AS Monaco
A Association Sportive de Monaco Football Club nasceu em 1924 fruto da fusão de associações desportivas do condado do Mónaco, entre elas, o clube de natação, Monaco Sport, e ainda o AS Beausoleil, o Estrela de Mónaco e o AC Riviera. O equipa foi então imediatamente convidada a inscrever-se na Federação Francesa e assim começou a disputar os seus primeiros campeonatos oficiais, ainda que em divisões regionais.
Depois de alguns bons resultados, foi já na década de 30, mais precisamente na temporada de 1933 que o AS Monaco conquistou o seu primeiro título na Liga Sudeste, o que lhes garantiu as qualificações para se tornarem numa equipa profissional. Na temporada seguinte, quase a atingirem a promoção à Ligue 1, o conjunto monegasco cai já na recta final da temporada, mantendo-se assim desportivamente nas competições regionais. Pior então foi quando devido a problemas financeiros o clube se viu de novo no fundo das competições francesas, por onde ficaria por 14 anos, até em 1948 voltar a conquistar a Liga Sudeste e a qualificar-se de novo para as ligas profissionais.
Motivado pelo regresso à Ligue 2, o conjunto monegasco teve ainda que esperar pela temporada de 1949/41 para voltar à disputa da prova devido às interrupções causadas pela 2ª Guerra Mundial no condado. Após três épocas alternadas entre bons e maus resultados, foi finalmente em 1952/53 que o AS Mónaco, com um 2º lugar na Ligue 2, conseguiu a promoção ao principal campeonato de futebol francês.
Estreando-se na Ligue 1 em 1953/54, o AS Mónaco passaria algumas temporadas a terminar em lugares do meio da tabela, o que começou a mudar em 1958 com a chegada do técnico Lucien Leduc ao clube. As prestações da equipa do principado começaram então a subir de forma, pelo que em 1960 seria conquistado o primeiro título do clube ao vencerem o Saint-Étienne na final da Taça de França por 4-2 após prolongamento. Ainda mais motivados pela conquista da Taça, os jogadores do Mónaco mantiveram a sua forma e ainda nessa temporada conquistaram também o seu primeiro título de campeões da Ligue 1. Na época de 1961/62 os monegascos estreiam-se na Liga dos Campeões, no entanto sem grande sucesso visto que caíram logo na 1ª ronda diante do Glasgow Rangers. Também nas competições nacionais o cenário se torna mais complicado e o Mónaco não conquista nenhum título, acontecimento do qual se vinga na seguinte temporada quando bisa ao conquistar os títulos de campeão francês e ainda da Taça de França, celebrando assim a sua primeira dobradinha.
Na temporada de 1963/64 o Mónaco voltou a disputar as competições europeias, tendo desta vez atingindo a segunda fase da Liga dos Campeões. No entanto as prestações nas provas nacionais começaram a baixar de rendimento e ainda antes do final da década, na época de 1969/70 o AS Mónaco caiu para a Ligue 2. A década de 70 foi então um período de sobe e desce de divisão da equipa, que acabaria também por passar por uma reestruturação que promoveu a contratação da estrela argentina Delio Onnis, e ainda do regresso do técnico Lucien Leduc já em 1976, após mais uma despromoção. De cara lavada, o Mónaco regressa à Ligue 1 na temporada de 1977/78, conquistando de imediato o título de campeão e ainda em 1980 mais uma Taça de França.
O AS Mónaco entrava em grande força na década de 80, conquistando na época 1981/82 mais um título de campeão da Ligue 1, ao qual se seguiu apenas em 1985 mais um título da Taça de França. Com as prestações europeias também a não correrem da maneira esperada, Lucien Leduc abandona o cargo de treinador da equipa que passa então por um período de instabilidade com algumas más apostas no lugar de Leduc. Foi então que em 1987 chega Àrsene Wenger ao comando técnico da equipa e mostra de imediato o seu valor ao conquistar mais um título na Ligue 1 em 1987/88. Na época seguinte o Mónaco volta à disputa das competições europeias e ultrapassa então as duas primeiras rondas, caindo apenas nos quartos de final diante do Galatasaray. Na temporada de 1991/92 o clube conquista ainda a Taça de França, e segue bem colocado para a conquista da Ligue 1, e até quiçá da Taça UEFA, onde no entanto acabariam por cair diante do Torpedo de Moscovo. Também no campeonato, quando tudo parecia encaminhado, os monegascos sofreram a primeira derrota no Estádio Louis II por 3-0 diante do Marselha e começou então aí o descalabro do clube que perderia ainda no Estádio da Luz, diante do Werder Bremem a final da Taça dos Vencedores das Taças e na Taça de França, já na final, na decisão pela marca de grandes penalidades, diante do Rennes.
