Inicia-se amanhã mais uma edição do Eurobasket, prova que reúne as melhores seleções do Basquetebol europeu. A prova realiza-se na Estónia, onde 24 equipas disputam o título europeu e também o acesso ao Mundial, que terá lugar no próximo ano, em Espanha. Os seis melhores classificados da prova, excetuando os espanhóis, apurados como país organizador, terão a presença garantida na grande montra do basquetebol mundial.

Com as equipas divididas em quatro grupos de seis, o esquema de competição e de apuramentos pode ser encontrado aqui.

No Grupo D, que se disputa na cidade de Koper, jogam Finlândia, Grécia, Itália, Rússia, Suécia e Turquia. Parece claro que, enquanto Suécia e Finlândia lutam para escapar ao último lugar do grupo, os restantes quatro países chegam à competição com ambições de deixar marca. Também por isso, este parece ser o verdadeiro grupo da morte, onde uma equipa com plantel, tradição e aspirações poderá acabar por ficar de fora. Eis a nossa análise a cada uma das equipas.

Finlândia

Eurobasket 2013A equipa finlandesa foi crescendo com o aumentar de experiência do seu grupo de jogadores. Hanno Mottola e Teemu Rannikko são, hoje, dois veteranos que regressaram já a liga local, mas foram-se vendo rodear de bons jogadores de equipa, que trabalham para o grupo e fizeram elevar o nível de jogo desta seleção. Gerald Lee, Shawn Huff e Petteri Koponen são elementos que oferecem mais garantias ao técnico Henrik Dettmann e lhe permitem, a espaços, conseguir ser competitivos frente às seleções mais poderosas da Europa. Com um sorteio pouco favorável, neste Eurobasket, os finlandeses parecem limitados a lutar pelo posto de melhor equipa nórdica, frente à Suécia, adversária neste Grupo D. Qualquer outra vitória será sempre considerada um bónus, sendo que seria necessárias três para alcançar uma quase impossível segunda fase.

Grécia

Depois do choque que significou o afastamento dos Jogos Olímpicos de Londres, os gregos, liderados pelo técnico italiano Andrea Trinchieri volta agora com o claro desejo que estar ao nível dos melhores. Mesmo lidando com as ausências de Kostas Koufos e Nick Calathes, os gregos dispõem de um grupo muito forte e com diferentes soluções para vencer jogos. Vassilis Spanoulis estará presente em todas elas. O lançador do Olympiakos é um dominador deste jogo, tornando-se imparável nos jogos mais decisivos. Bourousis, Fotsis e Mavrokefalidis serão peças fundamentais do jogo interior, enquanto Nikos Zisis, Kostas Papanikolaou e Georgios Printezis oferecem complemento, quer no plano ofensivo, quer no defensivo, à ideia de jogo de Trincheri. Num grupo com quatro equipas a lutar pelo topo, a Grécia parece ter argumentos de sobra para seguir em frente. Bastará, para isso, que não se deixe iludir pelo favoritismo e tenha bem presente o espírito guerreiro que caracteriza a Grécia nos seus momentos históricos.

Itália

Luigi Datome Itália

Luigi Datome – Itália

Os italianos estariam no ponto para assumir uma candidatura às medalhas, não fosse o facto de Danilo Gallinari e Andrea Bargnani terem ficado de fora da convocatória devido a lesão. Ainda assim, a equipa de Simone Pianigiani tornará bem difícil a vida de todos aqueles que se atravessarem no seu caminho. Marco Belinelli é, assim, o jogador mais significativo da equipa transalpina, uma responsabilidade com a qual parece conviver bastante bem. Travis Diener, o naturalizado da equipa, conduzirá o jogo, contando ainda com Luigi Datome e o jovem Alessandro Gentile para compor uma equipa com muita qualidade de lançamento e que estará pronta a assumir o jogo de pressão e velocidade preconizado pelo seu técnico. A falta de um poste poderá ser um grande menos neste conjunto, que lutará pela qualificação para a segunda fase sem complexos.

Rússia

Alexey Shved Vassilis Spanoulis

Spanoulis (Grécia) e Shved (Rússia)

Depois de ter ocupado o pódio no último Eurobasket e nos Jogos Olímpicos, a seleção russa chega à Eslovénia com a obrigação de provar o seu momento, tendo em conta que foi afetada por bastantes ausências. Andrei Kirilenko, Viktor Khryapa, Aleksander Kaun e Timofey Mozgov deixam o técnico Vasily Karasev bastante fragilizado, mas o plantel russo apresentará, mesmo assim, talento e qualidade suficientes para estarem presentes nos quartos-de-final. Aleksey Shved terá mais responsabilidades na liderança da equipa, contando com Sergey Monya, Vitaly Fridzon e Anton Ponkrashov como peças mais experientes no seu apoio. Haverá, também, grande curiosidade para ver como reage Sergey Karasev, filho do treinador, e o mais recente jogador russo a partir para a NBA, onde representará os Cleveland Cavaliers. Num grupo onde a competitividade será bastante alta, os russos terão que assegurar a sua passagem frente a equipas mais experimentadas. Isto, claro, de modo a evitar surpresas desagradáveis.

Suécia

Ninguém espera muito da equipa sueca, que regressa a um Eurobasket depois de dez anos de ausência. O técnico Bradley Dean coloca todas as suas esperanças nos seus dois jogadores que atuam na NBA, como é o caso de Jonas Jerebko, dos Detroit Pistons, e Jeffery Taylor, dos Charlotte Bobcats. Jerebko é mesmo uma peça fundamental nos recentes anos da Suécia, pela forma como tem vindo a liderar a equipa e a apresentar-se como peça decisiva para trazer o seu país de volta ao convívio dos mais fortes. No resto do plantel, nota para o experimentadíssimo poste Joakim Kjellbom, que mesmo sendo já um veterano, traz consigo uma fabulosa capacidade de lutar debaixo da tabela. A juventude e irreverência de Viktor Gaddefors poderá ser uma boa ajuda para o momento defensivo dos suecos, restando, ainda, a curiosidade de terem o atleta mais jovem da competição, Ludvig Hakanson, com apenas 17 anos, mas experiência de jogo na equipa B do Barcelona. Vencer um jogo e fugir ao último lugar é o objetivo desta equipa, que não deverá poder aspirar a muito mais.

Turquia

Hedo Turkoglu Turquia

Hedo Turkoglu – Turquia

A seleção turca vê regressar três dos seus jogadores mais importantes, com Hedo Turkoglu, Omer Asik e Ersan Ilyasova a fazerem parte das contas de Bogdan Tanjevic, o que a coloca, de imediato, na linha de uma medalha. Para isso, será fundamental que os turcos demonstrem uma boa capacidade física e também uma concentração competitiva que não lhes cause dissabores logo na primeira fase. A ausência de Enes Kanter e Omer Onan retiram alguma capacidade de rotação ao conjunto, embora Emir Preldzic, Semih Erden, Oguz Savas e Kerem Gonlum garantam muita experiência e perigo para os seus adversários. Num grupo onde terão a Grécia, a Rússia e a Itália a fazer-lhes frente, os turcos parecem partir num nível ligeiramente mais alto, sendo que contarão ainda com Espanha e Eslovénia, quase garantidamente, como adversários na segunda fase. Sendo um plano de jogos muito exigente e desgastante, a verdade é que poderá colocar os turcos com força e confiança suficientes para enfrentar, com confiança, os jogos decisivos do Eurobasket.

Boas apostas!