe milimétrico de quem? É russo, tem vinte e dois anos, usa o 17 nas costas e é do CSKA de Moscovo. Aleksandr Golovin, não há outro. É também, sem contestação, o homem do jogo (um golo, duas assistências e meia). Os russos respiram de alívio. A festa está boa e faz-se a ola nas bancadas.
Mas quem pensava que a coisa estava feita não pagou pela demora. Em cima dos noventa, Denis Cheryshev faz o 4-0, estabelecendo o primeiro bis deste Mundial. E quase de seguida, Golovin tem a recompensa mais do que merecida, fechando a contagem com uma mão cheia de golos.
Nada mal para abrir a competição, no jogo entre as duas formações menos cotadas. Mas o 5-0 não deve fazer com que a Rússia embandeire em arco. Os outros adversários não vão ser tão macios como esta Arábia Saudita.