Académica
Fundada a 3 de Novembro de 1887, a Associação Académica de Coimbra, teve o seu primeiro campo situado na Ínsua dos Bentos. Mais tarde, em 1918 era inaugurado, de forma informal, o Campo de Santa Cruz, com o intuito de ser o novo campo do clube, mas após alguns jogos verificou-se que o espaço não reunia as condições necessárias para a prática desportiva e a Académica voltou à Ìnsua dos Bentos. Finalmente a 5 me Março de 1922, foi inaugurado formalmente o Campo de Santa Cruz e classificado como o melhor do país pelo jornal “O Despertar”.
Em 1927 era formada a primeira claque do clube, “Baralha Teórica”, como era conhecida, começou a despertar o amor dos estudantes pelo clube e apesar de ter sido extinta poucos anos mais tarde, os seus principais propulsionadores ficaram para sempre conhecidos como os “teóricos”.
Na década de 30 novos grupos de apoiantes se formaram, e quando ainda nenhum clube tinha claques, as da Briosa já juntavam mais de 2000 pessoas para apoiar a equipa.
Em 1939 realizava-se a primeira edição da Taça de Portugal, e no dia 25 de Junho a Académica conseguia o seu maior feito, a vitória nesta competição, frente ao Benfica, foi festejada de forma eufórica durante dias, o que mostrava bem a paixão dos adeptos pelo clube.
Depois deste triunfo a Académica enfrentou tempos difíceis e na temporada de 47/48 via-se mesmo relegada à segunda divisão depois duma temporada em que os únicos resultados positivos que conseguira eram 4 vitórias e 2 empates.
Esta passagem pela liga secundária de futebol nacional viria a confirmar-se curta, já que logo no ano seguinte a Académica regressou à primeira liga. Também neste ano foi inaugurado o novo estádio municipal e no jogo de estreia deste campo relvado, algo estranho para os atletas da AAC, a equipa jogou contra a selecção nacional, um jogo que terminou com um empate a 3 golos.
A década de 60 começou com a Académica a proporcionar a primeira grande transferência de um jogador para o estrangeiro com a contratação de Jorge Humberto para o Inter de Milão. Nas épocas de 64/65 e 66/67 a Briosa dá luta aos já grandes clubes nacionais, acabando no 4º e 2º lugar, respectivamente, sendo esta última a melhor classificação de sempre do clube na Primeira Liga Portuguesa. Juntamente com este segundo lugar, a Académica consegue também um lugar na final da Taça, que viria a perder para o Setúbal. No resultado desta excelente temporada, o clube consegue o acesso às competições europeias, de onde viria a ser eliminado pelo Lyon, num desempate por moeda ao ar.
Já no final dos anos 60 a Briosa volta à Europa, desta vez com um grande prestação, caindo apenas nos quartos de final da Taça das Taças perante os ingleses do Manchester City.
Na primeira temporada dos anos 70 a Académica volta de novo à segunda divisão, e mais uma vez, esta passagem pelo escalão secundário do futebol nacional revelava-se curto, já que no ano seguinte estaria de regresso à Primeira Liga.
Esta década foi um tanto ao quanto conturbada para a equipa, que em 1974 se via mesmo extinta. Mas os adeptos não iriam deixar que tal acontecesse e pouco tempo depois era formado o CAC – Clube Académico de Coimbra. Esta iniciativa foi inicialmente vetada pela FPF, que mais tarde não resistiu aos protestos da massa associativa do clube e acabou por reconhecer o clube.
Os primeiros tempos do CAC mostravam-se complicados, sendo que na sua primeira época teve que disputar a chamada liguilha para garantir lugar no principal escalão de futebol nacional. Apesar de ter garantido a manutenção, o clube viu muitos jogadores assinar por outros, e mais fortes, emblemas, muito por causa das dificuldades financeiras que atravessava. Durante 5 anos o clube conseguiu sempre assegurar a manutenção, mas na época de 78/79, as dificuldades acresceram e o clube não resistiu, vendo-se assim novamente na segunda divisão. Mais uma vez, uma passagem de apenas um ano, já que no ano seguinte o clube volta à primeira divisão e concede a primeira derrota do campeonato apenas à 24ª jornada.
Apesar de boa prestação no campeonato daquele ano, na temporada seguinte, 1980/81, o clube volta de novo à segunda liga. Entretanto, fora das quatro linhas, trava-se outra guerra. O dirigente do CAC insistia que o clube voltasse à Associação Académica.
Na época de 83/84, o CAC volta finalmente à primeira divisão e é então que se desenrola finalmente o processo de extinção do CAC, que voltaria a ser a Associação Académica de Coimbra, desta vez como organismo autónomo.
Este regresso do clube à AAC despertou novamente a paixão dos adeptos da Briosa e nesse ano a equipa alcançou um óptimo sétimo lugar no campeonato.
Com uma história cheia de altos e baixos, não seria nesta altura que a Académica consolidaria o seu lugar na primeira divisão e na temporada de 88/89, estava de novo na segunda divisão e apenas 9 anos depois, em 96/97 conseguiria re-erguer-se e voltar de novo à Primeira Liga. Esta passagem seria curta, já que logo no ano seguinte estava de novo na segunda liga.
É finalmente em 2002/2003 que o clube volta à Primeira Liga, e desta vez, vinha para ficar, apesar de a sua afirmação apenas acontecer na época de 2008/2009 em que consegue o sétimo posto da tabela.
Apesar de aos poucos se vir afirmando, apenas na época 2011/2012, os títulos voltaram a sorrir ao clube que, 73 anos depois, volta a conquistar a Taça de Portugal, frente ao Sporting, com um golo de Marinho logo aos 4 minutos.