AC Milan

O Milan Futebol & Cricket Club nasceu em 1899 pela mão de três ingleses que, fãs e praticantes de cricket, propuseram a ideia da fundação de uma equipa a dois investidores. A equipa iniciaria-se de imediato na disputa do campeonato italiano, que conquista pela primeira vez logo na temporada de 1901. Envoltos em grande popularidade, aos homens do Milan não faltava motivação nem apoio, pelo que em 1906 e 1907 se sagrarão bi campeões italianos. Depois disto, contra a política da direcção que aceitava apenas no plantel um reduzido número de jogadores estrangeiros, um grupo de pessoas, quer da direcção quer da equipa, decidiu abandonar o Milan, dando assim origem ao Inter de Milão, que tal como o nome apresenta, era uma equipa internacional, para internacionais, sem qualquer restrição.

O AC Milan acabaria então por se ressentir desta desfalque, não tendo conquistado qualquer título até à interrupção do campeonato causada pelo rebentamento da 1ª guerra mundial em 1916. Mesmo depois do fim da guerra, e com a construção do San Siro, em 1926, o Milan não conseguiu reerguer-se, tendo ficado até ao ano de 1950 sem conquistar qualquer título.

Foi então na 1ª temporada da década de 50, em 1950/51, que o AC Milan voltou ao caminho dos títulos, tendo começado pelo campeonato e finalizado com a Taça Latina. Esta foi então a década de afirmação da equipa Rossoneri no futebol europeu, marcada principalmente pela segunda conquista na Taça Latina, em 1955/56, e ainda pela presença na 1ª final da Liga dos Campeões, em 1957/58, quando acabaram derrotados por 3-2 pelo Real Madrid. Para além disto, e da conquista do título nacional na primeira temporada destes dez anos, o Milan voltou a sagrar-se campeão italiano por mais 3 ocasiões nesta década, mais precisamente nas temporadas de 1954/55, 1956/57 e ainda 1958/59.

Na década de 60 o Milan manteve o seu bom futebol, e logo em 1961/62 conquistar o título de campeões italianos que lhes garantiu a presença na Liga dos Campeões de 1962/63. Esta foi então a derradeira prova de afirmação da equipa no panorama italiano visto que, depois da final perdida diante do Real Madrid em 1957/58, desta vez os Rossoneri superiorizaram-se ao Benfica, de Eusébio, vencendo-os por 2-1. Depois deste grande feito europeu, o Milan conquistaria a sua primeira Taça Itália, na temporada 1966/67. Ainda no seguimento deste título, o Milan conseguiu a qualificação para a disputa da Taça dos Vencedores das Taças, que venceria também ao derrotar o Hamburgo por 2-0 na final. No ano seguinte os Rossoneri triunfariam em mais um campeonato nacional, o que lhes valeria mais uma qualificação para mais uma Liga dos Campeões, na temporada 1968/69, que o Milan viria novamente a vencer, desta vez ao impor-se ao Ajax na final por 4-1. Ainda no seguimento deste título europeu, o AC Milan iria disputar, e vencer, a Taça Intercontinental ao superiorizar-se ao Estudiantes LP com um agregado de 4-2.

Paolo Maldini, o jogador que mais vezes vestiu as cores da equipa Rossoneri, o que aconteceu por 902 vezes entre 1984 e 2009.

Paolo Maldini, o jogador que mais vezes vestiu as cores da equipa Rossoneri, o que aconteceu por 902 vezes entre 1984 e 2009.

Já nos anos 70, o Milan iria aumentar o seu número de Taças de Itália com a conquista das duas edições de 71/72 e 72/73. Com a conquista desta última edição alcançariam também um lugar em mais uma Taça dos Vencedores das Taças, que venceriam ao superiorizarem-se ao Leeds United. Depois disto, e até ao final da década, os Rossoneri enfrentariam uma grande concorrência nacional, o que não lhes permitiu voltarem a atingir uma forma capaz de vencer competições internacionais, tendo, até ao final da década, conquistado apenas mais uma Taça Itália, em 1976/77 e um campeonato em 1978/79.

