Inicia-se amanhã mais uma edição do Eurobasket, prova que reúne as melhores seleções do Basquetebol europeu. A prova realiza-se na Estónia, onde 24 equipas disputam o título europeu e também o acesso ao Mundial, que terá lugar no próximo ano, em Espanha. Os seis melhores classificados da prova, excetuando os espanhóis, apurados como país organizador, terão a presença garantida na grande montra do basquetebol mundial.
Com as equipas divididas em quatro grupos de seis, o esquema de competição e de apuramentos pode ser encontrado aqui.
No Grupo C, que se disputa na cidade de Celje, jogam Croácia, Eslovénia, Espanha, Geórgia, Polónia e Rep. Checa. Com o país organizador e o atual campeão da Europa, apenas um lugar parece disponível para saber quem acompanha os dois favoritos na segunda fase. Eis a nossa análise a cada uma das equipas.
Croácia
Depois de ter batido no fundo no passado Eurobasket, a Croácia apresenta-se na Eslovénia com a única ideia de regressar, desde já, ao Top 12 Europeu. Para isso, Jasmin Repesa contará com um plantel com alguns dos jovens que, nos últimos anos, brilharam nos escalões de formação, como é o caso de Dario Saric e Mario Delas. Outra das figuras da equipa poderá ser Bojan Bogdanovic, que se prepara para ir para a NBA no início da nova temporada. Mas nem só de estrelas poderá viver a equipa croata, podendo contar com Ante Tomic, do Barcelona, que se revelou, nesta temporada, como um dos mais poderosos jogadores interiores a atuar na Europa, Krunoslav Simon, um grande trabalhador que jogou no Unicaja Málaga, e Dontaye Draper, que deverá ser a referência principal na construção de jogo croata. Num grupo onde os dois primeiros lugares parecem entregues, a Croácia é a equipa com mais capacidade, pelo menos no papel, para assegurar a terceira posição, que oferece também direito a jogar na segunda fase. Mas, para tal, terá que confirmar o favoritismo nos jogos frente a Geórgia, Polónia e Rep. Checa, tudo seleções com naturais ambições para “sacar” o lugar que parte indicado para os croatas.
Eslovénia
A jogar em casa, a equipa da Eslovénia tenta assegurar a primeira medalha de sempre no Eurobasket. Parte como uma das favoritas do seu grupo, beneficiando do sorteio para tentar garantir vitórias frente aos conjuntos mais acessíveis, ainda que tenha que enfrentar a Espanha logo no dia 2 da competição. Bozidar Maljkovic gostaria de ter consigo dois nomes importantes do basquetebol do país, mas Matjaz Smodis retirou-se da seleção e Erazem Lorbek está lesionado. Ainda assim, Mirza Begic, Gasper Vidmar e Uros Slokar são excelentes soluções para o jogo interior, onde a Eslovénia não terá razões de queixa. Para liderar a equipa no campo de jogo, Goran Dragic apresenta-se como forte candidato a ser um dos melhores jogadores do torneio, depois de uma grande temporada na NBA, para além de contar com o experiente Jaka Lakovic. Edo Muric e Bostjan Nachbar são outros dois jogadores que se apresentam capazes de fazer a diferença, tentando, numa primeira instância, aproveitar o apoio do público para terminar este grupo em primeiro lugar, o que poderá lançar a Eslovénia para uma carreira histórica neste Eurobasket jogado em casa.
