Boca Juniors
O Clube Atlético Boca Juniors foi fundado em 1905 no bairro de La Boca por cinco adolescentes. Depois de negada a permissão ao clube em 1908 para se filiar à Associação de Futebol Argentina o Boca continuou a disputar as provas como clube amador.
Depois de algumas boas exibições o Boca Juniors finalmente em 1913, com a ajuda do alargamento de clubes na primeira divisão pela Associação Argentina de Futebol, conseguiu a subida ao campeonato. Em 1920 o clube alcançaria o seu primeiro título na competição, repetindo-o por mais 5 vezes na década.
Finalmente em 1930 o campeonato argentino torna-se profissional e o Boca Juniors conquista o primeiro campeonato da era profissional do campeonato argentino. Quatro anos depois o clube repete o êxito com mais um feito – torna-se na primeira equipa argentina a marcar mais de 100 golos no campeonato (marcando 101). Em 1935 o clube conquista o bi-campeonato e torna-se assim na primeira equipa a conseguir dois títulos do campeonato argentino em dois anos.
Porém o Boca não voltaria a vencer nenhum campeonato até 1940, ano de inauguração do mítico “La Bombonera” e ano da conquista do 4º campeonato profissional argentino. No ano seguinte a equipa ofereceu aos adeptos outro bi-campeonato e em 1944 conquistaram outro campeonato estabelecendo um recorde de 26 jogos sem perder que só viria a ser batido pelo Racing em 1966. No entanto a década de 40 não terminou da melhor forma, tendo o Boca livrado-se da descida apenas na última jornada.
A década de 50 iniciou-se com a equipa em má forma, com resultados muito pouco conseguidos e um futebol mal trabalhado, tendo ainda assim conseguido conquistar o título de campeão em 1954. Este foi o único título da equipa numa década de 50 que terminou da mesma forma que começou, mal, com o clube a terminar a temporada de 59′ no 8º posto da tabela classificativa.
Determinados em mudar a onda de maus resultados o Boca entrou na década de 60 em força, começando por vencer o campeonato logo na edição de 1962. Em 1964 e 65 a equipa conquistaria o bi-campeonato pela terceira vez na sua história. O Boca voltaria a atingir o auge na temporada de 1969 quando conquistaram a Copa da Argentina na sua primeira edição e ainda o campeonato argentino.
Repetindo o título em 1970, o clube atravessaria uma fase de seca até 1976 quando Juan Carlos Lorenzo assumiu o comando técnico da equipa para se tornar um dos mais bem sucedidos à frente do clube de La Boca, conquistando o primeiro título logo na época de estreia com o campeonato nacional que lhes valeu a qualificação para a Taça Libertadores da América de 1977 onde Boca se apresentou ao seu melhor nível, atingindo uma final disputada em três jogos contra o Cruzeiro do Brasil. Depois de uma vitória no primeiro jogo, disputado no “La Bombonera” que o Boca venceu por 1-o, na casa do Cruzeiro o resultado inverteu-se o que obrigou então à realização de um terceiro jogo que aconteceu no estádio de Montevidéu e acabou decidido na lotaria das grandes penalidades onde o Boca acabaria por vencer graças a uma grande exibição do seu guarda redes – Hugo Gatti. Na sucessão do título na Taça Libertadores da América, o Boca Juniors disputou a Taça Intercontinental de onde sairia também triunfador após o empate a 2 em Buenos Aires e da vitória por 3-0 na casa do Borussia Monchengladbach. O Boca repetiria ainda o título de campeão da Taça Libertadores no ano seguinte ao derrotar o Desportivo Cali na final.
A par com a entrada na década de 80 algumas contratações foram feitas, como a de Diego Armando Maradona, mas o clube não assimilou da melhor forma a entrada de caras novas no plantel e o único título conquistado nesta década foi o de 1982. Em 1984 as finanças do clube começavam a entrar num estado crítico e a derrota por 9-1 com o Barcelona não melhorou o espírito dos jogadores. Foi então que António Alegre foi eleito presidente do clube e não só financeiramente como desportivamente o clube começou a render, chegando aos anos noventa a conquistar na Taça Sudamérica na edição de 1990.
