Começa amanhã a Euroleague 2014/15 e, uma vez mais, o basquetebol europeu concentra-se na conquista de um título muito desejado, mas que apenas seis equipas conquistaram desde a sua primeira edição, no ano 2000. O Panathinaikos por quatro vezes, o Maccabi Telavive três, Barcelona, Olympiakos e CSKA Moscovo duas vezes e o Virtus Bologna apenas uma, na edição inaugural. Praticamente todas estas equipas – à excepção dos italianos – continuam hoje no elitista grupo de favoritos a vencer a prova, ao qual podemos juntar o Real Madrid, finalista vencido nas últimas duas edições, e o Fenerbahce, que voltou a estar muito forte no mercado e tenta ser a primeira equipa turca a atingir a Final Four da competição.
As melhores vinte e quatro equipas do continente europeu começam divididas por quatro grupos, dos quais apontamos os principais motivos de interesse.
Grupo A
Ainda que, há partida, possamos estar inclinados para ver o Real Madrid como vencedor deste grupo, a verdade é que o conjunto merengue terá uma tarefa bem complicada, defrontando dois dos projetos milionários da Euroleague. O Anadolu Efes conjuga Dontaye Draper, Dario Saric e Nenad Krstic com alguns dos melhores jogadores turcos da atualidade, enquanto o Unics Kazan conseguiu finalmente um lugar na grande prova e traz Nikos Zisis, Keith Langford e Kostas Kaimakoglou à competição. Entre estas três equipas acontecerá uma interessante luta pelo primeiro lugar, não podendo um Real Madrid ainda mais poderoso do que na época passada deixar-se surpreender nas suas deslocações.
As outras três equipas procurarão conquistar o último lugar de apuramento para o Top 16. O Nizhny Novgorod apresenta um plantel com bastantes jovens, liderado pelo norte-americano Taylor Rochestie, e apesar de fazer a sua estreia na competição, poderá já apresentar-se como candidato ao apuramento. Terá, no entanto, que ultrapassar os experimentados lituanos do Zalgiris Kaunas e os italianos do Dinamo Sassari, ambos com maior rodagem no basquetebol de topo europeu. Será uma luta interessante, entre estilos de jogo contrastantes.
Grupo B
Maccabi Electra Telavive e CSKA Moscovo vivem momentos de renovação, mas não deixam de ser os grandes favoritos a vencer este grupo. O conjunto israelita é o campeão em título, mas sem David Blatt, que saiu para orientar os Cleveland Cavaliers, terá que encontrar nova dinâmica de jogo. Os russos despediram-se de Ettore Messina e reforçaram-se para voltar a tentar chegar até à Final Four.
A sensação ALBA Berlim, orientada pelo sérvio Sasa Obradovic, viu o seu reconhecimento aumentar com a vitória sobre os San Antonio Spurs na pré-temporada e parte com vontade de cumprir com as expetativas, mas talvez seja o Unicaja Málaga a equipa mais preparada para se intrometer na luta pelos primeiros lugares. Ambos poderão, no entanto, seguir para o TOP 16, se souberem ultrapassar os conjuntos do Cedevita e do Limoges, dois projetos de bom basquetebol que, à partida, não reúnem o mesmo nível de talento. De qualquer maneira, nunca se deve dar uma equipa orientada por Jasmin Repesa como derrotada à partida.
Grupo C
Este grupo bem pode ser apelidado como o grupo da morte. Três candidatos à vitória na Euroleague disputam com duas das equipas que vêm mostrando evolução nos últimos anos, sendo que uma destas cinco se verá relegada para a Eurocup no final da primeira fase. O Barcelona atingiu a Final Four do ano passado e com alguma juventude a ser adicionada ao seu plantel (Satoransky, Pleiss), Xavi Pascual volta a estar na liça para atingir a última fase da prova. Do Fenerbahce já se esperava algo no ano passado e este ano estará ainda mais forte com as chegadas de Ricky Hickman, Bogdan Bogdanovic, Andrew Goudelock e Jan Vesely. Não haverá qualquer desculpa para que Zeljko Obradovic não atinja o seu objetivo. O Panathinaikos, apesar de ter perdido poderio financeiro, continua a ser uma equipa muito difícil de bater no seu pavilhão e tem um dos conjuntos com mais experiência acumulada na prova.
Ao Bayern Munique e ao EA7 Emporio Armani Milan não se pode chamar outsiders. Os germânicos continuam a fazer a sua evolução reforçando-se com jogadores de topo, como são os casos de Vasilije Micic, Vladimir Stimac ou Dusko Savanovic, que chegam para dar um toque ainda mais pessoal à equipa do técnico Pesic. Em Milão, depois de se ter visto a Final Four fugir entre os dedos na época passada, volta a investir-se fortemente com as contratações de Marshon Brooks e Linas Kleiza, com o objetivo de estar entre os melhores. Com um grupo tão poderoso, os polacos do PGE Turow jogarão frente a grandes equipas, mas dificilmente terão oportunidades de vencer partidas.
Grupo D
Desde 2008 que sempre tivemos uma equipa grega na Final Four da Euroleague e o ano passado poderá ter sido uma mera excepção à tradição. Caberá ao Olympiakos tentar defender a honra do seu país, com o conjunto de Vassilis Spanoulis a estar bem cotado para ficar no primeiro lugar deste grupo, apesar de estar ainda por avaliar os efeitos da saída do técnico Georgios Bartzokas nesta última semana. O Galatasaray estará na primeira linha para tentar aproveitar os deslizes do seu adversário, com um plantel muito experiente onde Carlos Arroyo se sentirá, agora, um pouco mais apoiado, enquanto o Valencia Basket de Velimir Perasovic poderá ser um candidato ao primeiro lugar se a equipa se ajustar bem à realidade competitiva desta prova.
O Laboral Kutxa entra em defesa da sua posição na Euroleague, o que os resultados dos últimos anos poderão vir-lhe a negar, apostando forte no italiano Marco Crespi para conduzir à sobrevivência a partir do banco. O Crvena Zvezda terá a obrigação de manter a paixão sérvia nesta prova, substituindo o Partizan, enquanto o Neptunas Klapeida, da Lituânia, entra como um parente pobre nesta prova. Ainda assim, num grupo onde não existem tubarões, poderá alimentar esperanças de se intrometer na luta pelo apuramento.