Espanha
É possível que numa equipa onde faltam alguns dos seus jogadores mais significativos não se sinta a sua falta? Bem, em Espanha, isso parece possível, sim. Sem Pau Gasol, Juan Carlos Navarro e Serge Ibaka, La Roja chega a este Eurobasket como grande favorita e criará imensas dificuldades a qualquer seleção que lhe tente fazer frente. José Calderón está num excelente momento de forma e conta com Sergio Rodriguez e Ricky Rubio para a sua rotação, o que é mais do que um luxo! Sergio Llul e Rudy Fernandez são dois atiradores implacáveis, enquanto no jogo interior Marc Gasol se apresenta como capaz de fazer esquecer o seu irmão e também Felipe Reyes. Para além disso, Victor Claver vem com “ganas” de mostrar que mantém as suas capacidades intactas, apesar de uma temporada mais apagada na NBA. Juan Orenga, na sua estreia, apresenta assim um grupo que lhe dá todas as garantias, mas estará consciente de que tem toda a responsabilidade sobre os seus ombros. Este torneio é a antecâmara do Mundial que será organizado pelos espanhóis, pelo que se espera um resultado que possa encher de ilusão os seus adeptos. Nada menos do que uma final será um resultado aceitável para os espanhóis.
Geórgia
Em busca de repetir uma presença na segunda fase, tal como fizeram há dois anos atrás, a Geórgia chega a este Eurobasket sem dois dos seus principais jogadores, Zaza Pachulia e Tornike Shengelia -, o que juntando-se ao facto de ter calhado num Grupo com opositores bem mais exigentes, transforma a sua missão em algo quase impossível. No fundo, a Geórgia terá que se sobrepor à Polónia e à Rep. Checa e vencer, também, um dos gigantes do grupo, única forma de garantir um lugar nos primeiros três lugares do grupo. Três jogadores são esperados como principais referências da equipa, com Georgi Tsintsadze e Ricky Hickman a surgirem no papel de bases e Giorgi Shermadini a ocupar o jogo interior, assumindo muitos dos minutos dos dois ausentes. Igor Kokoskov não terá uma missão fácil neste Europeu, tendo que esperar que, para além dos três jogadores referidos, mais alguém consiga superar-se nesta prova, com Beka Burjanadze, jovem do Cajasol, a ser um dos bons exemplos de jogador que poderão fazer a diferença, caso a Geórgia esteja mesmo na segunda fase.
Polónia
O treinador alemão Dirk Bauermann conta com um plantel com imensa qualidade e com os seus melhores jogadores disponíveis para este Eurobasket. A Polónia tem registado uma grande evolução nos anos mais recentes e, liderada pela capacidade de domínio debaixo do cesto de Marcin Gortat e Maciej Lampe, poderá colocar-se como mais forte candidato a afastar os croatas da segunda fase. Thomas Kelati, norte-americano naturalizado, é outro dos homens que terá visibilidade nesta equipa, mostrando-se como o elemento mais concretizador para lá da linha dos três pontos. A equipa terá mais fragilidades na construção de jogo, sem contar com um base que possa ter nível acima da média, mas apresenta dois jogadores Sub-20, Mateusz Ponitka e Przemyslaw Karnowski, que prometem marcar a história da Polónia nos próximos anos. Quem sabe se, nas circunstâncias certas, não começam já a fazê-lo este ano.
Rep. Checa
Os checos podem chegar a este Eurobasket sem grandes conversas à sua volta, mas num grupo onde o terceiro lugar permanece em aberto, poderão conseguir tornar-se na grande surpresa da prova, isto se os seus jovens jogadores conseguirem fazer a diferença. Jan Vesely, com um ano de NBA no corpo, terá ainda mais influência na forma de jogar da equipa, contando com David Jelinek e Tomas Santoransky como principais referências no jogo exterior da equipa. Santoransky, com 2m00, é um dos bases mais promissores da Europa, não devendo demorar muito até o vermos, também, do outro lado do Oceano. Para ajudar a juventude, o técnico Pavel Budinsky conta ainda com a experiência de Jiri Welsch e Petr Benda, o que oferece uma dinâmica de jogo bastante interessante ao conjunto checo. Ainda que lhe falte alguma dimensão física, a Rep. Checa poderá também ambicionar a surpreender e a avançar para a próxima fase da competição.
Boas apostas!