Concluída que está a primeira jornada da fase de grupos do campeonato da Europa, importa fazer uma abordagem aos números que resultaram dos 12 jogos disputados. No Euro mais democrático de sempre, com 24 equipas a concurso, houve lugar a algumas surpresas, mas a generalidade dos favoritos conseguiu – com maior ou menor dificuldade – entrar em cena com o pé direito.
Nos primeiros 12 jogos da competição foram marcados 22 golos. Giroud foi o autor do primeiro tento da competição, beneficiando de uma saída mal calculada por Tatarusanu para cabecear com destino às redes contrárias, colocando o Stade de France em polvorosa. No segundo dia de prova, no único golo marcado na sequência de um pontapé de canto nesta primeira jornada, o promissor central Fabian Schar bateu Berisha de cabeça que deu os três pontos à Suíça no confronto com a Albânia. Quanto ao escaldante Inglaterra – Rússia, note-se que também foi um defesa a demonstrar cabeça suficiente para fazer estragos na área de contrária. O central Vassily Berezutski igualou a contenda já em tempo de compensação, obrigando a uma divisão de pontos. A honra de marcar o primeiro golo da campeã do mundo neste Europeu pretenceu a Mustafi, jogador que respondeu da melhor forma a um livre cobrado na direita do ataque alemão para inaugurar o marcador frente à Ucrânia. “La Roja” também teve que sofrer para conquistar a primeira vitória em solo gaulês. Piqué, odiado por muitos em virtude das suas convicções independentistas, foi o responsável por desfazer o nulo que no jogo com a República Checa.
No que diz respeito a lances de bola parada, foram marcados três golos durante a primeira jornada da fase de grupos. Stancu encarregou-se de lançar a incerteza no Stade de France ao converter uma grande penalidade com sucesso, enquanto que Eric Dier e Gareth Bale brilharam na execução de livres nas imediações da área contrária. De entre os três golos enunciados, apenas o do astro galês foi apontado na primeira parte, contrariando a tendência que se verificou nesta primeira fase, em que 73 por cento dos tentos apontados surgiram já nos segundos 45 minutos. Nota para o facto de nenhuma seleção ter conseguido marcar mais que dois golos.
Todas as seleções abordam o primeiro encontro com particular cautela, uma vez que não vacilar na estreia é meio caminho andando para assegurar um lugar nos oitavos-de-final. Nesta jornada inaugural da fase de grupos não se registaram resultados desnivelados, de tal modo que três jogos terminaram empatados e cerca de 67 por cento (seis) dos encontros que tiveram vencedor (nove), acabaram com uma diferença miníma no mercador. Excepções: Alemanha 2-0 Ucrânia, Bélgica 0-2 Itália e Áustria 0-2 Hungria. Volvidos 44 anos, os húngaros regressaram à fase final de um campeonato da Europa em grande estilo, com uma vitória diante da rival Áustria – as duas nações que já constituíram um império e que se defrontaram pela 138ª vez, editando o segundo compromisso mais vezes disputado no futebol mundial.
No capítulo da posse de bola, não há margem para surpresas. A seleção espanhola continua a privilegiar uma cultura de posse e foi a equipa que terminou a primeira jornada da fase de grupos com mais bola, no jogo diante da República Checa. A seleção portuguesa surge logo a seguir, sustentando a ideia de que o domínio através da posse é algo relativo e infrutífero se não for entendida como uma mecanismo coletivo para “demonstar” o adversário e se não imperar a objetividade e o discernimento no último terço. A campeã do mundo completa o pódio, seleção que passou por momentos de grande aperto diante da Ucrânia mas conseguiu entrar a vencer, confirmando a vitória já em tempo de compensação com um golo de Schweinsteiger. Os polacos surgem em quarto graças ao tempo que estiveram em posse diante da congénere da Irlanda do Norte e a seleção da casa fecha o “top 5”, com uma percentagem que ainda assim ficou abaixo dos 60 por cento no compromisso diante da Roménia.
Boas Apostas!
