Estudiantes LP
O Estudiantes de La Plata é um dos muitos clubes argentinos fundados em 1905. Com descendência directa do Gimnasia de La Plata, o Estudiantes surgiu depois de alguns sócios do Gimnásia abandonarem o clube por não concordarem com a relevância que era dada ao futebol neste núcleo que se dedicava prioritariamente à organização de actividades sociais. Foi então Tomás Shendden o principal fundador do Estudiantes. Este homem era um antigo aluno da English High School e tinha estado envolvido na fundação do principal clube da época, o Alumnia. Foi então ele o eleito para comandar as operação de fundação do Estudiantes de La Plata, cujo nome surgiu da associação de Tomás Shendden a 20 estudantes da High School. Também a escolha das cores do equipamento foi baseada nas cores da escola, com o listado branco e vermelho nas camisolas e com meias e calções a preto.
Em 1906 o clube associou-se à Federação Argentina de Futebol, disputando os campeonatos desta associação até 1931. Desde cedo também se acentuou a rivalidade com o Gimnásia de La Plata, não só pela origem do Estudiantes mas também pelo tipo de jogadores aceites por um e outro clube, tendo o Estudiantes preferência por jovens estudantes enquanto o Gimnásia era mais voltado para as outros escalões sociais, acolhendo jogadores vindos de qualquer parte.
A primeira glória do clube aconteceu logo em 1908 quando venceu a quarta divisão do futebol argentino depois de vencer o River Plate por 3-1. Apenas 4 anos depois, em 1911 foi o Independiente vítima da fúria dos estudantes que asseguraram uma vitória por 3-0 frente aos rivais para assim garantirem o acesso à principal divisão dos campeonatos argentinos. O sucesso do clube não tardou em notar-se noutros palcos, tendo em 1913 conquistado o título de campeão da primeira divisão argentina após uma temporada com 18 partidas em que o Estudiantes venceu 14.
Em 1931 disputou-se o primeiro campeonato profissional na argentina e o Estudiantes, apesar de terminarem no 3º posto da tabela classificativa, o clube estabeleceu de imediato um recorde de 103 golos marcados, 16 a mais que o campeão Boca Juniors. Até 1953 o clube manteve-se na primeira divisão argentina e apesar de não ter conquistado nenhum título, o plantel do Estudiantes durante esta época era, e é ainda, considerado um dos melhores de sempre do mundo, realçando-se um quintento ofensivo que nas duas primeiras temporadas de futebol profissional na argentina apontaram 163 dos 184 golos marcados pelo Estudiantes.
No entanto, as boas exibições e o bom futebol praticado pelo clube não valeu nenhum título e em 1953 o clube sofre um revés e é despromovido à segunda divisão argentina. A passagem pela divisão secundária durou pouco tempo, tendo o clube regressado à primeira liga logo no ano seguinte. O bom futebol do Estudiantes estava de regresso para um década de 50 em que o principal objectivo da direcção do clube foi o desenvolvimento das camadas jovens de modo a conseguir jogadores de alto calibre por baixos custos. Em 1967, já com alguns jovens na equipa que haviam sido vice-campeões de juniors em 1964, o Estudiantes tornou-se no primeiro clube fora do lote dos “cinco grandes” (Boca Juniors, Independiente, Racing, River Plate e San Lorenzo) a conquistar um campeonato nacional argentino. Foi então no seguimento do futebol táctico e organizado praticado nesta temporada, que era regido pela máxima do histórico treinador Osvaldo Zubeldía “defender primeiro, atacar depois” e que tanto foi críticada pelos adeptos, que o Estudiantes conquistou, em 1968, a sua primeira Taça Libertadores da América. Conquistado o título de campeão continental, era agora altura de defrontar o Manchester United para decidir o título de campeão do mundo de clubes.

