Com Portugal a destacar-se por entre as várias surpresas desta primeira jornada do Apuramento para o Euro 2016, o fim-de-semana de futebol internacional lançou, desde já, algumas pistas para o que poderá vir a acontecer na caminhada até França. Sabendo bem que apenas um jogo pode ser só um exemplo circunstancial, para mais quando cada grupo vai apurar duas equipas e levar uma terceira ao playoff, lancemos o olhar pelos diferentes encontros e comecemos, desde já, a fazer contas para a qualificação.
A renovação precisa de ser renovada
Muito se falou de renovação na equipa portuguesa, com a chamada de novos jogadores por Paulo Bento, mas o selecionador nacional insistiu em nada mudar no onze que apresentou frente à Albânia. Desde a ter utilizado jogadores que ainda não haviam jogado oficialmente este ano, a insistir na opção de ter três jogadores no meio-campo com dificuldades de ocupar, com intensidade, uma posição ofensiva, Paulo Bento errou na concepção do plano de jogo e, também, na sua interpretação, com a substituição que pouco mudou o desenho da equipa enquanto não ficou a perder.
O que a primeira jornada do Grupo I nos mostrou é que a distância entre as melhores equipas e as menos cotadas é muito curta. A Dinamarca também sentiu imensas dificuldades para bater a Arménia, depois de ter estado a perder por 0-1. A Sérvia não jogou, mas a boa exibição no jogo amigável com a França parece prometedor. Espera-se, então, uma luta muito intensa pelos vários lugares da classificação, com as escorregadelas, como a que protagonizou Portugal, a poderem vir a ser imensamente importantes na definição das primeiras posições.
Ressaca mundialista
Duas outras seleções viveram uma noite de ressaca mundialista. Nem a Grécia, nem a Bósnia Herzegovina esperariam entrar a perder nesta Fase de Apuramento. Para os gregos, a estreia de Claudio Ranieiri não poderia ser pior. Entrou a perder com a Roménia, mesmo jogando mais de meia-hora com um jogador a mais e tendo a bola ao seu dispor durante 66% do tempo de jogo. O técnico italiano não foi capaz de encontrar no seu grupo soluções para uma equipa romena com grande atitude competitiva e, num grupo onde a Irlanda do Norte também causou surpresa ao vencer na Hungria, relança a discussão sobre quem poderá ser mais forte entre os muito equilibrados participantes do Grupo D.
Para a Bósnia Herzegovina, a derrota terá sido ainda mais dolorosa, por representar uma espécie de passo atrás na evolução da equipa balcânica. Safet Susic entrou com o seu melhor onze, esteve a ganhar desde cedo, mas o aproveitamento cipriota das duas oportunidades que teve, com Christofi a ser o homem do jogo, fez-lhes perder três pontos que dariam como garantidos. Num Grupo B que se espera venha a ser dominado pela Bélgica, este resultado poderá abrir a caça ao segundo lugar, com os bósnios a terem que recuperar deste erro com vitórias fora frente aos restantes candidatos.
Uma questão de geração
Alguns países provam, por agora, as dificuldades de renovar gerações nas suas seleções. O exemplo mais flagrante será o da Turquia, que depois de ter chegado ao pódio de um Mundial, em 2002, tem revelado, nos últimos anos, uma enorme dificuldade em encontrar o tom certo para a sua equipa nacional, apesar de, a nível de clubes, continuar a conseguir ter representantes ao mais alto nível. Uma derrota por 0-3 na Islândia prova isso da forma mais dolorosa.
Outras equipas que num passado recente alcançaram qualificações e que entraram a perder neste final de semana são a Ucrânia e a Eslovénia. Os ucranianos perderam em casa frente uma seleção que tem “namorado” a presença num Europeu, depois de ter passado pelo Mundial 2010, a Eslováquia. Já os eslovenos parecem ter, definitivamente, caído para trás da Estónia, que os bateu num Grupo E onde só o terceiro lugar deverá estar em aberto, tendo em conta a presença de Inglaterra e Suíça.