Na época de 1992/93 Jurgen Klinsmann é a grande aquisição da equipa, que realiza um mau campeonato, terminando no 9º posto, fazendo ainda assim uma boa campanha europeia ao atingir as semi-finais da Liga dos Campeões onde foram afastados pelo AC Milan. Depois de uma época de 1993/94 sem grandes feitos, Wenger sai do comando do clube após um mau começo da época de 1994/95, sendo o ex-guarda redes da equipa Jean Petit a assumir o cargo de treinador.
Depois de mais uma má época foi Jean Tigana, treinador campeão pelo Marselha, que na época de 95/96 conseguiu levar o Mónaco de regresso ao pódio da Ligue 1, garantido assim mais uma qualificação europeia para o clube. Em 1996/97 Tigana consegue conquistar mais um título de campeão da Ligue 1 para o Mónaco, conduzindo-os ainda a mais uma semi-final da Taça UEFA, onde foram afastados pelo Inter de Milão. Na época que se seguiu o clube voltou a ficar aquém das expectativas, e após a saída de Thierry Henri para a Juventus, Jean Tigana acabaria também por se demitir, sendo então Claude Puel o eleito para ocupar o seu lugar.

David Trezeguet e Thierry Henry, craques formados no AS Mónaco.
O novo técnico, com uma aposta forte na formação, onde tinha jogadores como David Trezeguet, Willy Sagnol ou Ludovic Giuly, conseguiu voltar a conquistar o título da Ligue 1 no ano 2000. Depois deste feito foram inúmeros os jogadores a sair do plantel, tendo as suas substituições não sido as mais acertadas, pelo que após a derrota na final da Taça da Liga de 2000/01, ainda na primeira metade da época, Claude Puel foi demitido do cargo de treinador, sendo Didier Deschamps o seu substituto.
Depois de salvar a equipa da descida, Deschamps consegue conduzi-la de novo aos lugares de qualificação europeia, voltando em 2003/04 a disputar a Liga dos Campeões, e conseguindo mesmo atingir a final da prova milionária ao afastarem equipas como o Lokomotiv de Moscovo, o Real Madrid e o Chelsea. No então, chegados à final não tiveram mãos a medir com o FC Porto de José Mourinho que os venceu por 3-0. Após mais um feito, repete-se a saída dos mais marcantes jogadores do plantel e o clube volta a ficar em maus lençóis, iniciando-se em 2005 mais uma crise desportiva. Após mais um mau início de campeonato, Deschamps demite-se, sendo o italiano Francesco Guidolin a comandar a equipa até ao final da época, tendo terminado em 10º lugar no campeonato e caído nos dezasseis-avos de final da Taça UEFA. Daí em diante, apesar da contratação de homens como Yaya Touré ou Jérémy Ménez, o Mónaco não conseguiu voltar ao que era, e por entre muitas mudanças de treinador, até à descida em 2011 a sua melhor classificação havia sido um 8º lugar.

Radamel Falcão, James Rodrigues, João Moutinho e Jérémy Toulalan, 4 das novas estrelas do renovado AS Mónaco.
Foi então no final do ano de 2011, quando já competia na Ligue 2, que o futuro do AS Mónaco virou após a compra do clube pelo bilionário russo Dmitry Rybolovlev, que de imediato promoveu uma reestruturação de todo o conselho directivo da equipa, tendo também apostado na contração de alguns jogadores de nome sonante, entre eles a jovem promessa argentina Lucas Ocampos, que custou 11 milhões de euros, tendo sido a contratação mais cara de sempre de uma equipa da Ligue 2. Ainda assim, sob as ordens de Marco Simeone, o Mónaco acabaria classificado na 8ª posição da tabela, o que motivou no início da temporada 2012/13 a alteração de técnico, sendo o italiano Claudio Ranieiri a assumir o comando da equipa. Tendo novamente reforçado a equipa com jogadores de renome, o AS Mónaco consegue finalmente regressar à Ligue 1, apetrechando-se para isso com jogadores de alto calibre como Radamel Falcão, João Moutinho, Éric Abidal, Ricardo Carvalho, Jérémy Toulalan, entre outros, sendo neste momento a equipa mais aproximada dos milionários do PSG que lideram o campeonato francês.