River Plate
O Clube Atlético River Plate nasceu em 1901 fruto da junção de dois clubes, o “Santa Rosa“ e o “La Rosales”. O nome do novo clube foi escolhido com base em caixas existentes no porto de Buenos Aires que tinham inscrita a expressão “The River Plate”. O clube teve então uma rápida ascenção, iniciando logo em 1905 a ligação à Associação Argentina de Futebol. Logo em 1906 o River subia pela primeira vez de divisão, deixando a terceira para passar a disputar a Segunda Divisão Argentina. Após dois anos a disputar esta prova o River consegue uma nova promoção de divisão, alcançando assim o principal campeonato argentino de futebol.
Enquanto amador o clube, apesar de forte, apenas viu as suas boas exibições resultarem em título por uma vez na temporada de 1920, estando muito perto de o conseguir por mais duas vezes, nas épocas de 1921 e 1922 em que terminou no 2º posto da tabela. Com o fim da década de 20 e o início dos anos 30 acontece também a profissionalização dos campeonatos nacionais, passando assim os títulos de cada clube a contar oficialmente para o seu palmarés.
Os atletas do River encararam este novo campeonato oficializado de uma forma mais séria o que se pôde verificar logo em 1932 com a conquista do primeiro título do clube na era profissional do futebol argentino. Não perdendo o entusiasmo, o River Plate viria a conquistar o título novamente por mais duas vezes durante esta década, em 36 e no ano seguinte, alcançando assim o primeiro bi-campeonato na sua história.
Na década de 40 ficou marcada para o River não só pelos títulos acumulados mas também pela sua força ofensiva que ganhou até a alcunha de “La Máquina”. Impulsionados por este ataque o River Plate conquistou o título de campeão nacional nas duas primeiras temporadas da década, em 1941 e 1942. Em 1943 e 1944 o clube ficou colocado na segunda posição do campeonato, renovando o título apenas em 1945 e em 1947, já com a ajuda da lenda Alfredo Di Stéfano, jogador que proveio dos escalões de formação do clube de Buenos Aires.
Depois de duas temporadas sem títulos e já sem Di Stéfano, o River Plate entrou na década de 50 determinado a mostrar que ninguém é insubstituivel. Para o efeito foram feitas algumas contrações valor e logo em 1952 o plantel renovado começava a dar frutos com o primeiro título dos anos 50. Em 1953 o clube alcançava de novo o bi-campeonato e depois de mais uma época sem glórias, em 1955 o clube inicia uma série de três títulos consecutivos, até 1958.
A década de 60, a nível nacional foi das mais mal conseguidas da história do River Plate que atravessou uma seca de títulos, sendo o único acontecimento relevante para a equipa durante este tempo a presença na final da Taça Libertadores da América de 1966 onde terminou a ser derrotado pelo Peñarol do Uruguai depois de deixar para trás os eternos rivais argentinos Boca Juniors e Independiente. Esta foi uma final caricata que valeu aos jogadores e adeptos do River Plate a alcunha de “galinhas” por terem estado a vencer por 2-0 ao intervalo acabando por perder por 4-2 após prolongamento.
O River Plate quebrou então o jejum de títulos já bem no meio da década de 70, em 1975 quando voltou a conquistar o campeonato nacional. Este título valeu-lhes uma nova qualificação para a Taça Libertadores da América de 1976 onde atingiram pela segunda vez a fase final da prova, tendo terminado esta campanha da mesma forma que a primeira, como vice-campeão, depois de cair aos pés do Cruzeiro que marcou 3 golos contra 2 do River. Ainda nesta década o clube viria a conquistar mais dois títulos de campeão nacional, em 1977 e 79, para depois conquistar mais um bi-campeonato com a conquista da principal prova argentina em 1980.
No inicio dos anos 80, para além do título conquistado logo na temporada de abertura da década, também Alfredo Di Stéfano foi apresentado como novo técnico do River. Sob as ordens da antiga glória da Argentina e do clube, o River Plate conquista mais um bi-campeonato em 1981, pelo que nada nem ninguém esperava o que viria a acontecer na temporada de 1983. Neste ano, após inumeras saídas do plantel devido a incompatibilidades quer pessoais quer financeiras o River Plate realiza uma temporada singular, pela negativa, terminando a época no 18º posto da tabela, lugar de descida. No entanto, devido a uma reformulação do campeonato o clube acabou por ser salvo da despromoção. Continuando na primeira divisão, tanto a equipa como a direcção quis mudar o rumo dos acontecimentos e fazer os adeptos esquecer a mísera época de 83, o que começou logo em 1984 com a conquista o segundo lugar no campeonato. Na temporada 1985/86 o clube regressa novamente aos títulos, o que lhes vale a qualificação para mais um Taça Libertadores da América.
Nesta edição da Libertadores em 1986 o River Plate alcança pela 3ª vez na sua história a final da prova, e como à 3ª é de vez, desta feita o River não vacilou, vencendo o América de Cali por um agregado de 3-1. No seguimento desta conquista o clube disputou também com sucesso a final da Taça Intercontinental, numa partida disputada em Tóquio frente ao Steaua de Bucarest que terminou em 1-o para os argentinos. No final desta década o River Plate deixou sair inumeros jogadores directamente relacionados com as conquistas dos títulos, pelo que as exibições do clube baixaram de nível, não conquistanto qualquer título até 1990.
O River Plate começa mais um década com o pé direito ao conquistar logo os campeonatos nacionais de 1990 e 91. Depois de um ano de 1992 sem títulos o River conquista o campeonato novamente em 1993 com uma equipa recheada de jovens dos escalões inferiores do clube como Ariel Ortega e Hérnan Crespo. Em 94 a equipa alcança o bi-campeonato, feito que repete em 1997 depois de conquistar também o nacional em 96. Neste ano também o clube conquista a segunta Taça Libertadores da América da sua história, novamente numa final vencida frente ao América de Cali por um agregado de 2-1 depois de ter eliminado o Sporting Cristal, San Lorenzo e o Universidade do Chile. Até ao final do século o clube conquistaria ainda mais um campeonato, em 1999, o que lhes valeu a nomeação, pela revista El Gráfico, para campeões do século XX.
Com a entrada no ano 2000 acontecia também uma mudança de século, mas o futebol do River manteve-se forte e sempre com base nas camadas jovens o clube conquistou mais cinco títulos de campeão nacional entre 2001 e 2008, alacaçando mesmo o tri campeonato entre 2002 e 2004. Depois do último título conquistado em 2008, sob as ordens de Diego Simeone, o clube entrou numa espiral descendente sem retrocesso o que culminou com a descida de divisão em 2011, mesmo depois de disputar um play-off de repiscagem contra o Belgrano, 4º classificado da Divisão B Argentina. Era assim o fim de quase 100 anos na principal competição de futebol argentino.
Para felicidade dos adeptos, o River Plate não perdeu muito tempo na segunda divisão nacional, vencendo-a logo no ano de estreia e assim garantindo de novo a presença no escalão principal do futebol argentino, onde de forma impressionante voltou a conseguir impor-se para terminar o campeonato de 2012/13 na segunda posição da tabela, atrás dos vencedores do Newell’s Old Boys.