Na quarta-feira a seleção croata lutará com a Inglaterra por um lugar na final. E o que todos querem saber é até que ponto os dois prolongamentos afetaram a prestação da Croácia. Foram duas eliminatórias com cento e vinte minutos mas a decisão nas grandes penalidades, tudo no espaço de uma semana. O desgaste é físico, emocional e mental. No treino de segunda-feira, Subasic, Vrsaljko e Lovren estiveram ausentes. Estão os croatas na reserva ou ainda têm energia para ir até ao fim?
Dois prolongamentos numa semana
Há duas décadas, uma Croácia ainda a dar os primeiros passos como país independente, chegou às meias-finais do França 98. Esta quarta-feira, outra geração de grandes jogadores croatas tenta emular esse feito, se possível indo ainda um degrau acima. Na quarta-feira, a Inglaterra estará entre eles e a presença na final. Mas a formação de Southgate não será o único obstáculo a superar. Uma competição destas deixa sempre mazelas no corpo castigado dos jogadores. E a Croácia tem a agravante de ter sido forçada a dois prolongamentos consecutivos na fase a eliminar. Tanto para afastar a Dinamarca, nos oitavos, como a Rússia, nos quartos de final, a equipa teve que aguentar cento e vinte minutos de jogo mais a decisão nas grandes penalidades. Desde o Itália 90 que tal não acontecia num Campeonato do Mundo.
Para acentuar o problema, o jogo com a seleção anfitriã foi em Socchi onde o calor, a humidade e o relvado em mau estado concorreram para piorar a situação. E foi evidente a necessidade de ambas as equipas gerirem o esforço a partir do segundo tempo.
Adrenalina é antídoto para cansaço
Em Inglaterra, os media estão ao rubro com a possibilidade desse cansaço extra poder afetar a prestação da formação de Zlatko Dalic. Mas o selecionador desvaloriza, dizendo que a Croácia ainda tem gasolina no tanque. Claro que tem, a perspetiva de um jogo histórico, pode fazer milagres para refrescar a equipa. Tanto ou mais do que os banhos gelados. Também sabemos que as descargas de adrenalina são poderosas mas difíceis de gerir. A um pico sucede-se uma quebra violenta. Mas a experiência competitiva é muito importante nestas circunstâncias. Saber descansar com bola, manter a concentração, saber motivar os companheiros à volta. E nisso, esta seleção croata é forte, em líderes experimentados.
No treino de segunda-feira três ausências saltaram à vista. Danijel Subasic, que tinha assustado no encontro com a Rússia, com queixas musculares na coxa, foi um dos que não subiu ao relvado. Outro foi Dejan Lovren, embora el relação ao central já se tenha dito que é apenas por precaução e não haverá impedimento para a meia-final. O mesmo não pode ser dito sobre Sime Vrsaljko. O defesa do Atlético de Madrid teve que ser substituído durante o prolongamento, e saiu mal apoiando o pé no relvado. O problema é no joelho mas Dalic mantem-se otimista de que não seja nada muito sério. Mas se a lesão se confirmar, já foi testado o plano B – entrada de Corluka para o eixo da defesa e deslocação de Domagoj Vida para a lateral-direita – e o selecionador gostou do impacto que a alteração teve na equipa.
Boas Apostas!