Federico Delbonis – João Sousa (ATP Genebra)
João Sousa foi o primeiro a reservar lugar na meia-final. E quando todos esperavam que o adversário fosse o favorito, homem da casa, Stan Wawrinka, houve surpresa da grossa. Esta sexta, ao início da tarde, o português terá, do outro lado da rede, o seu parceiro de pares, Federico Delbonis. Vai ser interessante este embate entre dois tenistas com temperamentos bem distintos, que conhecem muito bem as forças e fragilidades do opositor.
Federico Delbonis desfez o sonho suíço da primeira edição do Open de Genebra. Stanislas Wawrinka disse, desde o primeiro minuto, que tinha aceite o convite para a estreia deste torneio para o vencer, não apenas para fazer relações públicas. E não haja dúvida de que tentou. O primeiro set do confronto entre Stan e Delbonis foi de altíssima qualidade. Abundaram os winners e quase não se viram erros. O suíço entrou menos bem nos sets – em ambos, à primeira vez que serviu teve que ir para as vantagens – mas depois reagia e a luta foi renhida. Abanou bastante no final do segundo parcial e início do terceiro. Mas no derradeiro set também o argentino começou a acumular erros e as falhas dominaram de um lado e outro do court. À medida que escurecia baixava a temperatura e aumentava a humidade. O terreno tornava o jogo mais lento e os dois tenistas sentiram dificuldades em adaptar-se às novas condições (6-7, 6-4, 6-4).
João Sousa atinge a sua segunda meia-final da temporada num torneio da série ATP 250. A primeira aconteceu logo no início de fevereiro, em Montpellier, prova em que foi eliminado pelo polaco Jerzy Janowicz, com os parciais de 7-6, 3-6 e 6-1. Em Genebra o tenista português tem estado a um nível elevadíssimo e não se tem deixado afetar pelos episódios laterais ao jogo propriamente dito. Sim, é verdade que João Sousa continua a ter conversas com o árbitro de cadeira e a entrar em diálogo com os adversários. Mas não se tem deixado desconcentrar por isso, oque já é uma evolução. Ele afirmou em entrevistas recentes que está a trabalhar muito esses aspetos mentais e de concentração, que ele sabe que o têm prejudicado.
Na primeira ronda o vimaranense teve que ultrapassar o homónimo brasileiro e fê-lo de forma irrepreensível. Dominando sempre os seus jogos de serviço, superiorizando-se no tie break que decidiu o primeiro parcial e mantendo o ritmo no segundo, sem dar oportunidade ao Souza com z para recuperar dos breaks sofridos (7-5, 6-3). Na segunda eliminatória, frente ao também cabeça-quente Jurgen Melzer, aconteceu aquele momento insólito em que os dois jogadores discordam quanto ao número de vezes em que a bola tocou no solo. João jura que foi só uma e portanto tinha legitimidade para devolver a bola e fazer o ponto. O austríaco, indignado, diz que foram duas e acabou dizendo que “se não me deres este ponto a nossa amizade acaba aqui”. Enfim! O árbitro declarou a bola boa e seguiu a partida que o português venceu por duplo 6-4.
O jogo dos quartos de final, frente a Pablo Andújar foi do melhor que já vimos João Sousa fazer na sua carreira, o que não seria de esperar, à partida, num encontro em terra batida. O número cinquenta do ranking entrou muito determinado e teve um primeiro set sem falhas. O resultado do segundo parcial pode induzir em erro, parecendo que o português teve um momento de desconcentração. O mérito foi todo do espanhol, que cada vez mais confortável com as condições do court, teve uma atitude muito aguerrida para reequilibrar a partida. No terceiro parcial os dois jogadores seguiram taco a taco, mas João estava com ligeiro ascendente que se traduzia na maior facilidade em que fechava os seus jogos de serviço, Andújar tinha que se esforçar um pouco mais e teve mesmo que defender break points. Chegados ao tie break, João Sousa esteve a perder 6-2 e enfrentou quatro match points antes de virar o bico ao prego e assegurar a passagem à semifinal (6-4, 2-6, 7-6).
Delbonis e Sousa são parceiros na modalidade de pares e complementam-se muito bem. O argentino é calmo e concentrado, o português é muito mais impetuoso e expansivo dentro do court. Só se defrontaram uma vez, em Buenos Aires, e foi o homem da casa a sair por cima, em sets diretos.
2013 | Buenos Aires | Federico Delbonis | 2 | 6 | 6 | 1R | ||||
João Sousa | 0 | 1 | 4 |
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