Barcelona
O Futbol Club Barcelona nasceu na região espanhola da Catalunha pelas mãos de Hans Gamper, suíço, ex-capitão do Basel e também fundador do FC Zurich, que chegou à cidade de Barcelona no ano de 1899, decidindo desde logo começar a propagar a sua paixão pelo futebol. Foi então no mês de Novembro que, Joan Gamper, como era conhecido na Catalunha, decidiu colocar um anuncio no jornal Los Deportes a convocar uma reunião com os interessados para a formação de uma equipa. A reunião foi um sucesso e, devido às origens inglesas do futebol, o nome dado à equipa foi escrito em inglês, Foot-Ball Club Barcelona.
O clube iniciou-se então a competir logo na temporada 1900/01 naquele que foi o primeiro Catalão de Futebol, à altura chamado Copa Macaya. O primeiro título do Barça viria então a aparecer na sua segunda temporada, ao conquistar a Copa Macaya com 8 vitórias em 8 partidas, tendo ainda marcado uns impressionantes 60 golos e sofrido apenas dois. Este primeiro título valeu-lhes também a participação na Copa do Rey, disputada a nível nacional, tendo no entanto sido derrotados na final pelo Club Vizcaya.
Os títulos no campeonato regional repetiram-se nas temporadas de 1902/03, 1904/05 e ainda em 1908/09. No ano de viragem da década, a equipa do Barcelona ofereceu alegrias a todos os adeptos, primeiro pela conquista do segundo campeonato da Catalunha consecutivo, mas principalmente pela primeira conquista na Taça do Rei, que ainda é jogada nos dias de hoje, como uma das mais históricas competições em toda a Europa. Na primeira temporada da década de 1910 o Barça fechou o tricampeonato estatal, e nos dois anos que se seguiram conseguiu o dois títulos na Taça do Rei. A partir de então o Real Español, outra equipa da região, começou a fazer frente ao Barcelona, tendo por isso a equipa, já presidida pelo seu fundados Joan Gamper, conquistado até aos anos 20 mais três campeonatos da Catalunha e uma Taça do Rei.
Seria então nesta década de 20 que o Barça se firmaria como um clube gigante, tendo começado por conquistar o título da Catalunha em 1918/19 e repetindo-o consecutivamente durante 4 temporadas, até 1921/22, ano em que conquistou também a sua segunda Taça do Rei da década, depois de ter também arrecadado o título em 1919/20. Tendo falhado o título catalão em 1922/23, o Barcelona empenhou-se e até ao aparecimento da La Liga, campeonato nacional espanhol, o clube não perdeu nenhum campeonato catalão, tendo conquistado um penta campeonato desde 1923/24 a 1927/28.
Na temporada de estreia da La Liga, em 1928/29, o Barcelona presenteou de imediato os seus adeptos com o título na prova, entrando na década de 30 com esperanças elevadas. No entanto, com o início da guerra civil espanhola e a discordância entre os catalães e a ditadura nacional, foi imposta ao clube uma sanção de seis meses sem disputar qualquer prova e Joan Gamper foi ainda obrigado a demitir-se do cargo de presidente, o que fez com que a equipa atravessasse, na década de 30, uma fase menos boa, sagrando-se campeão da Catalunha por três vezes nas três primeiras épocas destes anos, ainda mais por mais duas vezes nas temporadas de 1934/35 e 1935/36, no entanto, sem qualquer título nacional. Também emocionalmente este foi um período complicado para o Barcelona e até mesmo para os catalães que tanta admiração nutriam pelo fundador suíço que, depois de se ter demitido da presidência da equipa e, muito provavelmente por causa da do Crash de Wall Street de 1929 começou a enfrentar problemas financeiros e pessoais, tendo acabado por se suicidar.
Depois da interrupção desportiva nas temporadas de 1936/37, 37/38 e 38/39, causada pela guerra civil, o primeiro título do Barça surgiu já na década de 40, mais precisamente na temporada 1941/42, na Taça do Rei, que já não conquistavam há 13 anos. Depois deste seguiu-se o segundo título de campeão espanhol, ao vencer a La Liga em 1944/45. O Barcelona começaria então a impor-se no campeonato nacional, repetindo o título de campeão em forma de bis nas temporadas de 1947/48 e 1948/49, deixando assim os adeptos esperançados pelo regressos aos grandes tempos da década de 20.
Como resultado da guerra civil, o novo governante espanhol proibira o uso de expressões e manifestações culturais, o que englobava também a linguagem catalã. Isto provocou a revolta entre os catalães, e também adeptos do Barcelona, que viam o emblema da sua equipa ser alterado devido a estas novas normas. Gerou-se assim na Catalunha um clima de greve entre a população e o governo espanhol, com o povo a fazer tudo para evitar respeitar ou favorecer o governo geral. Quase como que embaixador desse movimento estava o Barcelona, visto que simbolizava uma força unida, não só pelo futebol mas também pela sua liberdade cultural.
Os anos cinquenta começaram com mais uma conquista na Taça do Rei em 1950/51, que se repetiu nas duas temporadas seguintes, em que o Barcelona venceu também a La Liga, coleccionando assim mais dois títulos de campeão espanhol. Este bi campeonato foi novamente repetido nas temporadas de 1958/59 e 59/60, tendo ainda neste período conquistado duas Taças do Rei, em 1956/57 e 1958/59, tendo também conquistado os seus dois primeiros títulos internacionais, na Taça das Cidades com Feiras, prova que era disputada segundo o actual modelo da liga dos campeões, e que o Barcelona venceu em 1957/58 e 1958/59.
