A final da Liga Europa 2016/17 coloca frente a frente dois históricos do futebol europeu. Ajax e Manchester United estão de regresso a um contexto de decisão à escala continental.

Foto: "UEFA"

Foto: “UEFA”

Habituado a voos mais altos a nível europeu, o Manchester United vai discutir um troféu que ainda não possui no respetivo palmarés. Sem dispensar o sofrimento que já tinha caraterizado as eliminatórias frente a FK Rostov e Anderlecht, o Manchester United cumpriu os serviços mínimos e empatou a uma bola, resultado que complementou o triunfo no Balaídos (0-1). A noite de Old Trafford não foi um “mar de rosas” para  equipa treinada por José Mourinho…

Em Espanha escreveu-se que a visita a Manchester representava “o encontro mais importante da história do Celta de Vigo”. Sem olhar à subjetividade da consideração anterior, a verdade é que a equipa da Galiza adoptou uma postura em conformidade com a importância de uma meia-final europeia. O Manchester United teve a felicidade de inaugurar o marcador na altura certa, ao minuto 17, colocando um travão ao ímpeto forasteiro. Marouane Fellaini surgiu ao segundo poste da baliza defendida por Sergio Álvarez e cabeceou para a rede, respondendo bem à solicitação de Marcus Rashford.

O Manchester United de José Mourinho foi igual a si mesmo: Com dois golos de vantagem na eliminatória, limitou-se a exercer o aparente controlo do costume, disputando o “jogo pelo jogo” na tentativa de sentenciar a eliminatória na altura certa. Os “Red Devils” chegaram em vantagem ao intervalo e custava a crer que perderiam o acesso à final de Estocolmo nos segundos 45 minutos, mas a verdade é que houve muito mais Celta de Vigo na segunda parte. Em Manchester como em Vigo, o Celta voltou a exibir muitas dificuldades no capítulo da finalização, com o sueco John Guidetti a personificar a ineficácia espanhola. Pairava a ideia de que um golo do Celta reabriria a eliminatória e a cinco minutos do fim, Facundo Roncaglia surgiu na área solto de marcação e estabeleceu o empate, deixando o Celta de Vigo a um golo do sonho. A tensão aumentou e o próprio Roncgalia foi exoulso juntamente com Bailly perto do minuto 90. O tempo corria a favor do Manchester United, mas o último minuto deixaria os adeptos locais à beira de um ataque de nervos. Uma “carambola” na área, aos 90+6, quase terminou na rede à guarda de Sergio Romero, não fosse John Guidetti desperdiçar nova oportunidade.

Contas feitas, o Manchester United conquistou a sétima presença em finais europeias e vai ter a oportunidade de juntar mais um troféu europeu a um palmarés que já conta com três edições da Liga dos Campeões, uma Taça das Taças e uma Supertaça Europeia. José Mourinho garantiu o acesso à quarta final europeia, descurando as presenças nas Supertaças.

Ajax tremeu em Lyon

Os dois jogos relativos à segunda mão das meias-finais tiveram pelo menos dois importantes pontos em comum: As equipas que tinham garantido vantagem na primeira mão conseguiram seguir para a final e ambos terminaram com lances de cortar a respiração. No final da partida da segunda mão que culminou com uma (insuficiente) vitória do Lyon sobre o Ajax por três bolas a uma, Bruno Genesio foi taxativo: “O nosso desalento é relativo ao jogo da primeira mão, não este, porque demos tudo”. A equipa francesa entrou a perder – golo do talentoso Kasper Dolberg, deu a volta em cima do intervalo com um “bis” de Alexandre Lacazette e chegou aos 3-1 a nove minutos dos 90. Viu Nick Viergever (Ajax) ser expulso aos 84 por acumulação de amarelos e esteve a apenas um golo de levar a decisão para o prolongamento.

Se o lance de John Guidetti perdurará durante algum tempo na memória de todos os presentes em Old Trafford, o mesmo se poderá dizer dos que acorreram ao Parc Olympique Lyonnais para assistir ao duelo entre a equipa local e o Ajax. Aos 89 minutos, o costamarfinense Maxwel Cornet rematou a partir da esquerda da área e a bola ainda tirou tinta ao poste da baliza defendida por André Onana, falhando um golo que permitiria igualar a eliminatória. O sorte protegeu a audácia dos “filhos dos deuses” e 21 anos depois, o Ajax de Amesterdão está de regresso a uma final europeia.

Boas Apostas!