Terminada a década de 70 da melhor maneira, com a conquista do campeonato nacional, os anos 80 começariam da pior forma com os Rossoneri a serem despromovidos à Serie B depois do rebentamento de um escândalo de adulteração de resultados. Despromovidos à Serie B na temporada 1979/80, o conjunto do Milan conseguiu regressar à elite italiana logo na época seguinte, tendo-se sagrado campeão da segunda divisão. No entanto a equipa viria do 2º escalão do futebol de Itália em baixo de forma, pelo que não conseguiram assegurar a manutenção na Serie A, voltando então a ser despromovidos logo na temporada 1981/82. Depois disto, na época 1982/83 voltaram novamente a subir à Serie A com mais um título de campeões da Serie B, continuando no entanto sem se conseguirem impor diante dos gigantes italianos.

A história da equipa Rossoneri seria então invertida quando Silvio Berlusconi assumiu a direção do clube, injectando dinheiro e promovendo a contratação de jogadores de classe mundial como Marco van Basten ou Frank Rijkaard. Com uma equipa renovada, depois do 5º lugar na temporada 1986/87, o AC Milan voltaria a conquistar o título de campeão da Serie A em 1987/88. Este título valeu-lhes então mais uma qualificação para a Liga dos Campeões, o que já não acontecia desde a temporada 1979/80. Foi então já com um plantel recheado de estrelas que os Rossoneri se vingaram então de todos estes anos afastados da prova raínha do futebol europeu de clubes, conquistando assim a 3ª Champions da história da equipa ao derrotarem o Steua Bucareste por 4-0 na final da prova. No ano seguinte, apesar de não terem conseguido repetir o título da Serie A, os homens do Milan venceram todas as restantes competições que tinham para vencer, repetindo inclusive o título na Liga dos Campeões, que desta vez venceram diante do Benfica por 1-0. Como resultado disto, o AC Milan voltaria a disputar a Supertaça Europeia e ainda a Taça Intercontinental, onde, tal como na Champions, fariam o bis.

Extremamente motivados depois deste final de década, o conjunto do Milan entrou ainda mais forte nos anos 90, selando logo nas três primeira temporadas um tricampeonato nacional. Conjunto a isto, o clube iniciou uma série de três conquistas da Supertaça Italiana, de 1992/93 a 1994/95, e ainda uma série de três presenças consecutivas na partida final da Liga dos Campeões, tendo vencido apenas a de 1993/94, quando enfrentaram e derrotaram o Barcelona por 4-0.  Até ao fim do milénio, o Milan não voltaria a conseguir qualquer título internacional, tendo no entanto somado ao seu palmares mais duas Serie A, em 1995/96 e 1998/99.

Kaká, Seedorf, Schevchenko e Cafú, quatro dos mais emblemáticos jogadores da equipa de Milão.

Kaká, Seedorf, Schevchenko e Cafú, quatro dos mais emblemáticos jogadores da equipa de Milão.

Já na década de 2000 o Milan continuava com um plantel recheado de estrelas, entre elas Andriy Shevchenko, 2º melhor marcador da história do clube, que a par com o brasileiro Kaká, chegado à equipa em 2003, conseguiram conduzir o clube à conquista de mais uma Liga dos Campeões, em 2002/04, ao derrotarem na final os rivais da Juventus, já na marca das grandes penalidades. Logo na época seguinte os Rossoneri presentearam os adeptos com mais um título na Serie A, ao qual se seguiu, em 2004/05, mais uma Supertaça Italiana. Num período, a nível nacional, largamente dominado pelos rivais do Inter e da Juve, o título que se seguiu para os Rossoneri foi o de mais uma Liga dos Campeões, na época 2006/07 ao vencerem na final o Liverpool por 2-1. Ainda no seguimento desta conquista, os milaneses não perdoaram e impuseram-se na Supertaça Europeia e também no Mundial de Clubes, tendo vencido as duas provas.

Depois destas conquistas europeias, o Milan voltaria apenas a conquistar um troféu nacional já na década de 2010, mais precisamente na temporada 2010/11 quando voltaram a sagrar-se campeões da Serie A. Após isto deu-se uma saída dos alguns dos mais velhos e experientes jogadores do plantel, entre eles Clareence Seedorf e Filippo Inzaghi, o que resultou numa abrupta quebra de forma da equipa. Conjugado a este cenário, todo o escândalo envolto do presidente do clube, e do país, Silvio Berlusconi, acabou por conduzir a equipa em maus caminhos, o que se refletiu fortemente na temporada 2013/14.