Na década de 60 o Barcelona enfrentaria mais uma crise de títulos, muito provocada pela superioridade que o Real Madrid conseguiu impor na Liga Espanhola, remetendo assim o Barça aos títulos na Taça do Rei de 1962/63 e 1967/68, tendo ainda pelo meio vencido mais uma Taça das Cidades com Feira, em 1965/66. Este período menos bem conseguido do Barcelona prolongou-se ainda até aos anos 70 quando, finalmente em 1973/74, já com a estrela Johan Cruyff conseguiram reconquistar o título de campeões da La Liga. Apesar de terem nesta altura conseguido constituir uma equipa recheada de estrelas, o Barça continuava a não se conseguir impor no campeonato espanhol, tendo ainda assim conquistado a Taça do Rei de 1977/78, que lhes valeu a qualificação para a primeira Taça dos Vencedores das Taças vencida pelo clube catalão, que aconteceu na temporada 78/79, ao imporem na final uma derrota por 4-3 ao Fortuna Dusseldorf.
Nos anos 80 foi anunciada a chegada ao clube do astro argentino “El Pibe”, de seu nome Diego Armando Maradona, no ano de 1982. Mas ainda antes disto o Barça ganharia mais uma Taça do Rei, na temporada 1980/81, que lhes valeu o lugar na edição da Taça dos Vencedores das Taças do ano de estreia de Maradona no clube, que, com uma grande ajuda do craque argentino foi vencida pelo Barcelona. Na temporada de 1983/84 o Barça pos fim ao jejum de títulos no Campeonato Espanhol, tendo no entanto sido o único título na prova daquela década, em que até ao seu término, o Barça conquistaria ainda mais duas Taças do Rei, em 1987/88 e 1989/90, e pelo meio, na época 1988/89 mais Taça dos Vencedores das Taças.
No ano de 1990 Johan Cruyff regressa ao Barça, agora na qualidade de treinador, predisposto a montar uma equipa capaz de vencer todas as competições onde entrasse foi então por isso que começou por contratar Ronald Koeman, Michael Laudrup e Hristo Stoichkov, tendo estes três jogadores um papel preponderante nos anos vitoriosos que se seguiram na história do clube. O Barcelona começara logo por conseguir um tetra campeonato entre as épocas de 1990/91 e 1993/94, com o búlgaro Stoichkov a ser o melhor marcador da liga nas três primeiras temporadas, período em que conquistaram ainda duas supertaças espanholas, uma Liga dos Campeões e uma supertaça europeia. Novas conquistas voltaram a aparecer na temporada 1996/97, na Taça dos Vencedores das Taças, na Taça do Rei e ainda na Supertaça de Espanha, com Ronaldo “o fenómeno” a ser o melhor marcador da equipa. Ainda antes da viragem do século, o Barça sagraria-se campeão espanhol por mais duas vezes, de forma consecutiva, nas temporadas de 1997/98 e 1998/99, tendo ainda conquistado na primeira destas temporadas a Taça do Rei e a Supertaça Europeia.
Ao entrar no novo milénio o Barcelona atravessaria um período menos bem conseguido, tendo ficado por cinco temporadas, de 1999/2000 a 2003/04 sem conquistar qualquer título. Esta foi uma altura pré-Messi, em que, apesar dos resultados não aparecerem, os craques da equipa era inúmeros, contando no seu plantel com a incontornável estrela: Ronaldinho Gaúcho. Na época de estreia de Leo Messi, em 2004/05 o Barça voltaria a conquistar o título de campeão espanhol, que repetiu logo na temporada seguinte, com Samuel Eto’o em grande destaque. Esta última época foi também marcada pela primeira conquista do Barcelona na Liga dos Campeões, que foi conseguida ao vencerem, na final da prova, o Arsenal, depois de terem já deixado para trás equipas como o AC Milan, Benfica e Chelsea.
Depois deste sucesso europeu seguiram-se mais duas temporadas sem conquistas, de que o Baça se iria vingar de 2008/09 a 2010/11, ao conseguir o tri campeonato espanhol, superiorizando-se assim ao Galácticos do Real, que nesta altura já haviam perdido grande parte das suas estrelas. Este período foi também marcado por mais dois títulos da Liga dos Campeões, com o primeiro a ter sido conseguido em 2008/09, a par também com a Taça do Rei, e ainda em 2010/11. Na temporada de 2011/12 o Real, já com Ronaldo e Mourinho, conseguiu impor-se a esta força catalã, conseguindo interromper a sua série de títulos de campeão. Ainda assim, a equipa de Messi e companhia manteve a hegemonia nas taças, quer nacionais, internacionais e até mesmo intercontinentais, visto que neste período, para além das inúmeras Supertaças de Espanha, o Barça conseguiu ainda conquistar dois Mundiais de Clubes, em 2009/10 e 2011/12, depois de ter também conquistado a Supertaça Europeia nas duas temporadas.
Já na mais recente temporada de 2012/13 o Barcelona voltou a conquistar o título de campeão espanhol, em grande destaque, tendo batido o seu recorde de pontos no campeonato, ao somar 100 em 38 partidas, das quais venceram 32, empataram 4 e perderam duas. No panorama internacional, este foi um ano de afirmação de equipa alemãs, mais precisamente, do Borussia Dortmund e do Bayern de Munique, que conseguiram de forma majestosa afastar os colossos espanhóis das partida final da Champions, deixando assim ao Barça uma ameaça ao seu domínio europeu.