Vai começar o Eurobasket, o torneio que reúne as melhores seleções de basquetebol europeias e que, nesta edição, qualifica seis equipas para o Mundial da Modalidade, que se realizará em Espanha, no próximo ano. São 24 equipas repartidas por quatro grupos de seis, divididas por outras tantas cidades eslovenas, um país que tem, no basquetebol, um dos seus desportos mais significativos.
Nesta primeira fase, as equipas lutam pelos três primeiros lugares, que darão acesso à segunda fase, onde serão formados dois novos grupos de seis equipas. Finalmente, daí serão apurados os quatro melhores de cada grupo, seguindo-se as fases a eliminar, com quartos-de-final, meias-finais e final. Haverá jogos de classificação para todas as posições até ao 8º lugar, já que a Espanha está automaticamente qualificada para o Mundial, podendo, por isso, permitir ao 7º classificado ter a oportunidade de ser apurado para a competição.
No Grupo A, que se disputará em Ljubljana, jogam Alemanha, Bélgica, França, Grã-Bretanha, Israel e Ucrânia. Eis a nossa análise a cada uma das equipas.
Alemanha
Dirk Nowitzki e Chris Kaman não estarão presentes nesta competição, como, aliás, os outros três germânicos que jogarão na NBA, no próximo ano, com Tim Ohlbrecht, Dennis Schroder e Elias Harris todos a abdicarem de dar o seu contributo à equipa no Eurobasket. Assim sendo, Frank Menz teve que apostar pelos jogadores que evoluem no seu país, sendo bom lembrar que a Alemanha tem vindo a crescer no plano europeu, com boas participações das suas equipas na Euroleague. Três jogadores serão a base do jogo da equipa germânica. Heiko Schaffartzik, base do Bayern Munique – que se estreará, na próxima temporada, na Euroleague -, Robin Benzing, extremo da mesma equipa, e Tibor Pleiss, poste que evolui no Laboral Kutxa, de Espanha. Apesar de ter um grupo bastante jovem, a Alemanha poderá ambicionar à qualificação para a segunda fase, aproveitando que equipas como a Ucrânia e a Grã-Bretanha terão, também, que lidar com um quadro de ausências. Assim sendo, o terceiro lugar é uma possibilidade para os alemães – a partir daí, nenhuma responsabilidade será exigida à equipa.
Bélgica
Se muitos poderão lembrar a ausência de Tomas van den Spiegel, veterano do basquetebol europeu que deixou a seleção no ano passado, será a lesão de Matt Lojeski, norte-americano naturalizado, que mais impacto terá na equipa belga. Lojeski significava “dinheiro no banco” para os belgas, com os pontos que traria à equipa, sendo que, sem ele, o técnico Eddy Castels baseará as suas forças em duas caras bem conhecidas da Liga Endesa, o base do Valência Sam Van Rossom e o extremo-poste do Bilbao Basket, Axel Hervelle. Outra das forças da equipa belga poderá ser o trio de congoleses que darão o seu contributo à equipa, com Jonathan Tabu e Wen Mukubu a poderem ter um papel importante no confronto com os seus adversários. Ainda assim, a equipa belga parte como a mais frágil deste grupo, tendo que lutar com Ucrânia e Grã-Bretanha para escapar ao último lugar – pensar no apuramento para a segunda fase é, à partida, quase impossível.
França
Os franceses chegam à Eslovénia sem os seus principais atores de jogo interior, com Joakim Noah, Kevin Seraphin e Ronny Turiaf a ficarem de fora, mas, ainda assim, depois de terem atingido a final há dois anos, os franceses terão a ambição de tentar repetir, no mínimo, esse feito. Liderados por Tony Parker, a equipa gaulesa conta ainda com Mickael Gelabele, Nicolas Batum e Boris Diaw para oferecerem ritmo NBA, com Nando de Colo, que nesta equipa deverá o sexto jogador, a oferecer também toda a qualidade do seu jogo, que tem evoluído, também, na equipa dos Spurs. Para o jogo interior, Vincent Collet conta ainda com Johan Petro e Alexis Ajunca, jogadores que poderão beneficiar de mais minutos para mostrar a importância do seu contributo, enquanto o mais jovem dos escolhidos, Joffrey Lauvergne, do Partizan Belgrado, terá oportunidade de confirmar os bons momentos demonstrados durante a preparação. Contem, assim, com esta França para chegar bem longe no Eurobasket 2013.
Grã-Bretanha
Ano de verdadeira ressaca para a equipa britânica, depois da boa figura deixada nos Jogos Olímpicos organizados em Londres. A equipa regressa sem Luol Deng, Joel Freeland e Pops Mensah-Bonsu, basicamente tudo o que fazia o Team GB competir com os seus adversários. Assim, Joe Prunty, o novo técnico, aposta forte em novas figuras, com Devon Van Oostrum, com apenas 20 anos, a ser o provável escolhido para liderar a equipa a partir da base. Daniel Clark, que também joga em Espanha, é o único titular que se mantém disponível, pelo que lhe caberá a grande responsabilidade de aguentar o jogo interior da equipa. De resto, o plantel britânico parece demasiado frágil para a responsabilidade deste Eurobasket, pelo que a missão da equipa será, essencialmente, escapar ao último lugar do grupo, mantendo-se competitiva e dando jogos a atletas que precisarão da companhia dos melhores para voltar a alcançar resultados significativos.
Israel
Com Gal Mekel a ser a única ausência significativa na equipa israelita, esta equipa encara o Eurobasket 2013 como uma excelente oportunidade para retomar um lugar entre as 12 melhores seleções da Europa. Será isso que estará na mente do técnico Arik Shivek, que baseia a sua seleção em três gerações muito significativas do basquetebol do seu país, todas com bons resultados alcançados no percurso de formação. Omri Casspi é a figura maior da equipa, buscando aqui o retomar da sua carreira ascendente, em vésperas de se juntar aos Houston Rockets na NBA. Lior Eliyahu e Guy Pnini terão grande influência nesta equipa, oferecendo a sua experiência, enquanto o lugar de base titular deverá ficar a cargo de Yogev Ohayon. As expetativas apontam para Israel a qualificar-se em segundo lugar deste Grupo A, tendo, posteriormente, que conseguir superar-se para alcançar os quartos-de-final, tendo em conta a qualidade dos adversários saídos do Grupo B.
Ucrânia
Orientados pelo experimentado norte-americano Mike Fratello, a equipa ucraniana correrá por fora neste Eurobasket, com o objetivo marcado para 2015, quando receber a prova no seu país. Sem contar com Serhiy Lishchuk, Oleksiy Pecherov e Kyrylo Fesenko, o técnico optou por um conjunto de jogadores bastante jovem, que serão liderados pelo norte-americano naturalizado Pooh Jeter. A energia de Jeter poderá contagiar um grupo que conta com vários atletas muito interessantes, como são os casos de Sergii Gladyr ou de Maxym Korniyenko. Viacheslav Kravtsov, dos Phoenix Suns, oferecerá um toque de NBA à equipa, permitindo também uma presença interior que diferenciará a equipa dos restantes adversários que lutam por escapar ao último lugar do grupo. Dos três, com Grã-Bretanha e Bélgica, a Ucrânia parece mesmo a equipa que tem mais capacidade para fazer frente aos mais fortes do Grupo A. Contem com ela para a possível surpresa na segunda fase.
Boas apostas!