Nos quatro encontros dos quartos-de-final da Taça das Nações Africanas, o aspeto do rigor defensivo saiu como ponto forte para decidir quem se manteve na prova. Apenas dois grupos estarão representados nas meias-finais, com Burkina Faso e Camarões vindos do Grupo A, enquanto Egito e Gana chegam do Grupo D. São, nada mais, nada menos, do que os três países que têm mais Taças conquistadas e um outro que atinge as meias-finais pela terceira vez.

A dor de Sadio Mané

Sadio Mane Senegal

Sadio Mané não escondeu desilusão

Dos jogos disputados no sábado, a maior surpresa foi a eliminação do Senegal. A equipa que tinha mostrado melhor futebol na fase de grupos e que juntava a isso uma organização muito interessante, sobretudo na transição defensiva, acabou bloqueada pela estratégia defensiva de Hugo Broos. Os Camarões colocaram o primeiro objetivo em conseguir não sofrer golos cedo, aumentando a sua possibilidade de resistência frente a um Senegal que, sem marcar, parecia começar a duvidar de si próprio. O jogo prolongou-se por 120 minutos sem ninguém marcar e acabou decidido nas grandes penalidades, onde Sadio Mané acabou por permitir a defesa do fantástico Fabrice Ondoa. As lágrimas do jogador do Liverpool explicam o sofrimento que esta eliminação provocou num Senegal que tinha a ilusão de conquistar um título.

Já no encontro entre Burkina Faso e Tunísia foi o atrevimento da equipa orientada por Paulo Duarte quem lhe permitiu conquistar a vantagem no jogo. O técnico português alterou o seu onze para impor mais velocidade no encontro, deixando os tunisinos numa posição de intranquilidade, que, no entanto, só abriu espaço para o golo ao minuto 81, quando Bancé, veterano ponta-de-lança que fora chamado a jogo na segunda parte, atirou para o fundo das redes. A Tunísia desmobilizou-se e com um erro clamoroso na transição defensiva acabou por permitir novo golo aos burquinenses, com Nakoulma a concluir o contra-ataque.

Os vencedores escrevem a história

Kahraba Egito

Festa do Egito após o golo

Egito e Gana tem larga tradição na CAN e, uma vez mais, valeram-se disso para atingir as meias-finais. O Gana teve missão complicada frente a uma equipa da República Democrática do Congo que foi bem mais forte durante a primeira parte, criando muitas oportunidades para chegar ao golo. No entanto, ao falharem na finalização, abriram porta para que o Gana acabasse por aproveitar os deslizes cometidos pelos defesas congoleses. Ao minuto 63, Jordan Ayew teve espaço para abrir o marcador, vendo M’Poku estabelecer o empate com um grande golo cinco minutos depois. A defensiva da RDC voltaria a cometer novo erro, causando uma grande penalidade que André Ayew converteu, dando assim ao Gana mais uma presença nas meias-finais.

O Egito teve, frente a Marrocos, um autêntico jogo de paciência, num relvado impróprio para consumo. As duas equipas voltaram a parecer afetadas pela falta de condições, sendo que ambas preferem ter um jogo com mais posse de bola. Ainda assim, também é verdade que ambos os conjuntos se apresentaram muito calculistas, a tentar evitar o erro, que parecia não surgir. Num momento em que todos esperavam o prolongamento, um pontapé de canto para os egípcios vai encontrar Kahraba, que tinha começado o jogo no banco, sozinho em posição de marcar. Uma vitória sofrida, mas que permite aos egípcios continuarem em busca de mais um título.

Boas Apostas!