Equipa vencedora da Taça Libertadores da América e do Campeonato do Mundo em 1968
O primeiro dos dois jogos realizou-se no La Bombonera e o Estudiantes viajou para Inglaterra com uma vantagem de 1-0. Apesar da vantagem os argentinos sentiam-se com algum receio desta partida pois o United tinha no seu plantel estrelas como George Best e Bobby Charlton e em Old Trafford contavam também com o apoio extra dos seus adeptos. No entanto o Estudiantes entrou bem na partida e o avançado argentino Verón calou de cabeça as claques inglessas que se viam assm com uma desvangem de dois golos. Até ao fim da partida o Manchester viria ainda a empatar a partida mas o esforço foi insuficiente para tirar o título de campeões do mundo de clubes do Estudiantes. O Estudiantes viria a tornar-se no primeiro tri-campeão da Taça Libertadores da América ao conquistar os títulos das temporas de 69 e 70, tendo para isto contado com a ajuda do facto de o campeão do ano anterior se qualificar directamente para as semifinais da prova no ano seguinte. No entanto os respectivos campeonatos do mundo de clubes para onde o Estudiantes que qualificou ao vencer esta prova não terminaram da melhor forma tendo o clube perdido sempre na partida final.
Os anos 70 não correram da melhor forma ao clube dos estudantes de La Plata que não conquistaram nenhum título tendo mesmo estado bem perto da descida em 1971. Os anos 80 foram um pouco melhores. O Estudiantes conquistou o título de campeão nacional em 82 e 83, tendo mesmo neste último ano atingido os quartos de final da Taça Libertadores da América. A decada de 80 continuou sem o clube conseguir fazer frente aos comandantes da primeira liga argentina. Esta má fase do clube culminou com a sua descida no início dos anos 90. Finalmente em 1995 o clube regressa à primeira liga ao conquistar o título de campeão da Divisão B Argentina. Na temporada de regresso ao escalão principal o clube surpreendeu tudo e todos ao alcançar a quarta posição na tabela classificativa. No entanto esta boa fase do Estudiantes não se porlongou por muito tempo, tendo a direcção já no novo século, mais precisamente em 2003, iniciado um plano de reestruturação do plantel.
Para essa tarefa foi chamado ao comando técnico da equipa a antiga glória do clube, Carlos Bilardo, que começou de imediato a apostar nos jovens potenciais dos escalões inferiores do Estudiantes. Logo na temporada 2004/2005, já com Reinaldo Melro como treinador, estes jovens começam a dar nas vistas e o Estudiantes volta a qualificar-se para a Taça Libertadores da América, prova que não disputava desde 1983.
No regresso à Libertadores da América o Estudiantes alcança o mesmo resultado da sua última participação em 83, os quartos de final. No final da temporada novas mudanças foram feitas, com principal destaque para a entrada de Diego Simeone para o comando técnico e o regresso de Juan Sebastian Verón ao clube que o lançou na aventura europeia por onde representou equipas como o Manchester United, o Chelsea e o Inter de Milão. Estas alterações valeram ao clube a imediata conquista da Primeira Divisão Argentina, quebrando assim um jejum de 23 anos.

Equipa do Estudiantes a festejar a conquista da Taça Libertadores da América de 2009
No ano de 2008, a equipa voltou a atingir uma final intenacional, desta vez na prova sul americana de clube, a Taça Sudamericana. Apesar das boas exibições em ambas as mãos da fase final o clube acabou por ser derrotado no prolongamento do segundo jogo disputado na casa do Internacional de Porto Alegre que se tornou vencedor.
O Estudiantes apresentou-se então na Taça Libertadores da América de 2009 em boa forma, eliminando o Defensor Sporting e o Nacional, ambos do Uruguai, para enfrentar os brasileiros dos Cruzeiro na partida final da prova onde o clube de La Plata não teve dificuldade em superiorizar-se, voltando assim a conquistar um título com grande valor para o clube e principalmente para Juan SebastianVerón, cujo pai era uma das estrelas da equipa tri-campeã americana na década de 60.
No ano seguinte, em 2010 e clube voltaria a conquistar o título de campeão nacional, tendo também defrontado o FC Barcelona, de Espanha, na final do campeonato do mundo de clubes onde foram derrotados por Messi e companhia por 2-1 após prolongamento. Desde então o Estudiantes tem-se mantido no meio da tabela da primeira divisão argentina sendo sempre um grande adversário para as equipas dos lugares cimeiros.