Espanha – França (Mundial Sub-20)
Considerado, por muitos, o grupo da morte neste Mundial de sub-20 a disputar-se na Turquia, o Grupo A não tem desiludido, com a Espanha a dominar a situação, contando com duas vitórias, a França a somar quatro pontos, depois de ter permitido um empate frente aos Estados Unidos, e o Gana a chegar à derradeira jornada em pior posição, depois de ter perdido para os dois conjuntos da frente.
A Espanha cumpre com as expetativas, sendo um conjunto que não desdenha da herança que as gerações anteriores têm vindo a demarcar como estilo para La Roja. Destacando-se, no conjunto, os setores do meio-campo e do ataque, nessas duas linhas podem encontrar-se seis nomes que são, sem dúvida alguma, candidatos a fazer parte das escolhas dos melhores do torneio. Na frente de ataque, Jesé e Deulofeu são dois diabos à solta, praticamente impossíveis de serem parados, juntando-se a eles Suso, que sendo um jogador mais tradicional, tem um nível técnico bastante acima da média. No meio-campo, Oliver, do Atlético de Madrid, é o cérebro deste conjunto, muito bem resguardado por um companheiro de equipa, Saúl, enquanto Campaña, que não foi titular frente ao Gana, mas sobre quem restam poucas dúvidas sobre a sua titularidade nos encontros decisivos, é uma excelente aposta de futuro. De resto, a nível defensivo, Derik e Israel Puerto são dois centrais muito seguros, enquanto Javi Manquillo, o lateral-direito, é também um jogador muito prometedor. A Espanha sai sempre para o ataque a partir de trocas de bola nas linhas mais recuadas, assumindo o seu ADN e tentando, a partir daí, construir um futebol vencedor e dominador.
A França foi surpreendida pelos Estados Unidos, permitindo-se sofrer um golo depois de estar a vencer. Mas pior do que os dois pontos perdidos – que, na pior das hipóteses, lançarão os franceses para a terceira posição do grupo, mantendo todas as expetativas de apuramento -, foi o cartão amarelo visto por Paul Pogba, já nos derradeiros dez minutos, o que o deixa fora do jogo com os espanhóis. Sobrará, assim, mais trabalho para Kondogbia, que poderá tomar conta da atividade na intermediária, com Veretout a ser o candidato para o lugar de Pogba. Também no meio-campo, Lemina completa o trio, enquanto as faixas têm ficado entregues a Thauvin e Bahebeck. Na frente, o possante Sanogo tentará voltar a criar perigo, precisando de se afirmar, frente a uma linha defensiva espanhola, pelo ar, já que pelo chão será complicado ultrapassar a maior categoria dos espanhóis. No setor defensivo, França terá que ter o melhor dos seus centrais, Umtiti e Digne, enquanto os laterais, Foulquier pela direita e Sarr pela esquerda, não poderão cometer qualquer erro. Na baliza, Areola será a derradeira barreira para o golo dos espanhóis.
Este jogo será, assim, muito mais importante para os franceses, que poderão estar de ouvido no encontro entre Gana e Estados Unidos para compreender que opções terão para não cair no terceiro posto. Espanha é favorita a vencer, por ter uma equipa muito mais organizada e em melhor momento em termos de confiança, mas atenção ao que poderão fazer os franceses, recorrendo a um meio-campo que se tentará impor fisicamente, mesmo sem Pogba.
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