A Premier League vai para um curto intervalo antes de enfrentar as derradeiras nove jornadas. É tudo uma questão de momento e não é igual ir para duas semanas de pausa a remoer numa derrota embaraçosa, como o Arsenal, com a liderança reforçada, como é o caso do Chelsea. Os Red Devils ultrapassaram por fim os Gunners e estão na quinta posição, mas são os únicos ingleses ainda envolvidos no futebol europeu. A luta pelo acesso à Liga dos Campeões, mais do que o título em si, é o que irá mexer com o topo da tabela.
Chelsea já lhe sente o cheiro
O balanço da Premier League, agora que teremos duas semanas de pausa da competição, tem que começar pelo topo. O Chelsea mantém a vantagem de dez pontos sobre a concorrência o que, a nove jornadas do fim, soa cada vez mais a campeão antecipado. Seria preciso que os Blues, que em vinte e oito partidas perderam apenas três, desatassem a sofrer derrotas consecutivas. Mesmo que empatassem os jogos que faltam, não seria suficiente para serem ultrapassados. O Chelsea já sente o cheiro do título e como esse assunto está praticamente resolvido o fico passa todo para a conquista dos lugares europeus. É isso que vai mexer com o topo da tabela daqui para a frente.
Só a Europa de primeira conta
Arsène Wenger desvalorizou o topo-4 – que alguns apontam como os serviços mínimos que podem forçar a sua saída do Emirates – dizendo que hoje em dia a participação na Liga dos Campeões já não representa financeiramente o mesmo que em anos anteriores. Os clubes ingleses recebem uma bolada tão alta pelos direitos televisivos da Premier League que já não estão dependentes da Liga Milionária para continuar a ter recursos de elite. Pode ser verdade do ponto de vista financeiro – embora ninguém diga que não a uns quantos milhões – mas do ponto de vista desportivo e de prestígio a mais-valia da prova continua válida. Mais do que isso, como se viu pela experiência do United esta época, ficar fora da Champions mas apanhar vaga na Liga Europa pode ser quase um castigo. Os jogadores e equipa técnica acham que estão acima da competição e, sobretudo nas etapas iniciais, é muito complicado motivarem-se para ela. Passar por vergonhas frente ao Dundalk é impensável mas jogar esses jogos é uma espécie de tortura. Portanto, vai ser uma luta renhida pelo top-4 e, assim, escapar ao limbo: pior do que não ter presença na europa é ser obrigado a disputar o prémio de consolação.
Spurs não desistem
Vertonghen disse no fim do jogo com o Southampton (2-1) que os Spurs ainda não tinham atirado a toalha ao chão. Enquanto for matematicamente possível, o pensamento tem que ser o de desafiara liderança dos Blues. Mesmo sabendo que as probabilidades estão contra. Do ponto de vista daquilo que os espera até finais de maio, a maior dificuldade está em que cinco dos últimos seis jogos – Leicester, Crystal Palace, Arsenal, Manchester United e Hull City – são decisivos para os adversários, tanto ou mais que para o Tottenham.
Seguem-se Cityzens e Reds, com cinquenta e sete e cinquenta e seis pontos, respetivamente. As duas formações empataram no Etihad, no domingo. Um ponto conquistado em casa do City seria um bom resultado para o Liverpool mas o facto de terem já uma jornada a mais cumprida que toda a concorrência abafa um pouco o entusiasmo. Do ponto de vista do calendário, a formação de Klopp tem a sucessão de jogos teoricamente mais acessível. Mas bem sabemos que para eles isso costuma ser contraproducente.
United e Arsenal em sentidos opostos
Com a vitória em Riverside, o Manchester United entrou, finalmente, no top-5, ultrapassando o Arsenal. Está com dois pontos de vantagem sobre os Gunners e os lugares da Liga Milionária estão a quatro de distância. Mas Mourinho e companhia podem-se agarrar ao facto de terem duas partidas em atraso relativamente ao Liverpool, o que pode encurtar significativamente as distâncias.
Arsène Wenger está no olho do furação. Uma derrota frente aos West Bromwich (3-1) fez com que o clube fosse ultrapassado pelos Red Devils e estão na sétima posição, com os mesmos cinquenta pontos que o Everton, ainda que com dois jogos em atraso em relação aos Toffees. Se do ponto de vista da classificação é grave, é pior ainda no aspeto psicológico. Cresce a pressão sobre o treinador francês, para que dê lugar a outro, e podemos imaginar como os jogadores estarão desejosos por aliviar nas respetivas seleções o clima carregado que se deve sentir no balneário do Emirates. Como se não bastasse, os nove jogos que os esperam no regresso ao campeonato não são favas contadas. Terão que ir visitar os dois rivais de Manchester e recebem os rivais Spurs. Terão também quatro desafios consecutivos com adversários que lutam pela manutenção – Palace, Middlesbrough, Sunderland e Leicester – com a meia-final da Taça de Inglaterra, frente aos Cityzens, no entretanto.
Boas Apostas!