Espanha – Itália (Eurobasket 2015)
À partida para este Eurobasket 2015, a Espanha era encarada como uma das equipas favoritas a lutar pelo título, enquanto a Itália estava no lote dos outsiders. Ambas no chamado grupo da morte, com Sérvia, Turquia e Alemanha na busca da qualificação, e a Islândia a demonstrar capacidades para criar dificuldades a equipas de maior experiência internacional, espanhóis e italianos começaram o Europeu da pior forma: perdendo. Com o rumo natural das coisas a ser retomado na segunda jornada, onde ambas as seleções venceram, e depois de um dia de descanso, o confronto que tem um peso histórico na Europa marcará o dia de terça-feira. Para o bem de uns e o mal dos outros.
A Espanha começou com uma derrota frente à Sérvia que serviu para acordar alguns fantasmas ligados a uma seleção que passa por um período de renovação. Com Juan Carlos Navarro fora das contas de Scariolo e Serge Ibaka ou Marc Gasol concentrados nas suas carreiras da NBA, a equipa procura soluções numa Liga Endesa que continua a ter imenso talento. Uma derrota num Eurobasket, sobretudo numa fase de grupos, pouco pode afetar as aspirações de uma equipa como a Espanha, sendo de relembrar que é na segunda fase, nos jogos a eliminar, que a experiência dos espanhóis pode fazer mais mossa. Mas começar com uma derrota frente ao vice-campeão do mundo é, de facto, uma sensação de mortalidade que, por vezes, os espanhóis se esquecem que também os afeta. Felizmente para a equipa que o segundo encontro colocou-lhes pela frente um adversário bem mais acessível. Contentes por terem, no dia anterior, batido a Itália, a Turquia não soube nunca criar problemas a um conjunto que entrou decidido a demonstrar superioridade. Dessa forma, a vitória por 27 pontos de vantagem voltou a empurrar a Espanha para a sua trajetória esperada e que se prevê só venha a terminar bem perto do fim-de-semana final desta prova. Até lá, com Pau Gasol, Felipe Reyes e Rudy Fernandez a serem os principais referentes da equipa, é de esperar que El Chacho Rodriguez e Sergio Llull tenham uma palavra a dizer, enquanto Pau Ribas vai aproveitando todos os minutos para se mostrar ao nível dos melhores da sua geração.
A Itália concorre para ser uma das grandes desilusões do Eurobasket 2015, pelo menos avaliando o que se passou nos dois primeiros dias de prova. Uma derrota consentida perante a Turquia, que pelo que se viu no dia seguinte está longe de ser uma seleção de poderio, algo já antevisto, e uma vitória sofrida perante a Islândia, que dificilmente deixará de ser o último classificado deste grupo, marcam negativamente a equipa de Pianigiani. Mas pior do que os resultados é o nível das exibições, deixando imenso a desejar de um plantel que tem imenso talento disponível. A Itália parece ter chegado ao Eurobasket 2015 apostando tudo na inspiração dos seus melhores jogadores e o plano, até agora, está bem longe de ser perfeito. Sabe-se que, com Galiniri, Gentile ou Belinelli, todos os dias nascem com a possibilidade de os italianos se evidenciarem e conquistarem uma partida. Mas, ao mesmo tempo, pode-se ir temendo pelo sucesso deste projeto, quando perante os adversários mais acessíveis do grupo, os sinais vitais demonstrados foram tão frágeis. Uma situação a rever e, sobretudo, a ter em conta num momento em que fica óbvio que um dos bons nomes desta competição ficarão pelo caminho no Grupo B.
Este é um dos duelos clássicos do Eurobasket, com a Itália ter vencido por treze vezes a Espanha, nesta prova, enquanto os espanhóis venceram cinco dos confrontos.
No entanto, neste momento é claramente a Espanha quem chega mais forte e organizada. Conseguindo parar as principais fontes ofensivas dos italianos, os espanhóis podem mesmo ambicionar a alcançar a sua segunda vitória no Eurobasket 2015.