Há muito que não se vivia um “pré-derby” livre do clima de crispação maioritariamente alimentado por agentes desportivos. Sousa Cintra esteve na tribuna da Luz ladeado por Domingos Almeida Lima, um dos vice-presidentes dos “encarnados”, e a beleza do primeiro embate da época entre os rivais da 2ª Circular valeu sobretudo por isso, já que dentro das quatro linhas, não esteve à altura da grande rivalidade que separa “águias” e “leões”. O Benfica foi melhor, há que dizê-lo, e o empate final foi melhor para o Sporting. No final de contas, os dois emblemas lisboetas passaram a encabeçar a tabela a par do Braga, beneficiando de um desaire totalmente inesperado do Porto na receção ao Vitória Sport Clube – sobretudo depois de ter saído para o intervalo a vencer por duas bolas a zero.

Foto: "MIGUEL A. LOPES/LUSA"

Foto: “MIGUEL A. LOPES/LUSA”

Fase prematura da temporada, alterações forçadas de ambos os lados e dois conjuntos que ainda se encontram longe da melhor forma. Ao “derby” da Luz faltaram alguns condimentos, ainda que quem assistiu ao desafio não tenha saído totalmente defraudado. Sem Jonas Castillo de um lado e Bas Dost ausente do outro, “águias” e “leões” acusaram as baixas dos seus artilheiros.

Apoiado pelo seu público, o Benfica teve quase sempre mais iniciativa e jogou mais tempo no meio-campo do adversário, caindo ligeiramente na ponta final do primeiro tempo. O Sporting, com Nani à cabeça, explorava sobretudo em transições rápidas para o ataque, ainda que sem conseguir criar perigo junto da baliza guardada por Odisseas Vlachodimos. Do outro lado, sempre que solicitado, Salin enchia a baliza sportinguista.

Na segunda parte, o Benfica voltou a gozar de maior ascendente desde início e criou pelo mais duas boas ocasiões de perigo, mas tal e qual como no encontro diante do PAOK, as “águias” acabariam castigadas por serem excessivamente perdulárias: ao minuto 64, o árbitro Luís Godinho apitou uma grande penalidade cometida por Rúben Dias sobre Fredy Montero e, chamado a converter, Nani deu vantagem ao Sporting numa das poucas ocasiões em que os “leões” conseguiram atirar enquadrados com a baliza de Vlachodimos. Estavam decorridos 64 minutos e Rui Vitória já tinha lançado Zivkovic para o lugar de Franco Cervi, pelo que restavam duas alterações e permaneciam duas soluções para o ataque no banco de suplentes. Tal e qual como diante do PAOK, o técnico benfiquista lançou Haris Seferovic e o “menino” João Félix. À terceira oportunidade concedida por Rui Vitória, o novo “menino bonito” da Luz, de apenas 18 anos, encarregou-se de “quebrar o enguiço” ao cabecear para o fundo da rede à guarda de Salin, estabelecendo o empate a uma bola. O golo colocou as bancadas da Luz em polvorosa e o Sporting, apostado em defender o empate numa altura em que os indíces tanto físicos quanto anímicos já não estavam no melhor, esforçou-se por “colocar água na fervura”, impedindo a “águia” de conquistar os três pontos.

Vitória faz história no Dragão

Foto: "Jose Coelho/Lusa"

Foto: “Jose Coelho/Lusa”

Já que nenhum dos rivais de Lisboa se havia conseguido chegar à frente, o Porto tinha todas as condições para ser o grande vencedor da jornada. No final dos primeiros 45 minutos no Dragão, o placard assinalava vantagem dos locais por duas bolas a zero e tudo indicava que o Vitória Sport Clube se preparava para averbar a quarta derrota consecutiva – depois de Brahimi ter inaugurado o marcador aos 37 minutos, um golo de André Pereira aos 43 tinha dilatado a vantagem, jogador que estava em posição irregular numa situação que despoletou a ira dos diretores do Vitória – uma falha no VAR impediu o árbitro Fábio Veríssimo de rever o lance. Assim que Yacine Brahimi saiu devido a lesão, o Porto “eclipsou-se”, situação que coincidiu com uma notável crescimento vitoriano, muito mais sólido no meio-campo e disposto a correr atrás do prejuízo. A redução de distância adivinhava-se e André André, jogador com passagem recente pelo Dragão, encarregou-se de fazer o 2-1 na conversão de uma grande penalidade ganha por Ola John, holandês que tinha sido lançado por Luís Castro na segunda parte.

Em vantagem pela margem miníma e a perder muito jogo a meio-campo, Sérgio Conceição viu-se obrigado a retirar Jesús Corona, também lesionado, e lançou Óliver Torres, isto depois de já ter promovido a estreia do maliano Moussa Marega na atual temporada. O crescimento dos “Conquistadores” permitiria chegar à igualdade aos 76 e já sem substituições e a equipa em clara quebra, o Porto estava em maus lençóis. O “golpe de teatro” seria aplicado por Davidson a dois minutos do fim, sendo que os “dragões” ainda viriam a dispor de duas ocasiões desperdiçadas de forma clamorosa já para lá dos 90. O Porto perdeu de forma inesperada e averbou a primeira derrota no seu terreno para a Liga NOS desde o início da era de Sérgio Conceição.

Braga também se chega à frente

Depois do empate “traumático” nos Açores frente ao Santa Clara (3-3), o Braga não quis ficar para trás e acompanhou Benfica e Sporting na ascensão à liderança. Em casa, diante de uma equipa do Desportivo das Aves com algumas baixas, o conjunto da Pedreira voltou a encaixar um golo logo aos 52 minutos, naquele que foi o quinto jogo com golos sofridos, mas soube reagir e conquistou um triunfo por três bolas a uma com golos de Wilson Eduardo, João Palhinha e Dyego Sousa – os avenses acusaram demasiado o tento do empate.

No Caldeirão é até ao fim

Se a primeira jornada da Liga NOS 2018/19 já tinha sido emocionante no “Caldeirão” dos Barreiros, que dizer deste terceiro desafio?!

Daniel Ramos regressou à ilha da Madeira, desta feita ao serviço do Chaves, e até esteve a vencer durante praticamente toda a partida, graças a um golo de William Oliveira aos 17 minutos. O “leão” local já tinha vencido o Santa Clara na primeira jornada para lá do minuto 90, mas desta feita fez ainda melhor: empatou aos 90+1′ por Leandro Barrera e venceu aos 90+5′ com um golo de Lucas Áfrico. Um verdadeiro teste à saúda cardiovascular dos adeptos “rubro verdes”.

Há quase 200 jornadas que não marcavam todos

A ronda 3 da Liga NOS 2018/19 terminou na noite de segunda-feira com o embate entre Moreirense e Belenenses SAD. Os “Cónegos” alcançaram o empate no último suspiro e aconteceu algo que não se via desde a última jornada da época 2011/12, mais concretamente há 199 jornadas: todas as equipas chegarem ao golo numa só ronda.

Outros resultados:

Portimonense 2-2 Santa Clara
Vitória de Setúbal 1-2 Nacional
Feirense 1-1 Boavista
Tondela 1-1 Rio Ave
Moreirense 1-1 Belenenses SAD

Boas Apostas!