De uma penada, dois dos favoritos a conquistar esta edição da Liga dos Campeões caíram com estrondo. Os olhos do mundo estavam pregados no Etihad para ver se o City era capaz da cambalhota. E provavelmente perderam a noite épica que a Roma vivia no Estádio Olímpico. O Barcelona desperdiçou a maior vantagem da sua história e pelo terceiro ano consecutivo cai antes das meias-finais.

City insuficiente

Mohamed Salah foi pedra basilar para que o Liverpool vencesse esta eliminatória.

Mohamed Salah foi pedra basilar para que o Liverpool vencesse esta eliminatória.

Os olhos do mundo estavam pregados no Etihad para ver o que podia a formação de Guardiola fazer para reverter o tremendo resultado da primeira mão (3-0). Sabia-se que não ia ser fácil porque Klopp e os seus homens estavam altamente motivados. E tinham a confiança de quem acredita ter as soluções para travar um adversário de calibre superior. Para sermos sinceros, o Manchester City perdeu esta eliminatória no encontro em Anfield, mais concretamente nos primeiros quarenta e cinco minutos. Foi uma aposta errada e quando se está com três golos de desvantagem, sobretudo com a particularidade de não ter marcado nenhum em terreno adversário, a inclinação do campo torna-se desencorajadora.

Pep Guardiola disse na antevisão que o City precisava da noite perfeita para dar a volta à situação. Não a teve. A primeira parte, com um esquema super ofensivo, foi de grande nível, com o Liverpool praticamente impedido de ter a bola e sair do seu meio-campo. O golo de Gabriel Jesus, a passe de Sterling, logo ao minuto dois, marcou o tom. Se o golo de Leroy Sané tivesse sido validado a história podia ter tomado outro rumo, nisso o treinador catalão tem a sua razão. Ir para intervalo a vencer por dois a zero seria uma perspetiva radicalmente distinta para quem tentar recuperar o atraso. Protestos sobre o lance, no reatar da partida, valeram ao técnico espanhol a vista das bancadas no segundo tempo. Mas o Liverpool que regressou dos balneários também estava diferente, mais assertivo, e quando Mohamed Salah igualou, aos cinquenta e seis, deu a machadada final. A partir dali o City precisava de marcar quatro golos para seguir em frente.

Mérito total para o Liverpool, que foi uma equipa aguerrida, pressionante e ao contrário do que é habitual cem por cento compenetrada até ao fim.

Noite olímpica em Roma

Todos os jogadores da Roma tiveram uma noite inspirada mas Manolas foi herói maior.

Todos os jogadores da Roma tiveram uma noite inspirada mas Manolas foi herói maior.

Acho que é justo dizer que a AS Roma exorcizou todos os seus fantasmas na noite passada, aqueles que resultaram do 6-0 aplicado pelos Culé ainda não há muito tempo. A verdade é que ninguém acreditava que depois do triunfo de 4-1 no Camp Nou, na semana passada, o Barcelona deixasse escapar uma margem destas frente num estádio onde tem sido bastante feliz. À exceção de Eusebio di Francesco e seus homens, pelo que se viu. Aos seis minutos Edin Dzeko abre o marcador mas quem viu encolheu os ombros, pensando que Messi e companhia haveriam de meter a última velocidade para abafar a reação. Nunca aconteceu. No início do segundo tempo, de penalti, Daniele De Rossi fez o segundo para os italianos. E por esta altura já se tinha percebido que a AS Roma estava a fazer o jogo da sua vida. Do lado contrário, o Barça estava desaparecido em combate, completamente alheado do jogo, à deriva. Como se surpreendido por ter mesmo que jogar o jogo e não conseguir entrar nele. Aos oitenta e dois, Kostas Manolas faz de cabeça o terceiro e era a AS Roma a ir às meias-finais. Klopp disse que achou que era piada quando lhe deram o resultado do jogo em Itália e muitos dos que acompanhavam o jogo entre ingleses devem ter pensado o mesmo. O central grego, verdadeiro herói da noite em Roma, ainda fez duas defesas em situações de golos iminente, quando os Culé atiravam bolas para a área à parva, nessa altura já com Piqué a ponta de lança. No banco via-se a desolação estampada no rosto de Andres Iniesta, a deceção que se agiganta quando se percebe que será, provavelmente, a sua última participação na Liga dos Campeões.

Boas Apostas!