Feirense – SL Benfica (Liga NOS)
Vila da Feira volta a receber um grande, num jogo em que as distâncias parecem ter sido encurtadas, dada a qualidade que Nuno Manta Santos impôs na equipa da casa. Para mais, o Benfica, em semana em que se deslocará até Dortmund para decidir o apuramento para os quartos-de-final da Liga dos Campeões, sentirá estar a jogar em múltiplos campos. Por um lado já conhecerá o resultado do FC Porto – podendo estar obrigado a vencer para manter a liderança, por outro lado terá essa obrigação europeia que, pelo resultado alcançado em casa, é uma responsabilidade que pode ser confirmada como um dos grandes sucessos da temporada. As muitas dimensões de um mesmo jogo.
O Feirense só perdeu dois jogos desde que Nuno Manta Santos pegou na equipa. Na deslocação a Alvalade e na recepção ao Boavista. Esta recente derrota quebrou uma série de duas vitórias, perante o Rio Ave e o Tondela, que pareciam ser uma rampa de lançamento do Feirense para uma posição de total tranquilidade. Na passada semana, o Feirense viajou até à Madeira e voltou com um ponto do confronto com o Nacional, resistindo agora na 13ª posição da Liga NOS, com dez pontos de distância para a primeira equipa abaixo da linha-de-água. É tranquilizante para a equipa do Feirense, afirmando-se uma confiança que se baseia no estilo de jogo defendido pelo seu treinador. Com Nuno Manta, a equipa tem demonstrado conhecimento dos adversários, adaptando-se a estes, criando-lhes dificuldades. Para mais, com os pontos a chegarem com regularidade, a equipa arrisca mais e segue em busca de se afirmar por aquilo que joga.
Onze Provável: Vaná – Jean Sony, Ícaro, Luís Rocha, Vítor Bruno – Luis Aurélio, Cris – Luís Machado, Tiago Silva, Etebo – Karamanos.
Com seis vitórias consecutivas em diferentes competições, o Benfica tem mais do que integrado no seu chip a necessidade de vencer todos os jogos que disputa, independentemente das condicionantes de cada um deles. Para este jogo, a pressão do seu principal perseguidor, é vista como natural e aceitável, não parecendo razão para permitir qualquer tipo de ansiedades. A proximidade do jogo da Liga dos Campeões também não deverá ser fundamental para mudar o jogar de uma equipa que está consolidada há muitos meses. No entanto, a sucessão de jogos de enorme responsabilidade têm, sem dúvida alguma, um peso nas capacidades da equipa. Não estamos a falar de um organismo estanque, mas sim de um em constante mutação. Olhando para o momento dos encarnados, pressente-se que, nesta fase, não há a mesma qualidade a partir das faixas laterais, com os Nélson Semedo e Eliseu a participar de forma muito diferente no momento ofensivo, enquanto a ausência de Fejsa e o menor fulgor de Pizzi também criam outro tipo de dificuldades para os momentos em que a equipa tem bola. Se Rafa tem sido muito discutido – e muito, sobretudo, na sua comparação com Jonas -, há que perceber que na mesma ideia do treinador, dois jogadores diferentes impõe situações e decisões diferentes, sendo que não há um modelo que não seja infligido pelas características individuais. Perante todos estes dados, com Nélson Semedo a cumprir suspensão, Grimaldo, Fejsa e Filipe Augusto lesionados, são decisões que se impõem a Rui Vitória. Encontrar a melhor forma para vencer na Feira.
Onze Provável: Éderson – André Almeida, Luisão, Lindelof, Eliseu – Samaris, Pizzi – Salvio, Jonas, Rafa – Mitroglou.
Na primeira volta, o Benfica goleou por 4-0, numa altura em que os fogaceiros ainda eram orientados por José Mota. O favoritismo, como é óbvio, veste de encarnado, mas este Feirense terá mais armas para criar alguns problemas ao Benfica.