Nápoles

O Società Sportiva Calcio Napoli teve origem na cidade de Nápoles no início do séc. XX, mais precisamente em 1904, quando pela mão de dois ingleses foi fundado o Naples Foot-Ball & Cricket Club. Em apenas dois anos o nome da equipa seria alterado para Naples Foot-Ball Club, e numa altura em que o campeonato italiano de futebol não era ainda aberto a equipas da região sul do país, o Palermo foi o principal rival da equipa nas competições amigáveis que disputavam. Em 1912, tal como em Milão, deu-se em Nápoles uma cisão por parte da direcção e de alguns jogadores do Naples Foot-Ball Club que fundaram o Internazionale Napoli, abandonando a política étnica italiana que era aplicada na equipa original.

Depois da interrupção desportiva em Itália, entre 1916 e 1918, devido à 1ª Grande Guerra, o Naples Foot-Ball Club e o Internazionale Napoli encontravam-se em maus lençóis financeiros, pelo que em 1922 foi inevitável a fusão entre as duas equipas ficando assim o novo clube a ser denominado de Foot-Ball Club Internazionale-Naples, conhecidos vulgarmente por FBC Internaples. 

Attila Sallustro, o primeiro ídolo dos adeptos napolitanos.

Attila Sallustro, o primeiro ídolo dos adeptos napolitanos.

Foi então em 1926, ano que o clube admite como sua data de fundação, sob a directoria de Giorgio Ascarelli, que o nome do Internaples foi alterado para uma denominação mais próxima da actual: Associazione Calcio Napoli. Até ao final da década do Napoli jogaria ainda na regional divisão do sul italiano, sem grandes resultados, o que mudou completamente quando, na temporada 1929/39, foram finalmente admitidos na Serie A e com Attila Sallustro a ser a estrela da equipa se conseguiram fixar de imediato na metade superior da tabela classificativa. Até meio da década de 30 os napolitanos conseguiram mesmo dois 3º lugares, em 1932/33 e 33/34.

Muito por causa da 2ª Guerra Mundial as performances do conjunto do Nápoles começaram a baixar de rendimento pelo que, já na década de 40, a equipa cairia na Serie B, depois de se ter classificado 15ª posição do 1º campeonato em 1941/42. Apesar de terem conseguido de imediato o 3º posto na Serie B, a subida de divisão não foi imediata visto que a temporada 1943/44 foi interrompida devido ao conflito mundial que se vivia, tendo a interrupção durado por duas épocas, até 1945. Ainda assim o Nápoles regressaria à Serie A logo na reactivação dos campeonatos, em 1945/46, mas a instabilidade manteria-se e no fim da temporada 1947/48 o clube viria-se novamente despromovido depois do presidente do Bologna ter acusado a direcção napolitana de subornar os seus jogadores para perderem no embate entre as duas equipas.

Após duas épocas a disputar o secundário escalão de futebol italiano, foi no 1º ano da década de 50 que o Nápoles conseguiu regressar à Serie A, trazendo consigo o título de campeão da Serie B. Mais uma vez os Azzurri voltaram em força para junto da elite italiana, tendo voltado a fixar-se na metade superior da tabela da Serie A, o que aconteceu na maioria das épocas desta década. À entrada na década de 60 o Nápoles voltou a dar-se mal, sendo novamente relegado à Seire A. Este foi um período de grande instabilidade na direcção do conjunto que, apesar de ter conseguido logo em 1961/62 a promoção e a conquista do seu primeiro título de elite, na Taça Itália, voltou a ser despromovido na época 1962/63. Toda esta instabilidade culminou, em 1964, com uma nova alteração nominal, para a que hoje lhes conhecemos: Società Sportiva Calcio Napoli. Esta foi então uma marca de viragem na história da equipa napolitana que de imediato regressou à Serie A, implementando agora uma política de contratação de jogadores de renome.

O Nápoles conseguiu finalmente fixar-se na metade superior da Serie A, conseguindo em 1967/68 a sua melhor classificação de sempre no campeonato ao assegurar o 2º lugar. Essa posição voltou então a ser repetida na temporada 1974/75 e em 75/76 os napolitanos asseguraram a 2ª conquista da Taça Itália. Na Serie A esta foi uma época em que o Nápoles viveu na sombra de gigantes como a Juventus e o AC Milan, o que mudaria de rumo apenas já na década de 84, principalmente depois da contratação de Diego Maradona, em 1984, que carregaria os Azzurri para o seu primeiro título de campeões nacionais, obtido a par com a 3ª Taça de Itália da equipa, em 1986/87. As boas prestações do conjunto manteriam-se até ao fim da década, tendo conquistado uma Taça UEFA, ao vencer na final o Estugarda com um agregado de 5-4 em 1988/89, e ainda na última temporada da década mais um título de campeão italiano.

Diego Maradona rodeado de jornalistas enquanto festejava o título da Taça UEFA na temporada 1988/89.

Diego Maradona rodeado de jornalistas enquanto festejava o título da Taça UEFA na temporada 1988/89.

Terminada a década de 80, o Nápoles entraria nos anos 90 com o pé direito, ao somar ao seu palmares o título da Supertaça Italiana logo na temporada 1990/91. No fim deste último ano Maradona abandonaria a equipa e todo o conjunto se ressentiria disso, entrando os Azzurri num trajecto descendente que culminaria com mais uma descida de divisão em 1997/98. A subida voltaria a acontecer após mais duas temporadas, em 1999/00, no entanto não por muito tempo, visto que logo após a viragem do milénio, em 2000/01 os napolitanos seriam novamente relegados.

Esta repetição de descidas e subidas acabaria então por resultar na banca rota do Nápoles, vendo-se assim a equipa em 2004/05 a disputar a Serie C1. Não tendo de imediato conseguido a subida, foi na temporada 05/06 que os Azzurri conseguiram voltar aos campeonatos profissionais para a disputa da Serie B. Daí até à Serie A foi apenas mais uma temporada, e em 2007/08 os napolitanos já jogavam diante da elite italiana. As três primeiras épocas no regresso à Serie A foram as mais complicadas, no entanto, com jogadores com a qualidade de Marek Hamsik ou Paolo Cannavaro a tarefa ficou facilitada, e em 2010/11 os Azzurri voltaram a conseguir um lugar no pódio, com o 3º lugar na Serie A.

Em 2011/12 conseguiram apenas o 5º posto na Serie A, no entanto, nesta época conseguiram também quebrar o jejum de títulos, que perdurava há mais de 20 anos, conquistando a 4ª Taça Itália da história do clube. Já na mais recente temporada de 2013/14 os napolitanos reforçaram-se com Gonzalo Higuaín, José María Callejón e Raúl Albiol, todos ex-Real Madrid, aos quais se juntaram os, também espanhóis, Rafa Benítez (técnico) e Pepe Reina juntando assim todos os argumentos para serem uns claros candidatos ao título.