Em 1998 Carlos Bianchi, antiga glória argentina, assume o comando técnico do Boca Juniors e estreia-se logo a vencer com a conquista do campeonato argentino desse ano. No ano seguinte o Boca escrevia novamente no livro dos recordes, ultrapassando os 39 jogos sem perder feitos pelo Racing em 1966, fazendo mais um que o clube de Avellaneda.
O Boca Juniors entrava assim no novo século completamente relançado e logo em 2000 o clube conquista três títulos, dois deles internacionais, a começar pela Taça Libertadores da América, título que lhes escapava há 22 anos, seguida da Taça Intercontinental onde disputou a final contra os “Galáticos” do Real Madrid vencendo por 2-1, e terminou com mais um campeonato nacional.
Em 2001 o Boca revalida o título de vencedor da Taça Libertadores da América, e em 2002 após desentendimentos com o presidente Carlos Bianchi rescinde com o clube. A equipa não se adaptou da melhor forma à mudança de treinador, pelo que apenas um ano depois Carlos Bianchi voltava para assumir as rédeas do plantel. O treinador continuou a mostrar o que valia e levou o clube de novo ao topo das Américas e do mundo ao conquistar a 3ª Taça Libertadores da América e a 2ª Taça Intercontinental em quatro anos. Em 2004 o Boca conquista novamente a Taça dos Libertadores num jogo que foi também o jogo de despedida de Carlos Bianchi no comando técnico da equipa.
Seguiram-se tempos incertos no comando técnico da equipa com algumas mundanças de treinador, até que Alfio Basile foi encarregue de conduzir o Boca no final de 2005. O argentino que tinha jogado no clube durante os anos 80′ levou a equipa à vitória de um campeonato nacional e de duas Taça Sudamericana entre 2005 e 2006, quando foi o eleito para suceder a Pekerman no comando técnico da Seleção Argentina de Futebol.
Ricardo Lavolpe foi então o escolhido para assumir o posto de treinador, mas depois de perder o campeonato para o Estudiantes ainda na época de estreia o treinador decidiu sair, dando assim lugar a Miguel Ángel Russo que podia agora contar também com Juan Román Riquelme que regressou da Europa para o clube. No ano de estreia, Russo conquista a Taça dos Libertadores mas falha no campeonato e na Taça Intercontinental, o que levou à demissão do treinador.
Depois de mais uma saída de treinador, Carlos Ischia foi o escolhido para orientar a equipa em 2008, função que manteve até ao ano seguinte, tendo o clube conquistado sob as suas ordens uma Taça Sudamericana e um campeonato nacional. Ischia acabaria por rescindir depois de uma primeira metade de época mal conseguida que o clube terminou no 14º posto da tabela. Alfio Basile foi então o seleccionado para o cargo pela segunda vez na sua carreira, mas o sucesso também não sorriu ao técnico que terminou a temporada no 11º lugar, tendo então rescindido também.
Na nova temporada de 2010 Abel Alves foi o técnico eleito para o lugar de Basile, que acabaria mais tarde por ser rendido por Roberto Pompei mas nenhum impedira o Boca de terminar a época no 16º lugar, o que terminaria com mais uma demissão de um treinador. Foi então contratado Claudio Borghi, recém campeão no Argentinos Juniors, mas as performances da equipa não subiram de rendimento e o técnico abandonou o comando da equipa após 14 partidas. Voltou então Roberto Pompei ao comando técnico da equipa e o Boca acabara por terminar a temporada em 12º.
Finalmente na época de 2011 foi Julio Falconi o técnico escolhido para orientar o Boca Juniors, e depois de uma primeira meia época mal conseguida, o Boca acabou por conseguir conquistar o campeonato nacional, quebrando assim o jejum de títulos que se mantinha há mais de 3 temporadas. Sob as ordens deste treinador o Boca atingiu também a final da Taça Libertadores da América, acabando por ser derrotado pelo Corinthians. Ainda sob as ordens de Falconi, o Boca Juniors conquistou a Copa Argentina em 2012, sendo o último troféu conquistado pelo clube que é agora treinado por Carlos Bianchi.